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Sidoka é a cara do novo rap mineiro

Depois de brilhar em participação no disco do Djonga, o jovem rapper lança som novo e promete disco novo e mais uma rajada de lançamentos.
Foto: Divulgação

Aos 18 anos e tido como uma das revelações do rap nacional neste ano, o mineiro Sidoka continua roubando a cena a cada lançamento e colaboração. Ele ganhou um grande destaque com seu feat em "UFA", faixa integrante do álbum O Menino Que Queria Ser Deus do Djonga, e desde então vem fazendo jus ao reconhecimento que as suas barras nesse som trouxeram.

Nessa bala de fazer rap desde 2016 e dono de uma levada abusadíssima e agressiva, Sidoka tem uma mixtape na pista e não para de colecionar bons versos. É possível flagrar a evolução constante do moleque, que sempre chega com muita criatividade e um deboche só dele. Pra variar, o menino trouxe aquele flow na nova “Priv” e o pai colou com ele pra trocar uma ideia. Pega a visão.

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Noisey: Mesmo sendo novo, você já tem alguns trampos na pista. Há quanto tempo você tá nessa e quando viu que era o momento de levar o corre a sério?
Sidoka: Mano, eu comecei a jogar track no Soundcloud no final de 2016. Postava pros meus amigos, fazia trap pra poder ouvir no rolê e pra ter uma coisa pra descarregar energia. Mas isso atingiu as pessoas de uma forma muito foda e foi pegando. A galera começou a me procurar e ouvir minhas paradas. Quando vi pessoas se vendo em letras minhas, eu aceitei que era isso que eu queria e deixei minha mente programada pra ser isso.

Uma das coisas que mais chama atenção em você, além da famosa levada venenosa, é essa picadilha mais debochada. De onde veio a inspiração? Você acha que dá pra ter esse tipo de abordagem sem esquecer a mensagem que os cara tanto cobram?
Minha inspiração? Me dá um beat foda! Na moral, quando eu escuto aquele beat que faz viajar na parada eu penso: "imagina debochar nessa, hein?", e quando eu vejo já tô escrevendo de novo. Eu abordo todo o tipo de tema no meu som, deixo muita coisa no meu trap, não me preocupo em passar uma mensagem. Tô pra ser o que eu escrevia que seria, e as pessoas se identificam com isso. Tenho versos enigmáticos, cada pessoa entende de uma forma e eu acho isso foda, ser um pergaminho indecifrável.

E o álbum, como vai chegar?
Tô planejando a data de lançamento, tenho mais da metade do material pronto. Vão ser dez tracks, com cinco feats e três videoclipes já programados. Vai ser com nesse álbum que eu vou colocar a mixtape Dokaz no Spotify.

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Como funciona seu ritmo de trampo?
Todo dia eu escrevo, todo dia eu me sinto inspirado. Meus amigos beatmakers me dão beats ou eu acho na internet (quando eu ficar rico eu pago os beatmakers gringos). Sinto necessidade de escrever. Isso me faz sentir vivo.

Minas Gerais tem vários representantes na cena nesse momento. Djonga, Chris, Well… O que você acha que tem diferente na sonoridade daí?
Talvez o jeito de falar? Ou esse jeito de falar todo um texto em uma frase só, num sei porquê, temos um diferencial, e só o público tá ligado! sinto muito orgulho daqui. Nossa cena de funk é muito foda também! É muito satisfatório ver que estão conquistando milhões de visualizações. Conheci tudo isso pelo DJ Vitin Mpc, meu amigo de infância e hoje um dos mais considerados dessa cena funk mineira. Conheci muitos outros DJs e MCs de funk daqui e vejo que haverá conexões.

Como foi gravar com o Djonga e como rolou o contato entre vocês?
Cara, começou quando pedi proo Bproblemx pra fazer uma track no show dele. Decidi cantar a "Nativo" de participação e o Djonga tava vendo o show, ele e o Bproblem são amigos. Ele curtiu minha música e disse que ia procurar saber de mim. Três dias depois ele me ligou falando que queria uma participação minha no disco dele com meu refrão e com o Sant. Fiquei de cara, nem conseguia acreditar. Foi muito foda ter essa oportunidade, são dois artistas que sempre admirei e acompanhei o trampo, foi sem palavras. Sou muito grato.

Recentemente você jogou no Twitter que "Dat Problem" tocou numa festa em Milão. De onde surgiu essa ideia de rimar em inglês? Pretende soltar mais trampos assim?
A ideia surgiu do nada. Eu já tinha um vídeo rimando em inglês no beat de "Slippery" do Migos. Eu gostei do beat e falei: “vou tentar algo diferente”, e gostei do resultado. Pretendo fazer uma mixtape em inglês.

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