O Teiú será seu DJ preferido e ele só tem 13 anos
DJ Teiú no conforto do lar. Foto: Felipe Larozza

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O Teiú será seu DJ preferido e ele só tem 13 anos

Davi Lopes nem terminou a escola, mas já apavora com seus sets hip hop/funk/balanços 100% vinil. Escute uma mix exclusiva que ele preparou para o Noisey.

Davi Lopes de Oliveira Silva, conhecido no rolê dos turntables como DJ Teiú, anda sob o nosso radar faz um tempo (mas não muito). Aos 13 anos, o menino já é um verdadeiro fera nas mixes de black music com vinil. Enquanto o pai dele, o DJ Komodo, se enveredou pelas brasilidades com o Rabo de Galo Sistema de Som, Teiú detona especialmente na seara dos raps. Ele toca desde os 9 anos, e apurou a sua técnica como convidado de honra em todas as edições mensais das festas do Rabo de Galo. Começou a se apresentar com mais frequência mesmo no ano passado, e neste fim de semana, será atração de dois eventos quentes em São Paulo. Com Zegon, no Poke Club, sábado (23), e domingo na festa de lançamento da colab entre a Storvo e a ÖUS.

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"Meu interesse pela discotecagem surgiu de uma forma bem natural", conta ele sobre como entrou nessa. "Tive contato desde pequeno com diversos tipos de música, sempre teve muito vinil e toca-discos em casa, e desde então me interessa todo o universo da música." Depois de algumas primeiras experiências discotecando com o auxílio do pai em casa, ele se recorda de quando chegou a vez de estrear segurando a onda na pista. "Na primeira vez que eu toquei em público, tecnicamente eu já tinha uma noção. Só fiquei um pouco nervoso, mas consegui relaxar e me divertir. E foi um bom set. A partir daí fui ganhando confiança e treinando cada vez mais", diz.

Além da óbvia influência do pai no manejo das bolachas, Teiú aponta outros dois nomes de suma importância no seu desenvolvimento artístico: o KL Jay e o Qbert, mestre californiano do turntablism. "O Kl Jay me inspira na versatilidade e na performance, já o Qbert foi minha primeira exposição à técnica do turntable e fiquei impressionado", revela. Uma curiosidade é que foi pela visão do DJ do Racionais MCs que ele fez a sua primeira virada, aos cinco anos de idade. "Essa fita foi no casamento da minha tia", lembra. "Ele me viu assistindo, me chamou, e me ajudou a virar uma faixa. Fiquei com aquela memória até de fato começar a discotecar uns anos depois."

O amor pelo vinil e os toca-discos não impediram o garoto de integrar uma interface digital a seus aparatos de som. "Comecei usando apenas vinil, mas há pouco tempo comecei a usar o Serato, que faz com que seja possível tocar músicas do computador por meio de vinis. Minha plataforma preferida continua sendo o vinil, mesmo assim."

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Foto: Felipe Larozza

As discotecagens dele costumam variar bastante, entre pérolas do rap nacional, vertentes do hip hop golden era e atual, e até um funk paulista/carioca. Algumas coisas, no entanto, são de lei nos sets, a exemplo de Kanye West, Dr Dre e A$AP Rocky, entre os gringos. Entre os nacionais, BK, Bril, Sain, DJonga, Clara Lima, Febem, D2, Black Alien, Racionais e Sabotage são alguns dos nomes. "Curto esses artistas pelas suas formas diferentes e inovadoras de produção e rima, e também porque foram os primeiros contatos que eu tive com o rap", revela Teiú.

Com esta bagagem, ultimamente vem aumentando o ritmo de suas apresentações por São Paulo. Até aqui, além das festas do Rabo de Galo, ele quebrou a banca em lugares como Casa Brasilis, Disjuntor, Supernova, e no aniversário de cinco anos da Free Beats, entre outras festas e picos. Fora de Sampa, ele já tocou no Rio de Janeiro, no Rivalzinho.

Entre os momentos mais marcantes já vividos por ele atrás das picapes, o adolescente cita a primeira vez que experimentou com o Serato na Free Beats. "Foi uma experiência diferente, porque com o Serato eu pude fazer um set menos limitado do que só com o vinil. A liberdade que essa ferramenta me deu fez muito bem para meus sets e para mim como DJ."

Sobre o nome artístico "DJ Teiú", quem assiste Animal Planet com certeza já fez a associação. Aos leigos em matéria de mundo animal, ele explica: "O nome veio de uma amiga da minha tia, a Joana. Ela deu a ideia porque meu pai é o DJ 'Komodo', que é um tipo de lagarto grande, e o Teiú é um lagarto da mesma família, só que de menor porte."

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Foto: Felipe Larozza

Tirando a música, as outras coisas que fazem a cabeça do DJ são cinema e o basquete — não que ele pratique esportes, mas curte acompanhar. No momento, o foco é nos estudos musicais. "Estudo música com o Tiago Frugoli, e com isso estou começando a produzir alguns beats. Pretendo lançar algumas faixas para o público em breve", adianta.

Em nossa entrevista, DJ Teiú não esconde a empolgação de que anda há dias especialmente ansioso pelas festas deste finde, eventos que acredita serem divisores de água nesse começo de carreira. "Minhas expectativas são bem altas porque a Storvo é uma marca que eu gosto muito e faz um bom tempo que estávamos falando em tocar lá", comenta. "Acho que vai ser importante tocar lá porque vou ser apresentado a outro público, para o qual eu não estou acostumado a tocar. Sem falar que também vai ser uma honra tocar com um DJ do calibre do Zegon no Poke Club."

Até hoje, Teiú não havia compartilhado nenhum set online. De presente para os leitores do Noisey, no entanto, o menino prodígio dos toca-discos preparou a mix abaixo, como uma amostra do seu trampo. Valeu a preza, maninho!

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