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O Franquelim Alves só é empreendedor desde que nasceu

Deixem-no em paz e sigam o seu exemplo.

Há coisas que não consigo compreender. Polémicas, indignações: nós ficamos chateado com tudo. A mais recente discussão é aquela sobre o Franquelim Alves. Será que ele é mesmo a pessoa certa para ser o Secretário de Estado do Empreendedorismo? Não tenho dúvidas disso. Está provado que o gajo sabe vender o seu personal marketing — mesmo que seja tudo uma treta. Bem, quem nunca aldrabou no CV que mande a primeira pedra (ok, podem parar, se não isto fica a parecer a calçada da Assembleia da República de há uns meses). Não fica bonito ir a uma entrevista do nosso trabalho de sonho com um currículo manchado por três meses num call-center precário. Em vez disso, mais vale embelezá-lo com umas tretas que ninguém se vai dar ao trabalho de confirmar. Criaste uma página do Facebook? Foste um “Community Manager”, com altos níveis de treino, empenho e proactividade. Mas, quanto ao Alves, o único problema foi alguém se ter lembrado de fazer as contas: e ainda dizem que somos maus a matemática. Puff, o Secretário do Estado do Bate-punho foi desmascarado. Afinal, parece que começou a trabalhar aos 16 anos numa empresa que ainda nem sequer existia. Isto é, se vocês encararem isto do ponto de vista negativista — mesmo à português. Se pensarmos bem, o gajo é um visionário: este puto beto, em vez de se meter na droga, já andava a preparar a possível criação da Ernst & Young. E tudo sem receber um tusto. Andam vocês, os designers e muitos outros, a maldizer os estágios não-renumerados? Pumba, lá está o Franquelim a dar-vos uma lição de empreendedorismo. Bem, na verdade, não percebo bem o que faz o Secretário de Estado do Empreendedorismo, mas aposto que tem um telefone vermelho que liga directamente ao Miguel Gonçalves. Só não percebo o porquê de, na política, o pessoal (com a fama que tem de mentiroso) não ter conseguido desenrascar-se desta situação. Franquelim, só tinhas de dizer: “Ih, foda-se. Foi sem querer. Juro foi sem querer. Foi o meu sobrinho, que é todo dos computadores, que passou isso a limpo. A sério! Juro que não foi de propósito. Desculpem… Pá, já pedi desculpa, não acontece outra vez, está bem?” E nunca mais se falava nisto.