Pra ficar tudo tranquilo e favorável, legalizaram o rolezinho no Ibirapuera
Foto: Pedro Chavedar​​

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Pra ficar tudo tranquilo e favorável, legalizaram o rolezinho no Ibirapuera

Com segurança pra tudo quanto era lado, distribuição de camisinha, teste de HIV, narguilés e muita selfie, o rolezinho legalizado rolou no Parque do Ibirapuera no último domingo (28).

Rolou no último domingo (28), no Parque do Ibirapuera, na cidade de São Paulo, o Rolezinho da Cidadania, ou seja, o mesmo rolezinho que a galera sempre fez só que agora com o aval da Prefeitura e organizado pela associação A Voz do Brasil. Em janeiro, um dos eventos que aconteceu lá terminou com a trágica notícia de que duas meninas foram estupradas.

Desta vez, pra ficar tudo tranquilo e favorável, tinha segurança para tudo quanto era lado, carros da Guarda Civil Metropolitana, palco no estilo Virada Cultural, distribuição farta de camisinhas, testes gratuitos de HIV e mesa de som boladona.

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Foto: Pedro Chavedar

E, claro, muita molecada cheia de estilo, com direito a tênis da King, óculos Juliet, camisetas da Quicksilver, mãos para o alto fazendo o famoso sinal do Ronaldinho e, óbvio, várias selfies.

Foto: Pedro Chavedar

O apoio da Prefeitura surgiu depois de muitas reclamações. A Associação Rolezinho a Voz do Brasil, presidida por Darlan Mendes, reuniu-se algumas vezes com os órgãos municipais para organizar o evento.

A ideia era ter um espaço oficial para que menores de idade pudessem se encontrar e curtir. Exatamente por isso, bebidas alcoólicas estavam proibidas e isso foi batido e rebatido insistentemente pelos organizadores, também adolescentes.

Tudo acontecia atrás da Marquise do Ibirapuera. No meio do gramado, adolescentes se acotovelavam e se amassavam nas grades para presenciar o encontro de Youtubers famosos, como Matheus Yurley, Letícia Xavier e Danilo Vieira.

Foto: Pedro Chavedar

O clima era de guerra por uma selfie perfeita. Os youtubers trajavam roupas descoladas, óculos escuros, mostravam seus dentes brancos, faziam corações com as mãos, distribuíam beijos e fotos autografadas.

Foto: Pedro Chavedar

Os gritos e o empurra-empurra só acabaram quando o locutor disse que todos os youtubers iriam para o outro palco. Em segundos, tudo se esvaziou.

Foto: Pedro Chavedar

E era ali o núcleo central do Rolezinho da Cidadania. Centenas de jovens se espalhavam por um espaço relativamente grande. De um lado, dezenas de banheiros químicos. Ao fundo, o palco. Ao lado, um carro trazia informações sobre o movimento LGBT. Do outro, uma ambulância fazia, gratuitamente, um exame de HIV – esse, lembrado insistentemente pelo locutor do evento que, ao som do hit "Tá tranquilo, tá favorável", trazia um jingle da campanha. No meio disso tudo, a juventude.

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Foto: Pedro Chavedar

Os homens, em sua maioria, estavam sem camisetas. O calor estava de matar. E eles expunham suas tatuagens com nomes de mulheres, correntes pesadas, os músculos e suas cuecas de marcas. Os tênis eram das mais variadas cores e modelos. No rosto, alguns ostentavam os tradicionais óculos escuros espelhados. Ao redor dos grupos, os narguilés davam o ritmo da tarde. Selfies eram feitas o tempo todo. Vários gravavam vídeos.

Foto: Pedro Chavedar

As meninas trajavam pequenos shorts jeans e blusas justas e curtas. Outras estavam no estilo da funkeira Tati Zaqui: camisetão até o meio da coxa, tênis alto e boné de aba reta, além de tatuagens e piercings.

O clima era de azaração e parecia ter uma certa logística, por incrível que isso pareça. Os homens ficavam parados em seus grupos e as mulheres dançavam sensualmente com suas amigas. Se algo pudesse dar match, bastava um olhar discreto e o sinal estava dado. Mas ainda existiam aqueles que ziguezagueavam pelo espaço com olhos de lince atrás do sexo oposto.

Foto: Pedro Chavedar

No palco, os famosos da internet se revezavam com os MCs Menassi, Davi e Nando DK, além dos DJs e apresentadores oficiais do evento. O som que rolava era predominantemente o funk. Quando as batidas começavam, os corpos se mexiam numa transe quase que natural.

Tudo era embalado pelas repetições insistentes dos hits do momento como "Baile de Favela", "Metralhadora" e "Água na Boca".

Curta mais fotos do rolezinho no Ibira abaixo:

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Foto: Pedro Chavedar

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