O fim da Folia de Reis no Morro Santa Marta, no Rio de Janeiro
Foto: Kátia Carvalho

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O fim da Folia de Reis no Morro Santa Marta, no Rio de Janeiro

O encerramento duma manifestação cultural misturando religiosidade, diversão e harmonia pelos becos e vielas no Morro Santa Marta, no RJ.

Foto: Kátia Carvalho

Misturando religiosidade, diversão e harmonia pelos becos e vielas do Morro Santa Marta, o grupo de Folia de Reis Penitentes do Santa Marta é um dos mais antigos e tradicionais da cidade do Rio de Janeiro.

Gabriel começa a aprender os passos dos Palhaços da Folia e brinca com os meninos durante o cortejo. Foto: Kátia Carvalho

Desde o Natal, os foliões fizeram cortejo não só na comunidade localizada em Botafogo - bem ao lado do Cristo Redentor - mas também em outras comunidades do Rio, como na Cidade de Deus e Rocinha.

A Folia de Reis ou Reisado faz simbolicamente o caminho dos três Reis Magos do Oriente, simbolizando o momento em que eles foram contemplar o nascimento do menino Jesus levando ofertas como ouro, incenso e mirra. Atualmente, as folias seguem o mesmo caminho, mas buscando ofertas que serão oferecidas em forma de donativos que ajudarão no "arremate".

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Foto: Kátia Carvalho

A batida dos músicos é forte e contagia os moradores do Morro Santa Marta - comunidade que ficou famosa especialmente após a visita do cantor Michael Jackson que ganhou uma estátua do artista e virou um ponto turístico conhecido como Laje do Michael.

Origens da Folia Penitentes do Santa Marta

A Folia de Reis, herança da colonização portuguesa, vem sendo representada por várias gerações. Tradição que passa de pai para filho, a deste grupo específico tem origem na década de 1950, no bairro da Ilha do Governador. Na época, ele era conhecido como Folia do Mestre Zé Cândido. Trazida para o Morro Santa Marta pelos mestres Diniz, Luiz e Dodô, a Folia passou a se chamar Penitentes do Santa Marta. Luiz - o mais experiente - assumiu a Folia e a conduziu muito bem até a sua morte, ocasião em que passou a ser tocada pelo Mestre Dodô, que levou a Folia até a década de 80. Seu sucessor foi o Mestre Zé Diniz, que assumiu o posto com maestria e dedicação.

Desde 2009, com a morte do Mestre Diniz, quem assumiu o comando da Folia foi seu filho, o Mestre Riquinho – que vive nela há 49 anos. Ele segue os passos do seu pai, Zé Diniz, com quem aprendeu e canta o reisado. Ele começou aos 10 anos e seu irmão Ronaldo, aos 9 anos.

Foto: Kátia Carvalho

Assumem a liderança do Penitentes, em conjunto com o Mestre Riquinho, o seu irmão, o Mestre Palhaço Ronaldo; o seu sobrinho e também Mestre, Palhaço Junior; e seu irmão adotivo e Contramestre, Cosme. Eles passam a administrar os encontros e a ensinar as práticas e a tradição.

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No ano passado, eles foram contemplados com o Projeto Escola de Folia de Reis Mestre Diniz pela Secretaria Estadual de Cultura do Rio de Janeiro. São 28 crianças da comunidade aprendendo a tradição da Folia.

Segundo Riquinho, a entrada de oito crianças no grupo nessa jornada aumentou a responsabilidade, porém também ajudou a melhorar o clima entre os foliões.

Mestre Riquinho, ao centro da foto na Procissão de São Sebastião. Foto: Kátia Carvalho.

O tempo chuvoso não atrapalhou o fim da jornada que sempre acontece com uma procissão em homenagem a São Sebastião, padroeiro da cidade do Rio de Janeiro. Moradores e foliões descem o morro carregando a imagem do santo e fazendo orações. Momento de fé e união de todos que acompanharam os festejos.

"Essa jornada foi maravilhosa!", contou o Mestre, entusiasmado, que volta com as atividades na Escola de Folia logo depois do carnaval.

Mais fotos da Folia de Reis do Morro Santa Marta abaixo:

Foto: Kátia Carvalho

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O Mestre Palhaço Ronaldo, irmão do Mestre Riquinho. Foto: Kátia Carvalho

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