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Música

Clean Bandit: Música Clássica, Eletrônica e o Topo das Paradas

O violinista do quarteto britânico Neil Amin-Smith fala sobre o início da banda e sua ascensão rumo ao topo das paradas.

Durante o verão passado, era praticamente impossível sintonizar o rádio e não ouvir "Rather Be", do quarteto britânico Clean Bandit. Essa música estava em todos os lugares, seja passeando pela rua, escutando música no carro ou comprando roupas. Graças a uma ajudinha do pessoal da BBC Radio 1, como deu pra ver na nossa retrospectiva de 2014, o Clean Bandit dominou os charts britânicos, mundiais e chegou à pista de dança mais próxima de você. Como que isso aconteceu? Os britânicos que se conheceram na faculdade - eles estudavam música clássica - juntaram violoncelo, violino e piano a beats no primeiro disco da banda, o New Eyes.

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Os ganhadores do Grammy de 2015

Formada por Grace Chatto (violoncelo e vocais), Milan Neil Amin-Smith (violino e piano) e os irmãos Jack (baixo, teclado, vocal e piano) e Luke Patterson (bateria), os quatro se conheceram na faculdade, em Cambridge. Quem ouvia mais música eletrônica na época era Jack e o grupo achou o pote no fim do arco-íris com aquela velha fórmula de juntar os estudos musicais aos gostos pessoais. Foi assim que em 2010, com o single "Mozart's House", eles chegaram no top 20 das paradas britânicas, mas o ouro mesmo veio no ano passado com "Rather Be", que também fez a cabeça dos novinhos no Brasil. Em 2015, eles ainda foram mais longe e conquistaram o Grammy de Melhor Gravação Dance, fizeram um show lotado no Coachella e o single "Real Love" está vendendo feito água.

Nessa semana, porém, o Clean Bandit deu uma respirada. De folga da banda, conversamos com o violinista Neil Amin-Smith por telefone sobre o que tem rolado. "As coisas não mudaram tanto desde o Grammy, mas tem sido ótimo pra gente!", diz todo empolgado. "Estamos bem ocupados em turnê, fazendo shows, mas eu estou muito feliz mesmo por estar de folga por enquanto (risos)". Ele também confessou que o grupo vai fazer uma pausa durante o mês que vem por um motivo bem justo. "Vamos parar a turnê em maio e teremos o mês todo pra trabalhar no nosso segundo álbum".

Da direita para esquerda, Neil Amin-Smith, Luke Patterson, Grace Chatto e Jack Patterson.

O ritmo de trabalho dos caras é frenético. "Praticamente não consigo mais lembrar o que a gente costuma fazer quando não está em turnê, porque estamos há muito tempo vivendo assim", conta Neil. "Eu, particularmente, gosto de ver meu namorado e meus amigos… É bem difícil estar com essas pessoas o tempo todo". Depois do descanso, o Clean Bandit volta a se apresentar – e não descarta uma paradinha no Brasil. "Por enquanto não temos nada planejado, mas tem chances de tocarmos na América do Sul mais pra frente. Espero que a gente consiga!", diz o violinista.

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Mesmo com a agenda lotada, Neil tem prestado bastante atenção na música eletrônica atual e ficou feliz com a ascensão de outros gêneros que não são tão fáceis de encontrar nas listas por aí. "O house ganhou um certo respeito e começou a entrar mais nos charts, se você comparar às outras coisas mais comerciais e que não soam tão interessantes assim", analisa ele enquanto diz admirar muitão o Disclosure, o Years & Years e o Kevin Garrett.

A única coisa que talvez o quarteto não esperava nessa fase tão boa fosse entrar numa "treta" gratuita com os conterrâneos do Kasabian. O guitarrista Sergio Pizzorno duvidou da capacidade do Clean Bandit de fazer sua própria música. Resultado, Jack Patterson prometeu cair na porrada com os então rivais durante o Coachella. "Eu não tive muito a ver com isso, acho que o Jack e o Luke estão mais envolvidos nessa história", conta Neil. "Acredito que o Kasabian, especificamente o Sergio [Pizzorno] disse que nós não escrevíamos nossas próprias músicas, mas acho que ele só não sabia muito sobre a banda porque a gente realmente escreve [nossas letras]. De qualquer forma, não tenho algum tipo de animosidade com ele (risos)". Até aqui, nenhum dos envolvidos na treta saiu com um olho roxo. Melhor assim.

"Não tenho um problema com isso [não escrever as próprias músicas]", garante Neil. "Pra mim é tipo, se eu ouço uma música que eu gosto é só o que importa. Não fico pensando muito além. Gosto de músicas que me façam sentir algo". Considerando todo o feedback positivo que o Clean Bandit recebeu desde que alcançaram uma boa visibilidade, o estilo eletrônico/clássico dos caras fez seu público sentir uma vontade louca de dançar. E na real, é isso que importa.

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