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A semana da política, da prisão de Cunha à prisão da polícia legislativa

Temer é ignorado nos BRICS e campanhas municipais pegam fogo na reta final do segundo turno.

Foto: Agência Brasil

Enquanto o segundo turno das eleições municipais entra na sua semana final, a Lava Jato voltou a dar as caras para agitar o ainda convulsivo cenário político nacional. A notícia mais quente foi a prisão preventiva do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na quarta-feira (19), momento que assustou deputados e que, diz-se, adiantou a viagem de Michel Temer para o Brasil – o ex-interino fazia uma viagem de visita ao Japão, após participar da reunião de cúpula dos BRICS, grupo que reúne países emergentes. Aliás, durante a reunião do grupo na Índia, que ainda conta com países como África do Sul e China, Temer foi o único barrado de se ter uma reunião pessoal com Vladmir Putin, presidente da Rússia – apesar de ter declarado o contrário à imprensa nacional.

A Lava Jato também deixou o Senado em polvorosa ao prender quatro funcionários da chamada Polícia Legislativa. Segundo a Polícia Federal, a PL estaria sendo usada para atrapalhar investigações da Lava Jato, especialmente ao destruir grampos legais realizados em senadores. Senadores como Fernando Collor (PTC-AL), Edison Lobão (PMDB-MA) e Gleisi Hoffmann (PT-PR) teriam sido auxiliados, além do ex-senador José Sarney (PMDB-MA). Em entrevista ao Fantástico da Rede Globo neste domingo (23), o X-9 da operação, o policial Paulo Igor da Silva, diz ter "medo" de retaliações.

Enquanto se esforça para passar o segundo turno da Câmara da polêmica PEC 241 – com direito a coquetel na casa do presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ), Temer ainda não arrumou a própria casa. Segundo O Globo, apesar das promessas na época do impeachment, o ex-vice ainda não reduziu a quantidade de cargos de confiança exercidos no governo federal – na verdade, pelo contrário, ele aumentou o número de vagas.

Nas corridas municipais, muito burburinho de última hora pode fazer o caldo entornar para diferentes candidaturas. Marcelo Crivella (PRB), que disputa o segundo turno contra Marcelo Freixo (PSOL) no Rio de Janeiro, foi capa da revista Veja, com uma imagem da sua prisão em 1990 após uma altercação com o dono de um terreno onde seria construído um templo da Igreja Universal. Além disso, Crivella foi acusado de ter recebido R$ 12 milhões de auxílio por parte de ex-diretor da Petrobras Renato Duque, em uma delação premiada ainda não divulgada – o candidato nega a ação. Já em Belo Horizonte, o senador Aécio Neves (PSDB) interrompeu sua turnê nacional para se concentrar na campanha do seu aliado João Leite (PSDB), atrás de Alexandre Kalil (PHS) nas pesquisas de intenção de voto. Kalil parece ter começado sozinho a auxiliar Leite – num debate promovido pela Rede TV, declarou publicamente: "eu roubo, mas não peço propina em Furnas".

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