Politică

Estes são os deputados mais potencialmente perigosos eleitos para o Parlamento Europeu

A Europa não se farta de eleger as piores pessoas possíveis!
Silvio Berlusconi, Anne Widdecombe and Cristian Terhes
Silvio Berlusconi, Anne Widdecombe e Cristian Terhes.

Este artigo foi originalmente publicado na VICE UK e conta com o contributo de várias redacções europeias da VICE, incluíndo Portugal.

Na semana passada, 427 milhões de pessoas na União Europeia (UE) puderam votar para eleger os seus representantes no Parlamento Europeu (PE) - e, pela primeira vez em décadas, mais de metade delas fez uso desse privilégio, da Irlanda do Norte ao Chipre, do Bairro Alto em Lisboa às aldeias finlandesas com mais vogais do que consoantes no nome [Nota do editor: sendo que, em Portugal a abstenção subiu em relação a 2014, com 68,6%, mas, em termos absolutos, o número de votantes aumentou, com mais cerca de 30 mil eleitores]. Embora isso possa soar como uma boa notícia, a realidade é que estas Eleições Europeias contribuíram para a continuidade da viragem do Continente em direcção ao populismo de direita e ao extremismo.

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E agora, como se a política europeia não fosse já suficientemente fascista, o ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, está a tentar formar um novo grupo constituído por partidos de extrema-direita de todo o Continente, tornando-o potencialmente o quarto maior grupo parlamentar no PE, com partidos anti-europa como o Fidesz, da Hungria, o Partido Brexit, da Grã-Bretanha e o Partido da Lei e da Justiça, da Polónia, a poderem levar ainda mais fervor nacionalista à instituição. Sem mencionar grupos extremistas, como o Jobbik da Hungria e o Golden Dawn da Grécia, que ainda estão bastante fortes.

Para nos prepararmos para o nosso futuro cada vez pior, pedimos aos escritórios da VICE em toda a Europa para nomear e envergonhar os eurodeputados mais potencialmente perigosos do novo Parlamento Europeu.

ALEMANHA

Maximilian Krah, Alternative für Deutschland

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imago images | HärtelPRESS

Quem? A retórica alarmante de Maximilian Krah é uma das razões pelas quais a agência de inteligência interna da Alemanha está, actualmente, a investigar se deve ou não colocar os populistas de direita e o partido da oposição Alternative für Deutschland (AfD) sob vigilância.

O que é que defende? O advogado de 42 anos já descreveu várias vezes as políticas de migração actuais na UE como umvolkung - um termo usado pelos nazis para forçar as pessoas a assimilarem a cultura alemã. Krah também alertou para um "abuso sexual colectivo de raparigas europeias", causado pelo que ele chama de "conquista oriental". Durante a campanha, elogiou o público presente nos comícios no seu estado natal da Saxônia, por ser "todo alemão, saxão e branco".

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Quão significativa foi a sua vitória? Enquanto o AfD conseguiu apenas 11 por cento em todo o país, um em cada quatro eleitores do estado de Saxônia - conhecido pelos seus motins anti-migrantes, protestos anti-muçulmanos do PEGIDA e terrorismo de extrema-direita - votou pela AfD. Enquanto uma das figuras mais influentes deste estado do leste da Alemanha, a rede de Krah abrange vários grupos de protesto para criar uma "plataforma patriótica de cidadãos", na qual políticos do AfD e vários membros de grupos neo-nazis fazem campanha juntos.

Qual será o seu próximo passo? Em Março deste ano, Krah participou numa conferência do Congresso Mundial das Famílias, uma organização cristã fundamentalista que se opõe à comunidade LGBTQ + e ao direito ao aborto. Uma foto mostra Krah com Matteo Salvini. Certamente não será o último encontro da dupla, já que Krah não é um homem de pequenas ambições.

– Thomas Vorreyer, VICE Alemanha

Jörg Meuthen, Alternative für Deutschland

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imago images | Jan Huebner

Quem? Jörg Meuthen é o porta-voz nacional da AfD. Também parece aquele professor de história horrível que costumavas bombardear com bolinhas de papel e cuspo.

