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Depois de chorar e dar assunto como encerrado, Geddel se demite do governo Temer
Ex-ministro da Secretaria de Governo deixou o cargo uma semana após acusações de tráfico de influência feitas por ex-ministro da Cultura.
A demissão de Geddel atinge fortemente Temer. Amigo pessoal do atual presidente, o político baiano é o terceiro dos "homens fortes" do governo a perder o cargo ao se envolver em escândalos. O primeiro foi Romero Jucá (PMDB-RR), ainda no governo interino, que teve que renunciar ao Ministério do Planejamento após ser gravado pelo ex-presidente da Transpetro Sergio Machado em conversas que dariam a entender que o impeachment de Dilma Rousseff foi gestado para barrar a Lava Jato. Jucá hoje é líder do governo no Senado. Depois foi a vez de Henrique Eduardo Alves (PMBD-RJ), então ministro do Tursimo, pedir demissão ao ser citado em delação do mesmo Machado — o político carioca teria recebido mais de R$ 1,5 milhão em esquemas da Petrobras.Sobraram apenas Padilha, chefe da Casa Civil e Moreira Franco (PMDB-RJ), secretário do Programa de Parcerias e Investimentos e sem cargo ministerial. Além de Geddel, Jucá, Alves e Calero, desde a aceitação do pedido de impeachment de Dilma, mais dois ministros do Temer caíram: Fabiano Silveira, da Transparência, que foi gravado falando mal da Lava Jato, e Fabio Medina Osorio, da Advocacia Geral da União, substituído por Grace Mendonça após uma série de atritos com o Planalto — especialmente com Padilha.O estrago que a saída de Geddel pode causar no regime Temer ainda precisa ser avaliado. Além de perder um braço-direito, importante na hora de costurar acordos com o Congresso na aprovação de leis, Temer acumula o desgaste público de não conseguir manter sua equipe ministerial sem crises e, mais ainda, o de figurar em gravações comprometedoras. A oposição, obviamente, já fala em pedido de impeachment, que não deve prosperar, porém as investigações da PF podem complicar ainda mais o presidente. E para deixar todo mundo de cabelo em pé, a famosa "delação da Odebrecht", com seu potencial de mandar qualquer fiapo de estabilidade política restante para o espaço, deve chegar em breve. E as investigações do TSE sobre a chapa Dilma-Temer têm avançado, ainda que em sigilo.Parece que 2017 está longe de se rum ano glorioso para Temer, que ainda está torcendo para 2016 passar de vez.Siga a VICE Brasil no Facebook, Twitter e Instagram.