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Música

​Cinco das bandas que vais querer ouvir em 2016 tocam na final do Termómetro

Termómetro é um concurso criado, organizado, dirigido, apresentado e várias vezes reformulado, pelo ultra-hiper-mega activo Fernando Alvim.

Parece coisa saída directamente dos anos 80/90 do século passado. Um concurso nacional de novas bandas. Não havia paróquia que não tivesse um. De Música Moderna, dir-se-ia à época. Pois, parece e, na verdade, é um bocadinho.

O Festival Termómetro vai já na vigésima primeira edição, mas, ao contrário da esmagadora maioria dos seus pares, não só não definhou, como continua a ser um importantíssimo marco no panorama musical português.

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Criado, organizado, dirigido, apresentado e várias vezes reformulado, pelo ultra-hiper-mega activo Fernando Alvim, é um concurso - em tempos "unplugged" - por onde passaram nomes então desconhecidos, ou pouco mais que referenciados fora de pequenos círculos, como Dj Ride, Capicua, Noiserv, Mazgani, Ornatos Violeta, David Fonseca com os seus Silence 4, Ana Bacalhau, Salto, Richie Campbell, Black Mamba, Blind Zero, Alex D'alva Teixeira, Quelle Dead Gazelle…Torna-se óbvio que parte da história da música moderna lusitana das duas últimas décadas teve no Termómetro um trampolim.

Alvim explica à VICE o porquê da longevidade deste, e do desaparecimento de praticamente todos os outros: "Porque os outros festivais de novos talentos eram maus e o nosso tem provado que é credível. E que é exigente. E que se preocupa com as bandas, com a selecção dos locais onde se realiza cada uma das eliminatórias, com o som, com as condições que damos aos artistas, enfim, só assim se explica que as bandas queiram ainda participar. De resto, já ninguém participa apenas com o objectivo de ganhar. Nada disso. As bandas participam para conhecerem outras bandas, para tocarem ao vivo num sitio onde sabem que vão estar muitas pessoas e depois, a cereja no topo do bolo, é passarem a eliminatória e irem à final."

A final da edição XXI é já este sábado, 12, às 22h30, no novíssimo Maxime sur Mer, em Lisboa, e em palco medem forças Paraguaii, ZORRA Project, Whales, Lotus Fever e Horse Head Cutters.

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Todos venceram as eliminatórias em que participaram, com excepção da última formação que foi considerada o melhor segundo lugar e é assim convocada a participar. Cinco bandas que mostram um leque variado de estilos e que, de facto, são um mostruário bem fiel quer da qualidade da música feita em Portugal este ano, como das muitas surpresas que 2016 traz no regaço.

Da viagem espacial dos Zorra Project, com math-rock e free jazz em sessão de cachaporra em local apertado, à surpreendente pop-psico-tropical-com-travo-a-qualquer-coisa-que-às-vezes-parece-blues-agreste dos Paraguaii, à frescura da juventude dos leirienses Whales (cuja anterior encarnação incluía nas fileiras outra das grandes expectativas do ano que aí vem, Surma, projecto a solo de Débora Umbelino que não está aqui, mas podia estar), ao rock-pêlo-na-venta dos conterrâneos Horse Head Cutters e dos Lotus Fever. Vai ser renhido.

Este ano a itinerância foi assumida de corpo inteiro e o Termómetro passou por Porto, Braga e Leiria, regressando agora à capital. Uma fórmula de sucesso que deverá continuar no futuro, tal como o próprio evento. "Enquanto perceber que há novas bandas com indiscutível qualidade a aparecer, faço. Quando perceber o contrário, não faço", é trigo limpo farinha amparo, assegura Fernando Alvim.

O prémio para a banda vencedora é a actuação ao vivo no Festival NOS Alive, também no Festival Bons Sons, 20 horas de estúdio e um videoclip cuja realização é assegurada pelo Centro de Inovação da RTP. A final é transmitida em directo pela Antena 3 e do júri fazem parte nomes como Henrique Amaro, Vitor Belanciano, Nuno Galopim, Nuno Calado, Pedro Paulos, Nuno Dias e este vosso.