O que é que defende? Meuthen quer que a Alemanha receba menos refugiados. Diz também que a Europa tem de parar de cuidar de África, porque África precisa cuidar de si mesma. Quanto ao autocrata húngaro Viktor Orbán, Meuthen ofereceu-se para lhe "estender o tapete vermelho".

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Como é que conseguiu ser eleito? Meuthen disse, "Os salvadores do clima são mais perigosos do que as alterações climáticas". Uma declaração popular entre muitos alemães, que preferem agarrar-se aos seus motores Volkswagen a gasolina e à carne de churrasco barata.

Qual será o seu próximo passo? Meuthen anunciou o seu plano para restabelecer uma "Europa das pátrias" - uma colecção de grupos de extrema-direita de toda a Europa. Ele diz que quer "a Alemanha a tomar decisões pela Alemanha novamente". Para esse fim, até inventou a ideia de um "Dexit".

– Niclas Seydack, VICE Alemanha

REINO UNIDO

Anne Widdecombe, Brexit Party

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Ann Widdecombe. Foto: Colin McPherson / Alamy Stock Photo

Quem? Widdecombe é uma deputada de longa data do Partido Conservador, que ganhou notoriedade dentro do partido pelo seu apoio à pena de morte, que considera uma forma de "dissuasão" que salvaria vidas inocentes.

O que é que defende? Além de ser pró-pena de morte, Widdecombe é anti-aborto. Cristã devota, converteu-se da Igreja de Inglaterra para a Igreja Católica por ter ficado chocada com a ideia de mulheres puderem ser padres. Não acredita no aquecimento global e bloqueou consistentemente a legislação sobre os direitos dos homossexuais, tendo inclusivamente votado contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Como é que conseguiu ser eleita? Widdecombe ganhou um dos três lugares do Parlamento Europeu para o Sudoeste de Inglaterra.

Quão significativa foi a sua vitória? Considerável: o Partido Brexit teve 36.7 por cento dos votos.

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Qual será o seu próximo passo? Tendo em conta o seu historial, podemos esperar visões mais regressivas não liberais sobre o casamento gay e direitos de aborto, tal como a negação das alterações climáticas. Mas, a principal coisa que a Widdecombe está determinada a alcançar, a todo o custo, é o Brexit.

Richard Tice, Brexit Party

Quem? Um multimilionário da área da construção civil, Tice é o co-fundador da Leave.EU, que fez campanha pelo Brexit no referendo de 2016.

O que é que defende? Tice está tão determinado a garantir que o Reino Unido deixe a UE sem um acordo que, posteriormente, fundou o Leave Means Leave, que faz lobby para um Brexit duro. De acordo com o site do Leave Means Leave, "Ainda está tudo em jogo - a noite é mais escura antes do amanhecer e prevaleceremos no final". Se o que resta para prevalecer é a ruína minguante da economia britânica, ainda está por se ver.

Qual vai ser o seu próximo passo? O Brexit mais duro possível.

– Sirin Kale, VICE UK

ESPANHA

Jorge Buixadé, VOX

Quem? Buixadé é uma das figuras de proa do partido de extrema-direita espanhol VOX.

O que é que defende? Como a maioria dos membros do seu partido, defende o proteccionismo económico, políticas reaccionárias e o fortalecimento da soberania e fronteiras nacionais. Durante uma intervenção num evento de campanha, ficou conhecido mundialmente por dizer que as feministas eram feias, comparando-as com a madrasta e as irmãs adoptivas da Cinderela e dizendo que "feministas feias dizem a outras mulheres o que devem fazer". Após essas declarações, milhares de pessoas no Twitter responderam com a hashtag #FeministaFea (Feminista Feia), que se tornou um trending topic mundial.

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Como é que conseguiu ser eleito? Buixadé foi advogado do estado entre 1999 e 2003, colocado no Tribunal Superior de Justiça da Catalunha. Antes disso, tinha sido candidato do partido fascista espanhol Falange e, mais tarde, trabalhou como conselheiro político do Partido Popular de direita, embolsando 100 mil euros de um dos conselhos municipais para os quais trabalhava.

