Música

YouTube Entra na Dança das Assinaturas – Entenda o que Isso Significa Para os Ouvintes

Que momento caótico para o mundo da mídia online — especialmente para a música! As dores de dente contínuas do Soundcloud, que tomam o site à medida que ele se muda para um modelo monetizado, são o assunto da vez. O Spotify, por outro lado, anunciou recentemente um aumento de 25% de usuários nos últimos meses, enquanto artistas de pequeno e grande porte reclamam dos royalties que retornam às suas contas bancárias. O YouTube agora entrou na dança da assinatura. Ontem, o canal anunciou planos para lançar uma plataforma paga daqui a poucas semanas. 

O serviço, entitulado YouTube Music Key, custará entre 7,99 e 9,99 dólares e oferecerá músicas e clipes sem propagandas, com o atributo extra de acesso offline ao conteúdo. A assinatura também permitirá acesso à empresa-mãe do YouTube, isto é, os serviços de música da Google Play, uma biblioteca com mais de 22 milhões de faixas (nem todas são gratuitas). 

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A implementação do serviço foi alavancada depois que o Google fechou negócio com a Merlin Network, uma agência de direitos autorais que representa (segundo o release da empresa) mais de 120 mil selos independentes, agregadores e representantes de direitos ao redor do mundo. No âmbito da música dance, eles lidam com todo mundo, da Ninja Tune à Armada Music, gravadora do Armin van Buuren. Parece que as negociações foram árduas, mas agora o YouTube tem acesso a 20 milhões de faixas pertecentes à Merlin — além de acessos garantidos por acordos com a Universal, Sony e Warner. 


Uma das primeiras artes para o YouTube Music Key.

O contrato com a Merlin em particular estende o debate da monetização à cena underground. As bibliotcas do Spotify são limitadas em termos de músicas mais obscuras, e o SoundCloud ainda está nos primeiros passos para assinar acordos com grandes gravadoras e artistas independentes, discutindo questões de publicidade, mas as plataformas de propaganda do YouTube agora oferecem acesso a um conjunto de mídia muito mais profundo do que os concorrentes. Se bobear, em breve, você estará assistindo a comerciais logo antes de ouvir as músicas mais anticomerciais. 

Mas o que isso significa para você, jovem aficionado por beats, com pouco dinheiro em mãos? Se você conseguir tolerar as propagandas, ainda poderá escutar ou ver o que quiser no YouTube. É bem previsível como, em um futuro próximo, a voracidade da publicidade em plataformas gratuitas aumentará, ao passo que o YouTube tentará empurrar os usuários à assinatura.  

Numa escala maior, o faroeste da mídia online está chegando ao fim. Do Napster ao Spotify, ouvintes gostam mesmo é de liberdade (piada proposital) em consumo de música. Agora que a população toda está devidamente se habituando a plataformas como o SoundCloud e o YouTube, os modelos de negócio que todo mundo usa clama por uma monetização agressiva. É o que temos acompanhado nos últimos meses.

Então, tem alguém aí trabalhando em um novo aplicativo de música pra gente?

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Tradução: Stephanie Fernandes