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Educação Ocupada

Secundaristas foram arrastados para fora do Centro Paula Souza durante reintegração de posse

Um cordão policial impedia imprensa, apoiadores, pais de alunos e advogados de registrar o ato de reintegração.
Foto: Rogério Padula

Foto: Rogério Padula

Durante a manhã desta sexta (6), a Polícia Militar de São Paulo adentrou o Centro Paula Souza, ocupado por alunos secundaristas desde o dia 28, para cumprir o pedido de reintegração de posse sob mandado judicial. Os alunos, que reinvindicam por merenda em todas as Etecs (Escola Técnica do Estado de São Paulo) e resistiram pacificamente, foram violentamente arrastados para fora pelos policiais.

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O fotógrafo Mauro Donato, que ficou ferido após golde de cassetete. Foto: Douglas Pingituro/ C.H.O.C. Documental

O fotógrafo Mauro Donato foi atingido por um golpe de cassetete e, de acordo com os estudantes, vários deles ficaram com ferimentos leves nas costas por conta dos arrastões. Um cordão policial impedia a imprensa de se aproximar do portão do Centro Paula Souza. Apoiadores, pais e advogados dos alunos também foram forçados a manter distância.

Segundo o relato de uma estudante que estava no momento da reintegração de posse, os alunos decidiram em assembleia que deveriam resistir dentro da ocupação. "Nossa pauta é digna e legitima", informou a jovem.

Foto: Douglas Pingituro/ C.H.O.C. Documental

Na última quarta (4), o juiz Luiz Manuel Pires, da Central de Mandados do Tribunal de Justiça de São Paulo, determinou o cumprimento da ordem de reintegração de posse com a condição de que a PM não poderia usar armas letais ou não letais – quadro que foi revertido pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB). Em nota, a Secretaria de Segurança Pública afirmou que "a análise sobre a necessidade ou não de porte de armas, inclusive não letais, deve ser feita pela Polícia Militar, para garantir a integridade dos próprios manifestantes, como forma de mitigar atos mais enérgicos ou que possam ocasionar maior dano às pessoas".

Foto: Douglas Pingituro/ C.H.O.C. Documental

Após a reintegração, os estudantes saíram em ato até a Etesp (Escola Técnica do Estado de São Paulo), no bairro da Luz. O lugar, ocupado por secundaristas, estava cercado pela Tropa de Choque, que impediu a entrada dos alunos. Eles, então, marcharam até a Diretoria de ensino da região centro-oeste, no bairro de Perdizes, também ocupada e com entrada bloqueada pela Polícia Militar.

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