Hermann Tertsch, VOX

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Foto via Flickr user PP Comunidad de Madrid | CC BY 2.0

Quem? Tertsch é um jornalista espanhol de ascendência austríaca, que escreve há décadas para os principais meios de comunicação espanhóis.

O que é que defende? Ao longo dos anos, a sua postura liberal de direita foi progressivamente virando para posições mais extremistas. A sua carreira é marcada por polémicas. Há vários anos, chegou a dizer que os líderes do PODEMOS - o partido político que representa a nova esquerda da Espanha - matariam pela sua ideologia. Há algumas semanas, referiu-se aos jornalistas de esquerda que tentaram desvendar o seu passado fascista como "escória".

– Alba Carreres, VICE Espanha

ÁUSTRIA

Harald Vilimsky, Freedom Party (FPÖ)

Quem? Vilimsky é um membro do Partido da Liberdade Nacionalista, de extrema-direita e parece o segurança de uma discoteca na qual nunca sonharias entrar.

O que é que defende? Certa vez, Vilimsky deixou um agente dar-lhe um choque com um taser. Ele queria provar que os tasers que o seu partido queria usar contra os presos eram completamente inofensivos. Desde então, Vilimsky protagonizou manchetes com declarações estranhas. Recentemente, afirmou que Jean-Claude Juncker, o presidente da Comissão Europeia, é um alcoólico.

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Como é que conseguiu ser eleito? A fazer o que o seu partido e os populistas de direita em geral fazem: pedir mais polícia e menos migrantes.

Qual será o seu próximo passo? O FPÖ está a considerar formar um grupo parlamentar em conjunto com o partido de direita alemão AfD. O seu objetivo comum: uma "Europa das pátrias". Todos brancos, todos nacionalistas e todos presos no passado.

– Niclas Seydack, VICE Alemanha

ROMÉNIA

Rareș Bogdan, Partido Nacionalista Liberal da Roménia

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Foto via página oficial do Facebook de Rares Rogdan.

Quem? Rareș Bogdan é uma ex-personalidade da televisão que virou político - a versão de Donald Trump em pobre, se preferirem. É também uma das vozes mais ruídosas dentro do Partido Liberal Nacional de direita da Roménia, um vencedor nas Eleições Europeias deste ano.

O que é que defende? É um populista e nacionalista e, quando era apresentador de televisão da Realitatea TV, um canal de notícias romeno, aparecia frequentemente enrolado numa bandeira nacional ou tinha uma bandeira pendurada na mesa. É um firme crítico do PSD e do seu líder, Liviu Dragnea - o que não é uma coisa má -, mas a sua retórica é frequentemente populista, estapafúrdia e contém mais estilo do que substância. Também parece pensar que o partido de Liviu Dragnea vai devolver a Transilvânia aos húngaros para comprar o apoio do partido húngaro local (os húngaros são a maior minoria na Roménia, com uma representação considerável no Parlamento). O que é bastante delirante, para além de carregar um sentimento xenofóbo e anti-húngaro que é já por si tão prevalente na Roménia pós-comunista.

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Como é que conseguiu ser eleito? Ser um popular apresentador de televisão realmente ajudou. Durante os últimos dois anos, os liberais foram o principal grupo da oposição no Parlamento romeno, mas a sua liderança foi considerada fraca por muitos, portanto precisavam de alguém suficientemente popular para superar os social-democratas nas eleições. Foi por isso que escolheram Rareș Bogdan como cabeça de lista para a campanha liberal, o que provou ser uma estratégia vencedora.

Quão significativa foi a sua vitória? A vitória do seu partido foi bastante grande, porque conseguiu derrotar o seu arqui-inimigo, o PSD. Por outro lado, a aliança centrista Save Romania Union-PLUS, um movimento político de base que conseguiu mais que duplicar os seus resultados em dois anos, pode ser uma séria ameaça para Bogdan e para o seu partido em futuras eleições.

Qual será o seu próximo passo? Apesar de ter cinco anos como eurodeputado pela frente, provavelmente envolver-se-á ainda mais com a política nacional e tornar-se-á mais influente dentro do Partido Liberal, liderando-os para as eleições parlamentares romenas do ano que vem.

Cristian Terheș, Partido Social Democrata

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Foto via Cristian Terhes' Facebook.

