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Milhões de Festa

O Milhões acabou e tu estás deprimido

Adapta-te à nova realidade com a ajuda destas cinco fases.

O Milhões acabou. É verdade que já passaram uns dias, mas aposto que ainda estás a curar mil ressacas diferentes, que ainda tens uma mala cheia de roupa suja para ignorar e uma realidade à qual tens de voltar. Não há fórmulas para curar isto, vais ter de passar por todas as fases, e o melhor é aceitares isso. Faz parte do pacote. Para te ajudar a lidar com a dor, fiz uma adaptação do modelo Kübler-Ross dos festivais. Presta muita atenção. FASE 1: NEGAÇÃO
“Ainda há mais afters”, ou “não estou cansada, só preciso de mais um shot”. Quer sejas a pessoa que está a dormir no after ou quer faças parte do grupo de burros que está a tentar beber finos enquanto o pessoal desmonta o recinto e os manos dos aspiradores fazem lixo esvoaçar à tua volta — estás em negação. Devias ter ido embora há duas horas quando o festival acabou. FASE 2: RAIVA
“Não deviam esvaziar o campismo ao meio-dia!!!” Pá, ao menos ultrapassaste a negação. Compreendo que é complicado quereres ir curar a ressaca ao dormir dois dias seguidos, mas, se calhar, a tua cama em casa é mais fixe do que a tenda. Os teus amigos não são uns filhos da puta porque foram todos embora às nove da manhã enquanto tu querias ficar no after até às 14h. Não sejas um anormal. FASE 3: NEGOCIAÇÃO
“Vou embora depois de mais dois finos”, ou “dava tudo por mais um dia”. Estás a ceder à esperança de que se calhar ainda te estás a divertir. Se calhar ainda vais a tempo de ligar para o patrão a pedir mais um dia de férias. Tudo tem um fim, mais vale saíres enquanto estás em alta. FASE 4: DEPRESSÃO
“A vida é uma merda chata e sem bandas a tocar de fundo.” É verdade, a vida é mesmo uma seca, especialmente quando não tens um DJ a passar alto som para disfarçar. Mais vale aceitares isso e virares-te para a felicidade das pequenas coisas — tipo aquela foto que apareceu de ti na piscina e te lembrou de que até tens um rabo brutal. FASE 5: ACEITAÇÃO
“Acabou, para o ano há mais.” Já sabias que ia acontecer, até sabias o dia. Acabou mesmo e agora estás em casa a olhar para aquela marca branca no pulso onde em tempos estava aquela pulseirinha de tecido. Aceita que todas as experiências que viveste ganham valor pelo facto de serem todas únicas e tenta ver o que tiraste de bom de TUDO. TUDO. Roubaram-te a carteira? Caga nisso, as posses materiais só servem para te distrair do que realmente importa. Tipo a internet, sei lá. Agora é a altura de aceitar os conhecimentos de civilizações ancestrais e praticar rituais de purificação: deita fora tudo. É tudo lixo, essas senhas de bebidas já não valem dinheiro (muito menos bebidas). Deita-as fora e vai fazer uma limonada. Fotografia por Rebeca Bonjour