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Música

O Novo EP do Projeto Horos É uma Loucuragem Sideral

Escute com exclusividade 'TMLPS', terceiro capítulo da viagem sonora do produtor e DJ Bruno Belluomini.

Horos, o atual projeto de techno do DJ, produtor e festeiro Bruno Belluomini, não para de render frutos. O EP TMLPS, que estamos lançando por aqui com exclusividade, é o terceiro rebento de uma narrativa sonora que tem todo um enredo maluco como fio condutor. Se você simplesmente quiser só curtir o bagulho sem ficar se prendendo ao conceito proposto, não tem erro: a música é boa e isso basta. Technera em sua roupagem mais substancial, remetendo aos pioneiros do estilo, sem aquelas frescurites pling-plong, manja? Mas eu acho style quando um artista assume o compromisso de tentar fugir do lugar comum de alguma forma, principalmente quando isso serve de inspiração para transcender seus próprios limites. E é mais ou menos o que o Bruno anda fazendo, bebendo na fonte da inquietude.

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Cabe aqui dar uma recapitulada, para quem comeu bola nos lançamentos anteriores. Uncharted Badlands, o álbum de estreia do projeto via selo TRNQR, chegou anunciado como a trilha sonora de um acidente espacial violento. O som não faz por menos e remete a chapas retorcidas, curtos-circuitos intermitentes, destroços para todos os lados, tudo muito súbito, inesperado e visceral. Daí veio o EP Stasis, em que a música é mais introspectiva e horizontal, justamente porque a ideia do artista é ilustrar o momento pós-acidente, "como algo que corre naturalmente pelos sistemas orgânicos da tripulação da nave em torpor", nas palavras do Bruno. Já no presente TMLPS, segundo ele, "os foguetes lutam contra a força da gravidade, queimam até o fim para escapar da atmosfera terrestre e alcançar a estação espacial Drurss".

E ele vai contando essa história sem texto ou vocal algum, apenas tentando traduzir musicalmente o clima do enredo imaginado. Soaria pretensioso se o talento do cara estivesse aquém de toda essa alegoria. Mas fato é que, se você entrar na onda, tudo se casa. "Contar histórias com sons, sem usar palavras, é um desafio muito grande. Precisamos de algo que nos desafie. A imaginação e as emoções humanas são aspectos muito democráticos e essas dimensões universais me interessam demais", justifica.

As quatro faixas de TMLPS são produto de uma session ao vivo com setup analógico, fora do computador. "Prefiro dessa forma porque me sinto muito mais livre para criar", disse Belluomini. Tentei tirar dele quantos capítulos mais podemos esperar dessa loucuragem sideral, mas isso ainda está em aberto: "Existem outros recortes que ainda podem aparecer, a exemplo do que se passa na estação espacial Drurss, antes, durante e depois da chegada do capitão Gustav Sokol por lá. A própria história do Sokol também pode surgir em breve." Pegou a vibe? É, então… a brisa segue forte e se pá vai longe.

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