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Música

Êta Porra: Amiri

E aos 45 do segundo tempo de 2011 eis que surge a pancada "Êta Porra", o primeiro lançamento do jovem Amiri.

E aos 45 do segundo tempo de 2011 eis que surge uma nova aposta pro rap brasileiro. A pancada "Êta Porra" é o primeiro lançamento do jovem Amiri, e quem apresentou pro mundão foi o MC (e arquiteto do hip-hop, mas isso é papo pra outro dia) Kamau na noite de sexta-feira. Com rimas de batalha e refrão esperto, numa levada agressiva e onomatopéica, o MC de 22 anos mói a batida modernaça que ele mesmo fez. Em poucos minutos a intelligentsia do rap brasileiro replicava o link em todas as redes sociais possíveis, no sábado o single já figurava com destaque nos sites especializados, e hoje o som já conta com mais de cinco mil plays no Soundcloud – bem impressionante pra uma estreia. Troquei uma ideia com o MC de 22 anos da Vila Borges, Butantã, ó só:

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Amiri

VICE: Você subiu seu primeiro som, o Kamau postou no Facebook e no Twitter e de repente tava todo mundo falando. Você esperava essa reação?
Amiri: É quente… Não esperava, mas achava que se um dia ele escutasse, ele não fosse gostar.

Mas você suspeitava que o som ia bater assim? Passou de dois mil plays em dois dias, isso que um dos dias era sábado, com menos gente online que durante a semana.
Esse é o primeiro som oficial que soltei. Já tinha postado dois outros que tinham tido uma receptividade boa, mas com essa música foi bem maior! Eu nem imaginava.

Te escutando, imaginei que você tenha se criado nas batalhas e rodas de free. Foi isso mesmo?
Eu já escrevia músicas antes, depois que comecei a colar na batalhas de MCs. A primeira batalha conhecida que comecei a ir foi a Batalha do Santa Cruz, depois fui pra Rinha [dos MCs], Batalha do Conhecimento, Batalha da Arena, Batalha do Beco, participei do Troféu Brasil que o Maomé [da ConeCrew] está organizando… Sempre que possível vou nas batalhas.

"Êta Porra!" vai ser um EP? Conta mais, fala também das batidas que você tá usando e vai usar.
Isso, Êta Porra! é o nome da EP que terá nove faixas, com sete delas produzidas por mim mesmo, as outras duas em beats gringos que são musicas não-oficiais. Quando tive a ideia do EP foi quando já nas batalhas de MCs a rapa perguntava se eu tinha algum som na net e tal, e eu fiquei a fim de mostrar algumas coisas, tive a ideia de gravar alguns sons em casa e divulgar ali entre nós mesmo na net. Aí rolou de eu entrar pra SomSujo, e achei que seria um veículo legal pra mostrar pra mais pessoas a minha música. Mas era uma ideia bem menos madura, bem mais simples antes.

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Mas você também tem um grupo, certo?
Exato, faço parte dum grupo chamado DiQuintal com meus manos Fabio Boca e Lucas Latif.

E no seu trampo solo qual é a diferença? Do que escutei, você é mais agressivo no solo.
Na real eu mudei desde as músicas que temos no DiQuintal pras minhas músicas do EP. Acho que essa é a diferença, tenho me encontrado cada vez mais enquanto MC, vi que isso trouxe uma diferença muito grande entre as rimas antigas e as de agora. Posso te dizer que nas de hoje me expresso mais livremente.

Achei legal demais você citar o Amiri Baraka e seu vulgo ser inspirado nele. Nas resenhas da VICE temos um Amiri Batata por causa dele, e temos um Deivide Gueto também!
[Risos] Na real o nome não veio do Amiri Baraka. É uma longa história, mas digamos que o Tupac Shakur que me deu esse nome, olha a responsa [Risos]. Quando eu era muito novão entendi uma rima dele na "Dear Mama" que ele chama a mãe dele de Rainha Negra, e de lá pra cá sempre fiquei nessa admiração de mamãe rainha com relação à realeza africana e tal. Eu piro em nomes africanos e um dia achei esse nome que significa príncipe em Swahili. Mas acho louco as resenhas do Amiri Batata [Risos]. E ali eu cito que sou Amiri igual ao Amiri Baraka em relação a fazer poesia, essa fita.

Pra quando é o EP?
Eu queria que ela ja tivesse saído, mas não passa de janeiro!

Fiquem atentos, irmãos.