FYI.

This story is over 5 years old.

Música

Discos: A Armada

Pop simpático e refrões cantáveis.

Clássico EP
Compact Records/Fisga
2013 A Armada anda por aí desde 2009 em concertos — apanhei-os há poucos dias no Mexefest a dar tudo num dos autocarros, tipo Keanu Reeves no Speed —, a gravar clipes e este ano decidiu estrear-se em discos com Clássico, EP de nome ousado composto por cinco canções. Nele encontramos uma mistura do cunho pessoal de uns tipos prontos a entregar o seu pop simpático de riffs e refrões cantáveis tão característico do chamado rock beto (um pouco à imagem do que fazem, por exemplo, os Capitão Fausto), mas também de revelações que nos permitem saber quais foram/são as principais inspirações que fazem a identidade da Armada. Nem é preciso esperar muito: veja-se os acordes vibrantes que inauguram o disco em "Maria Guilhotina" que nos soam claramente a "Bohemian Like You". Já não estamos em 2000 mas, ei, continua a soar bem.  Em "Má Rês" — melhor canção do disco a par da primeira — ouvimos rotações mais altas em algo que poderia ser a versão pop da "Overkill" caso os Mötorhead morassem algures entre a Lapa e o Bairro Alto. E, a fechar, se não conseguem ouvir pitadas daqueles épicos dos The Who em "Sinceramente", então o melhor é deixar a Internet por hoje. Numa estreia onde o principal defeito é não haver assim tantas novidades em relação ao que já existe do género — e convenhamos, a bolha das bandas portuguesas de pop-rock pode rebentar a qualquer momento — Clássico vale por em cada audição se descobrirem novas nuances nas melodias que nos levam a saber que isto não é assim tão básico. Desde que continua a colocar o incontestável poder do riff a seu serviço, veremos onde nos leva esta Armada.