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Μodă

Parece que o Streetwear Nazista Vai Bombar em 2013

Estão tentando transformar o lance nazista numa modinha de merda.

Nunca curti muito esse negócio de moda de rua. A meu ver, é simplesmente um rolê de gente chata que faz um monte de coisa chata o dia inteiro, usando as roupas mais chatas e comuns do planeta. Com isso em mente, não fico surpreso quando algum gênio acha que pode fazer moda de rua superpolêmica simplesmente digitando “COISAS OFENSIVAS” no Google e estampado o primeiro resultado que sair numa blusa de moletom.

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Que é exatamente o que a marca de streetwear da Califórnia, a Trill Lyfe, decidiu fazer. Acho que eles não ficaram sabendo de todo aquele escândalo das camisetas do Slayer da Topshop no começo do ano, e nem que os neonazis brasileiros ficaram totalmente chateados por não comprarem os blusões do Skrewdriver que a Renner fez, porque copiaram o mesmo logo da SS nazista em todas as roupas deles, na esperança de que a galera fosse pirar no Twitter e que eles teriam a chance de fazer algum idoso ficar puto. Um negócio muito original que ninguém fazia há, sei lá, 50 anos no mínimo.

Depois que um amigo me mandou o link do site deles, decidi entrar em contato com o Vince da Trill Lyfe para saber por que alguém estampa um negócio manjado desses num boné e acha que alguém além de um encrenqueiro profissional como eu vai ficar remotamente interessado.

VICE: Oi, Vince. Isso é muito original, cara. O que te inspirou?
Vince Conriquez: Como posso dizer isso? Não ligo para o que as pessoas pensam. As pessoas vão ter suas opiniões sobre isso, mas no final das contas isso não significa nada. Não quer dizer nada além de ser uma imagem legal da Totenkopf com dentes de ouro, era só para ser engraçado.

Mas eu não vi essa porra, tipo, em um milhão de camisetas este ano? Como isso pode ser engraçado quando é a mesma “piada” que as pessoas vêm contando desde o punk?
É, acho que sim, mas a minha Totenkopf tem dentes de ouro. Não acho que deve existir nenhum limite para as coisas que as pessoas criam, quer dizer, sou um cara mexicano, não sou racista nem nada, só quero mexer com as pessoas. E obviamente está funcionando.

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Sou um belo skinhead que é vaiado na rua, então entendo que é engraçado emputecer as pessoas. O que eu não entendo é por que você está tentando transformar isso numa modinha de merda.
Não me importo mesmo com o que as pessoas pensam e é assim que as coisas são. Não ligo para o que as pessoas pensam, isso é só uma saída criativa para mim e para o que eu faço. O que as pessoas vão pensar sobre isso é escolha delas e, como você disse, eu realmente não ligo. Acho que é uma coisa egoísta.

Bem fodão.
Na Califórnia, a imagética nazista é usada bastante até, muitas pessoas vão no barbeiro e pedem o corte de cabelo do Hitler jovem. Não sei como isso é aí para vocês…

Você gosta de Skrewdriver?
É, sou fã do Skrewdriver, curto muito a música deles. Quer dizer, eles têm alguns fãs nazistas, mas, apesar disso, fazem um som matador.

Vamos ser honestos, o Skrewdriver faz um som completamente genérico. As pessoas só dizem que curtem os caras porque é uma coisa totalmente “radical” ou sei lá o quê.
Talvez, mas existem bandas muito mais perigosas por aí agora que são mantidas fora do radar. Eu meio que aprecio esse pensamento; as coisas são muito acessíveis hoje em dia, é simplesmente assim, e eu acho que há muitas regras implícitas. É legal encontrar bandas que realmente não estão nem aí e dizem o que pensam. É bem raro isso.

Claro. Alguma declaração final?
Bom, até onde sei, isso se resume essencialmente a ser capaz de se expressar como quiser sem ser julgado.

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Ah, tá. Tchau, Vince!

Siga o Patrick no Twitter: @spirit_of_yoof

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