Quem? Chris Terhes é um católico greco-romeno da América do Norte, que se tornou político e membro do Partido Social Democrata.

O que é que defende? Há quatro ou cinco anos, Terheș era um grande defensor do movimento anti-corrupção e altamente crítico do Partido Social Democrata no poder. De esquerda apenas pelo nome, as políticas e os líderes do PSD são considerados bastante conservadores. Ao longo dos anos, voltou-se contra a ala anti-corrupção e aproximou-se cada vez mais dos seus antigos inimigos, os social-democratas. Para Terheș, a luta contra a corrupção tornou-se, de repente, de natureza estalinista e mostrou-se ficou muito preocupado com o destino dos políticos encarcerados, que passou a ver como mártires de um sistema abusivo. É extremamente homofóbico, sendo um grande defensor do referendo do ano passado para tornar o casamento gay ilegal. Depois do fracasso do referendo, disse: "A agenda homossexual tornar-se-á ainda mais violenta na Roménia e a sociedade romena não tem os anticorpos adequados para lutar contra ela".

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Como é que conseguiu ser eleito? Tudo o que tinha de fazer para ser eleito era dizer o que quer que Liviu Dragnea e outros líderes do PSD estivessem a dizer - o que envolvia principalmente espalhar teorias conspiratórias sobre o Estado Profundo. Era um convidado regular da Antena 3, um canal de notícias pró-PSD, o que o ajudou a tornar-se membro do PSD e candidato às Eleições Europeias.

Quão significativa foi a sua vitória? Esta é uma grande vitória para um tipo sem experiência política. Infelizmente para ele, o seu partido sofreu um grande golpe, perdendo as eleições para o Partido Liberal Nacional, enquanto o líder do PSD, Liviu Dragnea, foi condenado a três anos e seis meses de prisão por acusações de corrupção.

Qual será o seu próximo passo? Cinco anos a viver a boa vida como membro do Parlamento Europeu e cinco anos a espalhar mais idiotices homofóbicas e teorias conspiratórias sobre o sistema judicial romeno.

– Razvan Filip, VICE Roménia

GRÉCIA

Kyriakos Velopoulos, "Solução Grega"

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Photo courtesy of Kyriakos Velopoulos's official website.

Quem? Velopoulos é um ex-apresentador de TV, que ficou famoso ao alegar que vendia "cartas manuscritas de Jesus". O partido dele é sinistramente chamado "A Solução Grega".

O que é que defende? Putin, notícias falsas, teorias da conspiração, incluindo OVNIs. E depois a retórica típica contra a imigração.

Como é que conseguiu ser eleito? Usou as suas intermináveis aparições na televisão a vender tralha, como cremes milagrosos, para espalhar o seu discurso de ódio.

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Qual será o seu próximo passo? Passar ao próximo nível e começar a vender cartas manuscritas por Deus, suponho. E ajudar o seu partido a conseguir alguns deputados eleitos nas eleições nacionais gregas do próximo mês.

– Despina Trivolis, VICE Grécia

PORTUGAL

Nuno Melo, CDS-PP

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Foto via Wikimedia Commons user Plcohelo | Public Domain

Quem? Nuno Melo é militante de longa data do CDS-PP e vai para o seu segundo mandato consecutivo no Parlamento Europeu. É também um defensor de boas tradições portuguesas como a tourada e as campanhas políticas em feiras e mercados e o homem que garantiu que o espanhol VOX não é um partido de extrema-direita, admitindo até que poderiam vir a fazer parte da mesma família europeia, o Partido Popular Europeu. A sua querida líder, Assunção Cristas tentou depois emendar a mão e defendeu-o, garantindo que Melo teria sido mal interpretado e que o que queria dizer era que o VOX poderia candidatar-se a fazer parte do PPE, mas que o CDS achava que os espanhóis não deviam ser aceites. Pois, claro!

