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Música

Ouça uma mix exclusiva do Leonardo Ruas

O idealizador da 'tīmləs fala ao THUMP sobre a edição especial da festa, em parceria com a festa disco Shake, que acontece nesse sábado (26).

A 'tīmləs (lê-se "timeless") não é uma festa de house qualquer. Criada pelo DJ Leonardo Ruas e pelo produtor Lincoln Fittipaldi, a festa acontece durante a tarde, permite a entrada de crianças e oferece café-da-tarde; tudo isso pra deixar o protagonismo àquela que o merece: a música. Com os decks comandados pelo próprio Leonardo e alguns DJs conhecidos do tech house de São Paulo (como Ney Faustini e Rafael Moraes, residentes na D-Edge) a experiência lúdica de tempo passando devagar, sensações à flor da pele e conexão do corpo com a alma são as principais propostas da 'tīmləs.

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Para já nos dar um gostinho da próxima edição da festa, que acontece nesse sábado (25) no Quintal da Bela, em São Paulo, o Leonardo Ruas fez uma mix exclusiva para o THUMP. Trata-se de uma edição especial da 'tīmləs, que acontecerá em parceria com a festa Shake, de disco, soul e funk; contando com sets de Samuel Subcultura e o grande Marky. Pra celebrar essas origens, Leonardo fez a mix apenas com LPs "raros". Ouça-a enquanto lê a entrevista com Leonardo sobre a 'tīmləs e as semelhanças entre o house e a disco:

Por que você decidiu fazer uma mix só com discos de vinil? Você utiliza muito os LPs no seu trabalho?
Leonardo Ruas: Eu sou completamente apaixonado por vinil, gosto do fato de ele ter história (a maioria dos meus discos tem mais de 30 anos), do ritual de tirar da capa, por no toca disco e encostar nele, é uma questão bem pessoal. Esse mix eu gravei com discos raros, no começo ele chamava "boa sorte com o shazam", rs. Alem de querer mostrar musicas que considero lindas ao público, gostaria que o mesmo interagisse. Sinto falta disso!

O mundo digital facilitou demais as coisas, às vezes considero que o caminho difícil é o mais gostoso. Lembro a dificuldade que era encontrar o nome de determinadas musicas que o DJ tocava, para isso era preciso não ter vergonha e ir perguntar, muitas amizades surgiram assim! Sou super disponível para falar nome de música, trocar arquivos, esse mix tem esse objetivo, se gostar me pergunte!

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Você teve alguma inspiração ou seguiu um conceito específico pra fazer essa mix?
Fiz uma viagem para NYC e acabei indo ver vários ídolos tocar, fiquei decepcionado com alguns e surpreso com outros, e os que me surpreenderam me inspiraram a procurar discos que outras pessoas não tocam, garimpar de verdade… Acordei nos dias seguintes e passei o dia — literalmente o dia inteiro — ouvindo discos "white label", em sessões menos óbvias, aquelas que ficam no chão, etc. Muitos discos dessa mix vieram dessa viagem.

O desafio foi achar discos que refletem minha identidade como DJ, que fossem raros e que não estivessem no mercado digital (estou falando da maioria das tracks, algumas são relativamente fáceis de achar). Gostei do resultado!

A 'tīmləs tem uma proposta diferente: acontece durante o dia, permite a entrada de crianças, etc. Qual a diferença que isso faz no consumo da música? As pessoas conseguem se soltar tanto quanto fariam numa festa "típica"?
Eu acho que até mais… A galera que frequenta dança muito!

A 'tīmləs nasceu para ser um ambiente familiar, não só pelo fato de poder entrar crianças, mas tenho um sonho de fazer uma festa onde todos são amigos, não amigos de longa data, amigos de festa… Aquele camarada que você não tem ideia da onde mora, no que trabalha, mas que você encontra uma vez por mês na pista de dança e trata ele como melhor amigo. Música para mim é isso, é sentimento, música une.

Quando surgiu a ideia de fazer uma festa mista 'tīmləs e Shake? Como, pra vocês, tanto o som quanto o público do house e da disco se relacionam de maneira a criar uma festa coesa?
Uma coisa não vive sem a outra, house veio da disco, disco está em alta hoje em dia e tocar house clássico também! Tem muita relação entre si. As festas são irmãs, vai ser bem interessante começar tocando disco, soul e funk (onde tudo começou) e chegar na musica contemporânea. O público das festas é praticamente o mesmo, o que facilitou. Queremos que as pessoas reflitam na seguinte frase: música boa é música boa, dance.

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