Foto: Divulgação
Três ativistas do Movimento de Trabalhadores Sem Teto (MTST) foram transferidos da 63ºDP para o Centro de Detenção Provisória (CDP) da Vila Independência na manhã de terça-feira (2) por causa de suas atuações na greve geral em São Paulo no dia 28 de abril. Luciano Antônio Firmino, Ricardo Rodrigues dos Santos e Juracy Alves dos Santos tiveram sua prisão preventiva decretada no último domingo pela juíza de Direito Marcelo Filus Coelho.A prisão dos ativistas foi motivada pela paralisação do grupo na avenida Jorge Pinheiro Borges, em Itaquera, sob suspeita de provocar incêndios para impedir a passagem de carros. Luciano foi detido, segundo os policiais, com um galão de quatro litros de gasolina, dois isqueiros e um saco com pregos retorcidos usados para furar pneus. Já Jurandir e Ricardo foram detidos pela PM, acusados de dispararem rojões contra os policiais. Ambos negaram as acusações já na delegacia e foram submetidos a exames para determinar se há resíduos de pólvora na mão deles.No dia da prisão, na manhã de sexta-feira, o delegado Marcos Luiz Gomes chegou a dizer que enquadraria os ativistas pelo crime de associação criminosa, mas mudou de ideia no final do dia ao colocá-los como incursos pelo crime de incitação. Com isso, foi decretada primeiro a prisão em flagrante dos militantes depois convertida para prisão preventiva pela juíza que justificou a manutenção do encarceramento em nome da "resguardo da ordem social". Alguns veículos postaram prints do Facebook da juíza se posicionando a favor da prisão de Lula e simpatizante do movimento Vem Pra Rua, responsável pela maioria das manifestações pró-impeachment.Segundo o próprio MTST, o processo baseou-se unicamente nos depoimentos dos policiais que efetuaram a prisão e o grupo considera a prisão dos três militantes como "política". Basear prisões unicamente em depoimentos de policiais é um tipo de conduta bastante comum na justiça brasileira, como foi o caso de Rafael Braga.Desde sábado (29), após a juíza rejeitar o pedido de liberdade apresentado pela defesa do MTST, a organização compareceu na 63º DP e depois filmou a transferência dos militantes ao CDP da zona leste. O advogado Alexandre Pacheco disse que irá apresentar um Habeas Corpus exigindo a soltura dos três.Siga a VICE Brasil no Facebook , Twitter e Instagram.
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