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O corre de um ex-campeão brasileiro de Street Fighter para voltar ao topo

Eric 'Chuchu' se tornou um dos melhores pro players do Brasil, sumiu da cena competitiva e agora quer voltar ao topo de 'Street Fighter V'.
Eric 'Chuchu' na época em que participou do primeiro Red Bull Kumite, em Paris. Foto: Pedro Falcão/Red Bull.

Até pouco tempo era impossível falar da cena competitiva de Street Fighter no Brasil sem citar o Chuchu, apelido do paulista Eric Moreira. E havia bons motivos para isso: o cara destruía jogando de Chun-li (da onde veio seu apelido) e Sakura no Street Fighter IV.

Leia mais: Hacker que vaza atualizações de 'Street Fighter' conta os próximos segredos do jogo

Com o patrocínio de uma das principais organizações de eSports do país, a CNB (uma parceriria rara de acontecer para pro players de jogos de luta da época), Chuchu fez história ao ser o primeiro brasileiro a se classificar para a Capcom Cup, o campeonato mundial do, então, Ultra Street Fighter IV, em 2014.

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Chuchu também foi reconhecido como um dos melhores do mundo quando foi convidado para participar do primeiro torneio Red Bull Kumite, na França, em 2015. Ele estava no ápice na sua carreira de pro player. “Os caras convidaram só os 14 melhores jogadores de Street Fighter do mundo e eu era um deles. [Esse reconhecimento] foi bem importante pra mim.”

Só que algum tempo depois Chuchu simplesmente sumiu dos rolês de Street Fighter. Ninguém mais ouvia falar dele.

“Os campeonatos de Street Fighter IV começaram a acabar, porque Street V tava pra lançar. Nisso, eu já tinha sido convidado pra trabalhar em outro Estado (Espírito Santo), achei que seria algo promissor e acabei indo”.

Nos últimos anos, Chuchu até conseguia se sustentar com a grana que ganhava nos campeonatos (o patrocínio com a CNB custeava passagens e despesas menores para ele), mas, infelizmente, ainda não dava para viver sendo pro player de jogo de luta por aqui. Street Fighter V não é um League of Legends nos eSports.

A escolha de Chuchu de abandonar o jogo, se mudar e focar em trabalho fazia sentido. O problema foi que ele acabou caindo no famigerado esquema de pirâmide financeira, chamada também de “marketing multinível”. Claro que deu ruim.

“Nossos planos no Espírito Santo acabaram dando errado e tanto eu quanto a pessoa que me convidou tivemos que voltar”, comentou Chuchu.

Esse tempo fora durou mais de um ano, o que fez o lançamento de Street Fighter V passar em branco pra Chuchu. Ele não viu os problemas no modo online, os fãs reclamando da falta de conteúdo e muito menos o pífio modo história que o jogo recebeu depois.

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Chuchu ainda não tinha nem experimentado o novo game. Parecia que a vida de pro player tinha ficado pra trás junto com Street Fighter IV. Só que as coisas mudaram recentemente.

Chuchu durante o Red Bull Kumite, quando o pro player ainda jogava pela CNB. Foto: Pedro Falcão/Red Bull.

A primeira vez que Chuchu tocou no novo Street Fighter foi em maio desse ano, quando as coisas no emprego não deram certo e ele voltou pra casa. Foi o suficiente para aquela gana de ir em busca dos mais fortes voltasse com tudo.

Só que Chuchu não tinha grana para comprar o game, muito menos um PlayStation 4, a plataforma utilizada nos campeonatos oficiais de Street Fighter V. Aí é que a parte mais da hora da história da volta de Chuchu aconteceu: ele descolou tudo que precisava na raça, ganhando torneios de jogos de luta alternativos.

O PlayStation 4, por exemplo, ele ganhou ao vencer um torneio de GUTS, jogo de luta brasileiro que foi lançado recentemente. Outros rolês, como participar da Brasil Game Show em um showmatch, rendeu a ele a grana para pegar uma conexão com a internet e, assim, poder treinar online.

“Se eu ficar bom de novo vai ser uma consequência de eu estudar o jogo, que é o que gosto de fazer, mas isso não é uma obrigação em que estou me colocando.”

Chuchu mesmo admite que ainda tem um longo caminho até chegar de novo no nível em que estava na época de Street Fighter IV. Bater de frente com gente como Keoma Pacheco, Renato “DidimoKof” e Thomas “Brolynho” — sendo os dois últimos representantes brasileiros na final mundial da Capcom Pro Tour — ainda é um sonho distante no momento.

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Por isso, ele preferiu nem tentar participar das finais latinoamericanas da Capcom Pro Tour, a liga oficial de Street Fighter, que rolou há poucas semanas e que dava vaga pra Capcom Cup desse ano. Em vez disso, Chuchu trampou nos bastidores do evento, organizando as partidas e ganhando uma grana.

Chuchu na final latinoamericana da Capcom Pro Tour, dessa vez trabalhando por trás das câmeras. Foto: Bruno Izidro/VICE Brasil.

Seria, então, 2018, a grande volta de Chuchu na Capcom Cup e nos holofotes dos torneios de jogos de luta? “Eu quero ser tão bom quanto os caras que são bons hoje, tá ligado? O resto, Capcom Cup e tal, é consequência.”

O segundo round na carreira de Chuchu só está começando e ele está com o Super carregado. Ainda ouviremos falar muito dele daqui pra frente de novo.

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