Respondemos as perguntas que os brasileiros mais buscaram no Google em 2017

Outro dia um amigo comentou, no almoço, que ele e a namorada não recorreriam mais ao Google durante as conversas. Era um acordo meio radical: se pintasse dúvida de nome de música ou quais eram os filmes anteriores de certo diretor, não apelariam para a resposta fácil. O plano era deixar a conversa mais humana e menos robótica, mas nenhum deles aguentou uma noite sem confirmar como se falava Polônia em inglês.

Estamos todos nessa co-dependência. Ontem mesmo pesquisei "suar na academia emagrece" e fui contemplada com outras perguntas oferecidas pelo buscador que me fizeram gugar e gugar sobre assuntos relacionados minutos a fio. Quando me dei conta, já era noite e eu ainda não tinha feito esta matéria aqui sobre as questões mais procuradas no Google pelos brasileiros.

Caso você não tenha visto, na semana passada, a empresa liberou mundialmente quais foram as coisas mais procuradas em 2017 em cada país, mas não deu nenhuma respostinha. Para sanar alguma delas, o Motherboard permitiu que eu escolhesse algumas das mais cabeludas dúvidas nacionais e respondesse pra vocês.

Passei muitos dias da minha vida olhando o Instagram dos outros e pensando que #TBT era um acrônimo para “turn back time” [“voltar no tempo”, em português], já que as pessoas sempre postavam fotos antigas ou de outros dias com essa hashtag. Mas a real é que significa “throwback thursday”, que nem tem uma tradução plausível em português, mas que quer dizer “hoje é quinta-feira e você pode postar uma foto de outro dia, outro ano, outra década”. Meio foda-se, né?

Eu odeio slimes. Eu odeio o fato daquele bagulho nojento que conhecíamos como “geleca” quando crianças ter voltado por conta da profusão no Instagram e que existam tantos youtubers publicando vídeos de como fazer slimes. Esse negócio é, basicamente, uma gosma gelatinosa que você fica apertando sem nenhum objetivo. Existem milhares de receitas que envolvem cola branca, bórax, bicarbonato de sódio, espuma de barbear e corantes. Tem slime de ouro, de prata, transparente, de unicórnio, um saco.

Basicamente, basta não comer. Você pode ficar hipoglicêmico, desmaiar, ter um mal súbito ou simplesmente seguir sua vida normalmente, como um monge budista contemplativo e de estômago vazio. A real é que essa coisa de jejum intermitente é uma prática milenar que voltou a se popularizar com blogueiras e blogueiros fitness em geral, que passam oito, 10, 12 ou até 14 horas sem ingerir nadinha. O importante é saber que o bang não funciona pra todo mundo e pode dar ruinzaço. Por isso, parabéns ao sábio brasileiro que guga “o que é jejum intermitente?” antes de passar horas brocado de fome.

Você gosta de mamão? Foi com essa piada de tiozera ao vivo na televisão que o jornalista Evaristo Costa se tornou um meme. Agora, saber por que o cara vazou da TV Globo depois de 22 anos e ainda entrou com advogado pra meter a emissora no pau pode ser um mistério. Diz Evaristo que está tirando um sabático. Coisa de gente rica. Recentemente, pedi uma entrevista para ele pelo Twitter e o mesmo declinou, afirmando estar desfrutando de seus dias de regozijo. Ou seja: Evaristo saiu do Jornal Hoje porque é rico, não precisa trabalhar e, como exibe em seu Instagram, está rodando o mundo. É o que podemos supor. E tá errado?

Quem não assistiu a última novela das nove (será que o leitor VICE millennial vê novela?), nem sabe quem é Zeca. Basicamente, era um ator mediano interpretando um paraense que dava uns pegas nas personagens da Isis Valverde e da Paolla Oliveira. Zeca caiu numa emboscada, foi acusado de tráfico de drogas e viu o sol nascer quadrado. Mas a questão que fica é: estaríamos todos falando do mesmo Zeca?

Despacho pequeno? Macumbinha? Errouuuu. Além de ser o nome de uma das músicas que mais tocou no Brasil este ano e no mundo (tem mais de quatro bilhões de visualizações no YouTube), é uma palavra cuja tradução remete à “devagarzinho”. Desde que comecei a escrever este texto estou com "Despacito" na cabeça. Eu não aguento mais. Eu não aguento mais!!!!!!!!!!

Primeiro de tudo, virem essa boca para lá. O Brasil nunca teve furacão, isso é verdade, mas isso não exclui a possibilidade de termos um. É bem difícil ocorrer? É, mas não é impossível. Para rolar um furacão por aqui, conforme explica essa matéria da BBC, um dos fatores é que a temperatura das águas esteja acima de 27 graus. Aqui no Brasil, acredite, as águas dificilmente chegam a esse valor, nem mesmo no Nordeste, cujas águas chegam a, no máximo, 26 graus. Só que é aquela coisa, né: as mudanças climáticas estão aí, e o mundo tá cada vez mais quente. É bom tomar cuidado. Estejam avisados. Próxima.

É provável que você já tenha visto na sua timeline nas redes sociais a seguinte pergunta: “alguém tem kefir pra doar?”. Kefir é, basicamente, um iogurte fermentado composto por microorganismos simbióticos. O lance é que você precisa cultivar grãos de kefir pra que eles comecem a se reproduzir e crescer e, depois, por conta da quantidade, irá sacar porque as pessoas passam a doá-los. Selecionei essa pergunta só pra falar sobre o kefir porque a receita você acha na internet e eu não tenho a menor ideia de como fazer.

Ficamos felizes que vocês tenham essa preocupação. Eu, porém, não me sinto capaz de detalhar minha declaração. Só sei que, no processo, choro bastante.

Para sacar as buscas mais feitas no Google em 2017, clique aqui.

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@DéboraLopes