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Tecnologia

Cientistas sul-coreanos inventaram um adesivo que faz sua pele tocar música

Eis uma tecnologia que provavelmente será proibida nos transportes públicos de todo o mundo.
alto-falante pele música
Foto: Science Journals/ Reprodução

Pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (UNIST), na Coreia do Sul, estão criando uma nova tecnologia que tem o potencial de se tornar a nova onda dos sertanejeiros inseguros que andam com a música alta no busão para divulgar a mais nova do Fernando & Sorocaba na volta para casa.

A equipe liderada pelo sul-coreano Saewon Kang está fabricando um nano alto-falante que consegue ser conectado a quase qualquer coisa para emitir sons. Parece algo saído de livro de ficção científica, mas é real e com muitas possibilidades de uso: segundo Kang, o invento também pode atuar como microfone e se conectar via computadores para controlar sistemas de segurança e equipamentos de voz.

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A gente sabe o que você deve estar se perguntando: como é feito essa coisa maluca? Bem, o segredo está, dizem os estudiosos, nas nanomembranas de polímero. Elas são responsáveis por facilitar o contato com superfícies dinâmicas e não planas, como a própria pele. Os cientistas incorporaram nelas pequenos fios e assim formaram telas flexíveis que oferecem condutividade elétrica.

Esses nanofios são eletrodos transparentes e formam malhas que permitem criar um alto-falante com o circuito necessário em uma pequena superfície. Os componentes acabam formando um material quase que imperceptível que “realça as capacidades termoacústicas sem perda significativa de calor do substrato”, segundo o estudo publicado pela Science Journals.

Com as ligações elétricas necessárias, todo esse experimento, que parece ser uma versão científica daqueles vídeos de receita culinária em miniatura, resultaram em uma malha de nanofios que formaram um alto-falante e um microfone por meio do que se chama de triboeletricidade.

A triboeletricidade é a mesma tecnologia usada em impressoras a laser e pinturas eletrostáticas, por exemplo. Ela gera cargas elétricas a partir do atrito entre materiais e, quando eles são aplicados em escala nanométrica, como é o caso, apresentam um excesso de cargas positivas e negativas, resultando em sons mais fortes. “Com isso, eles podem ser mais explorados para várias aplicações potenciais, como dispositivos de entrada e saída de som”, explica Kang, no esutdo.

O estudo se baseou na necessidade de deficientes auditivos e de fala, mas garante que as nanomembranas são aceitas em qualquer superfície para oferecer e emitir sons da preferência do usuário. A aplicação da tecnologia deve demorar alguns anos, claro, mas já é bom prepararmos um espaço no nosso corpo pra grudar nossas playlists favoritas.

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