O que é que defende? Melo defende que ele e o seu partido não são de extrema-direita, mas que o CDS é, isso sim, "a última fronteira de uma direita democrática". Ainda assim, nos últimos meses são-lhe conhecidas declarações notavelmente sombrias. Por exemplo, quando lhe foram perguntadas as suas opiniões sobre uma nova lei portuguesa que restringiria o número de armas que uma pessoa poderia possuir, entre outras limitações derivadas de uma normativa europeia, ccomparou a posse de uma arma à posse de um carro ou de uma faca de cozinha, aludindo aos meios utilizados em ataques. terroristas recentes na Europa. Foi também um defensor declarado da decisão do Partido Popular Europeu de apenas suspender e não expulsar o Fidesz [o partido do autocrata húngaro Viktor Orbán].

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Quão significativa foi a sua vitória? Foi, aliás, uma derrota. O CDS-PP manteve o número de representantes no Parlamento Europeu: um. No entanto, tinham definido a meta de eleger mais um e estão a ser considerados um dos maiores perdedores em Portugal. Obtiveram 6,2% dos votos.

Qual será o seu próximo passo? Podemos esperar que defenda medidas mais rigorosas contra a imigração. Segundo ele, "precisamos de pessoas, mas não quaisquer pessoas". E, claro, podemos esperar que trave uma profunda amizade com os seus colegas do VOX, o tal partido que não é de extrema-direita. BFFs!

– Sérgio Felizardo, VICE Portugal

ITÁLIA

Silvio Berlusconi, Forza Italia

Quem? Tu sabes quem.

O que é que defende? Ele próprio. O empresário multimilionário é o mais famoso político italiano dos últimos 25 anos. Foi três vezes primeiro-ministro, apesar do seu envolvimento em escândalos de todos os tipos - de corrupção a festas sexuais, até a condenação por fraude fiscal.

Como é que conseguiu ser eleito? Hoje, já não é uma figura tão dominante como antes e o seu partido conquistou apenas 8,79% dos votos nas Eleições Europeias. Apesar de o comité italiano anti-máfia o ter declarado "não apresentável", ele ainda aqui está. E com mais de meio milhão de votos, ele terá um assento no Parlamento Europeu, um sítio que o viu envergonhar o seu país de muitas maneiras diferentes. Em 2003, por exemplo, ao dar um discurso na inauguração da presidência italiana da UE, que durou seis meses, comparou o socialista alemão Martin Schulz - que tinha ousado criticá-lo - a um guarda de campo de concentração nazi.

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Angelo Ciocca, Lega

Quem? Na sua cidade natal de Pavia, Lombardia, Ciocca é conhecido como o "Bulldog" e, estranhamente, "o Brad Pitt da política".

O que é que defende? É muito activo nas redes sociais e é conhecido pelas suas cenas patéticas contra a "burocracia de Bruxelas" e os migrantes. Em Março de 2019, por exemplo, protestou contra a abolição da mudança de horário de Verão ao levar uma réplica gigante de um relógio para a câmara do parlamento da UE. Em Outubro de 2018, durante uma conferência de imprensa, foi filmado a espezinhar a decisão da Comissão Europeia de rejeitar o orçamento de 2019 da Itália com um sapato "totalmente italiano".

O Comissário Europeu para Assuntos Económicos e Financeiros, Pierre Moscovici, não aceitou muito bem e chamou a acção de Ciocca de "grotesca", escrevendo no Twitter: "Inicialmente, uma pessoa sorri e banaliza a situação por ser ridícula, mas depois habitua-se a um tipo simbólico de violência. E, um dia, acordas com o fascismo".

– Leonardo Bianchi, VICE Itália

BÉLGICA

Gerolf Annemans, Vlaams Belang

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Gerolf Annemans (right). Foto via Gerolf Annemans's Facebook.

Quem? Annemans é um dos principais membros do Vlaams Belang, o partido flamengo de extrema-direita da Bélgica.

O que é que defende? Quer lutar contra a imigração e gostaria que a Flandres fosse um estado independente, separado da Valónia. Annemans e o seu partido acham que a UE se tornou um "super estado" que só se importa com o crime internacional e a imigração ilegal. Portanto, desejam que cada estado europeu controle as suas próprias fronteiras novamente.

Quão significativa foi a sua vitória? 12.05%, uma subida de 7.8%, a maior subida de todos os partidos.

– Souria Cheurfi, VICE Bélgica


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