Comida

Como fazer o milkshake perfeito para atirar a fascistas

Combinar a humilhação pública de fascistas com uma das mais deliciosas guloseimas à face da Terra é pura poesia em movimento.
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Foto à esquerda por Drew Schwartz; foto à direita por Ian Forsyth/Getty Images.

Este artigo foi originalmente publicado no Munchies - Food by VICE.

Um bom milkshake é uma coisa terrível de desperdiçar. É realmente uma sobremesa perfeita: um casamento bebível de creme, leite e açúcar, servido batido e frio e apenas suficientemente denso para que a palhinha fique de pé. Os seus ingredientes primários e a sua fácil preparação são tão acessíveis que até mesmo os membros mais sobrecarregados e mal pagos das classes trabalhadoras podem comprar um depois do trabalho, ou fazer um em casa como uma espécie de brinde de fim-de-semana no descanso entre os turnos da escravidão capitalista assalariada.

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Os melhores batidos incluem chocolate e manteiga de amendoim (isso é um facto inquestionável, desculpem), mas há muitos outros sabores que são aceitáveis e a experimentação é encorajada. Por exemplo, o batido de banana e caramelo salgado é uma escolha de sabor pouco ortodoxa, mas inspirada, que fez a sua estreia internacional através de uma participação especial na cara do político britânico Nigel Farage.

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Photo by Ian Forsyth/Getty Images

"Milkshaking" - literalmente, a prática de usar milkshakes para, idealmente, os atirar a figuras famosas de extrema-direita, quando aparecem em locais públicos - é a última tendência que parece ter tido bom acolhimento entre os jovens anti-fascistas da esquerda britânica. Tudo começou com Stephen "Tommy Robinson" Yaxley-Lennon, o antigo líder da Liga de Defesa Inglesa, que já levou com batidos de anti-racistas em várias ocasiões. O político Carl Dean, da extrema-direita do Reino Unido - mais conhecido pelos comentários repugnantes que fez sobre violar um membro feminino do Parlamento - levou com batidos quatro vezes só este mês. Agora, Nigel Farage juntou-se a este grupo de extrema-direita que leva com leite (e com ovos) e que, desta forma, é total e completamente gozado por pessoas dispostas a abrir mão das suas preciosas taças de delícia gelada pela causa. Claro que não há desperdício se tudo isto for para combater ao fascismo.

O poder do Milkshaking está no puro ridículo da situação. Alguém te atirou um batido à cara! Um batido! Isso é só parvo! Como acção directa - um exemplo em que activistas políticos ou pessoas comuns que estão fartas do estado das coisas tomam as rédeas da situação através de meios violentos ou não-violentos - o milkshaking é eficaz e sofisticado, retirando ao seu alvo qualquer dignidade, enfatizando a ilegitimidade das suas visões nocivas.

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Ninguém se está a magoar (embora a Nova República tenha notado que atirar batidos é considerado uma agressão em algumas jurisdições). O seu absurdo é onde reside a piada e os fascistas que se encontram sujeitos a esse dilúvio cremoso tornam-se impotentes; se eles reagirem agressivamente, foram "provocados", o termo mais amado pelos piores tipos de pessoas. Se eles se sentam ali e a levar com o batido, parecem fracos. Se, como Farage, chamam a polícia (ou se refugiam na segurança de um autocarro de dois andares), parecem ainda piores - o grande e forte "homem do povo" que não conseguiu lidar com um pequeno ovo ou um bocado de leite cremoso na cara…


Vê: "Faz Shake Shack Cheesy Fries e Milkshakes em casa"


Por mais que os Piers Morgans e Ricky Gervaises e outros comentadores inúteis por esse mundo fora gostem de dissertar sobre como a esquerda está a ser desagradável e sobre o quão rude e terrível é incomodar temporariamente os homens poderosos, não deveria haver qualquer questão sobre a importância de erradicar o fascismo e de confrontar os seus agentes quando as suas cabecinhas feias aparecem entre os comuns mortais. Que o mais recente meio de o fazer envolva a humilhação pública dos racistas e uma das mais deliciosas bebidas à face da Terra é pura poesia em movimento.

Está na hora de viver deliciosamente, camaradas.

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Para fazer um milkshake delicioso, precisas de:

½ sorvete de creme de baunilha
¼ xícara de leite
Cerca de 4 colheres de sopa de calda de chocolate

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Coloca um copo no congelador para esfriar enquanto fazes o resto do batido. Aquece uma colher de sorvete levemente num copo de água quente. Nenhuma destas etapas é estritamente necessária, mas manter-te-á a bebida mais gelada e torna o processo de sacar as colheradas de gelado muito mais fácil, respectivamente.

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Coloca o sorvete na base do copo e cobre-o com leite. Carrega no liquidificador algumas vezes para incorporar tudo e, em seguida, adiciona a calda de chocolate e usa a liquidificadora até se misturar, empurrando o sorvete pelas laterais, se necessário. Se misturares durante muito tempo, a liquidificadora aquece e derrete o batido, tornando-o não ideal para beber, mas perfeito para atirar.

Ajusta a textura conforme necessário com mais leite ou sorvete, pulsando a liquidificadora após cada adição.

Retira o copo gelado do congelador e despeja o batido lá dentro. Serve (ou atira à cara de alguém, se for legal onde estejas e a teu próprio risco) imediatamente.


Nota do Editor: A VICE recomenda apenas o consumo de batidos.

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