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Cultură

BoCA leva vanguarda das artes contemporâneas a Lisboa, Porto e Braga

A segunda edição da Bienal de Artes Contemporâneas realiza-se de 15 de Março a 30 de Abril de 2019, com uma programação cheia de estreias mundiais e nacionais.
Gabriel Ferrandini foto por Sara Rafael
Gabriel Ferrandini. Foto por Sara Rafael, cortesia BoCA.

A BoCA - Biennial of Contemporary Arts está de volta em 2019 e, de acordo com a organização, "ainda mais comprometida em reforçar o seu carácter de transversalidade, promovendo a sinergia entre territórios artísticos, entre instituições culturais, entre públicos e entre cidades". Depois da estreia em 2017 (vê o vídeo resumo abaixo), a Bienal de Artes Contemporâneas tem já datas e cidades marcadas: de 15 de Março a 30 de Abril, Lisboa, Porto e Braga acolhem simultaneamente, uma extensa programação, que coloca em diálogo as artes visuais, a performance, as artes cénicas e a música.

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Nesta segunda edição da BoCA, uma das grandes novidades é a inclusão de Braga como cidade convidada, num gesto que, avançam os responsáveis em nota à imprensa, "propõe a descentralização da oferta cultural através da expansão da representatividade e visibilidade dos artistas e dos seus projectos a nível local, nacional e internacional".

Um desses artistas é Gabriel Ferrandini, um dos músicos mais promissores da cena musical contemporânea portuguesa - que já tocou em colaboração com alguns dos melhores executantes de jazz e da música experimental da actualidade, como Thurston Moore, Nate Wooley ou Alex Zhang Hungtai, por exemplo. Habituámo-nos a ver Ferrandini numa luta verdadeira com a bateria, num acto de pura celebração do presente, mas agora vamos poder ver a sua primeira criação de palco, numa partilha com o actor Frederico Barata.

"Rosa. Espinho. Dureza." (Teatro Municipal do Porto e Teatro Nacional D. Maria II) é constituído por três actos: trabalho, sexo, amor. "Como um tríptico, em que os conceitos e materiais estão interligados, cada um dos actos terá uma acção e um objecto para representar o respectivo 'problema', que são repetidos exaustivamente, testando a persistência e concentração dos intérpretes e desafiando o público a acompanhá-los nesta exigente viagem física e musical".

Em palco, teremos, portanto, um actor e um baterista a fazerem de si mesmos. Ferrandini explica: "Numa vida sem força e sem fé, podemos acabar em repetições que não nos levam a lado algum, mas que nos poderão trazer alguma validação social. Isto não é garante de deixar de sofrer ou perder a esperança numa vida mais real e mais cheia".

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Da programação destacam-se ainda artistas consagrados, bem como outros com um percurso em consolidação, sendo os primeiros nomes confirmados os da coreógrafa Marlene Monteiro Freitas, que estreia mundialmente a sua primeira instalação (Mosteiro de São Bento da Vitória / Teatro Nacional São João, Porto), o artista plástico Pedro Barateiro, que estreia a sua primeira criação de palco (Teatro Nacional D. Maria II, Lisboa) e a dramaturga e encenadora Angélica Liddell, que estreia uma nova criação para um espaço não convencional (Mosteiro de Tibães, Braga).

Teatros, museus, galerias, discotecas e outros espaços culturais das três cidades vão receber maioritariamente projectos em estreia mundial e nacional e, garante a organização, "vai ser possível descobrir novas perspectivas de estéticas e linguagens, tanto de artistas que se lançam a novos contextos de criação e de apresentação, como de artistas que dão a conhecer o seu trabalho pela primeira vez em Portugal".

A BoCA teve a primeira edição em 2017 e contou com a participação de 59 artistas nacionais e internacionais, 22 instituições culturais para 52 actividades, 37 em estreia (19 mundial, 18 nacional). Tal como aconteceu no período entre edições - que levou as actividades da primeira BoCA às cidades de Castelo Branco, Viseu, Braga, Évora, Loulé, Montemor-o-Novo, Paris, Bruxelas, Hamburgo, Lausanne, Valência, Santiago do Chile e Buenos Aires - também em 2019 está prevista a circulação nacional e internacional.

“Sinergias novas, diálogos estimulantes e valorização de diferentes espaços e territórios artísticos”, nas palavras do director artístico, John Romão, tudo isto é e será a segunda edição da BoCA - Biennial of Contemporary Arts, que conta com a VICE como Media Partner.


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