Foto via Wikimedia
Segundo o G1 , uma força-tarefa do Ministério Público e Polícia Civil do Rio de Janeiro, denominada operação Os Intocáveis, prendeu um suspeito de integrar o Escritório do Crime, grupo de extermínio que estaria envolvido no caso Marielle Franco, nesta terça feira (22). O major da PM Ronald Paulo Alves Pereira, segundo as investigações, é chefe de milícia na favela da Muzema e foi homenageado por Flávio Bolsonaro em 2003. Na época, ele já estava sendo investigado como um dos autores de uma chacina que matou cinco jovens na Baixada Fluminense.Um outro suspeito, Adriano Magalhães da Nóbrega, ex-capitão do BOPE, também recebeu um mandato de prisão mas está foragido. Segundo O Globo, Flávio Bolsonaro empregou a mãe e a esposa de Adriano em seu gabinete por uma década, até o fim do ano passado. Bolsonaro também homenageou o miliciano em 2003, e em 2005, ele recebeu a medalha Tiradentes, principal honraria da Assembleia Legislativa.Em abril de 2018, Marielle Franco foi homenageada com a mesma medalha. O único voto contrário à honraria foi de Flávio, clamando que a vereadora assassinada pregava uma ideologia que não era a dele. Ele julgou que a placa com o nome de Marielle quebrada por dois então candidatos do PSL em outubro de 2007 era uma "restauração de ordem". O senador eleito também já se disse a favor da legalização das milícias, em 2007.Jair Bolsonaro, na época da morte de Marielle, foi o único presidenciável a não se pronunciar sobre o assassinato – segundo seu assessor, sua opinião sobre o caso era "polêmica demais". Em 2003, o presidente mostrou sua apreciação aos grupos de extermínio por "substituírem a pena de morte" no Brasil.Atualização: 22/01, às 13h23Em nota à imprensa divulgada algumas horas após as notícias das prisões dos milicianos terem sido publicadas, Flávio Bolsonaro volta a afirmar que está sendo "vítima de uma campanha difamatória" e nega ter envolvimento na contratação das funcionárias em seu gabinete, dizendo que esta teria sido responsabilidade do ex-assessor Fabrício Queiroz. Quanto à homenagem aos militares, Flávio diz sempre ter atuado na "defesa de agentes da segurança pública" e pede que aqueles que cometeram erros respondam por seus atos.
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A Anistia Internacional publicou nota sobre as prisões, pedindo que qualquer solução do caso seja baseada em evidência concretas e sublinhando a importância de uma resposta adequada do sistema de justiça criminal aos grupos de extermínio. "O caso só pode ser considerado solucionado quando a investigação do assassinato for concluída da forma correta e quando os responsáveis forem levados à justiça por este assassinato, e não por outros crimes", conclui a nota.
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