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Música

Um Sucinto Porém Jovial Glossário da Música Eletrônica: Letras Q, R e S

Prosseguimos nesta saga de gêneros, termos técnicos, referências culturais e piadinhas internas para te ajudar a entender o complexo e maravilhoso mundo da eletrônica.

O grande gênero da música eletrônica visto de fora pode parecer uma confusão sem tamanho. Olhando de dentro também é um pouco confuso, pra falar a verdade. De qualquer forma, preparamos este pequeno glossário para você entender um pouco melhor esse estilo de som em suas inúmeras encarnações. Alternamos em ordem alfabética alguns termos técnicos com verbetes que tentam explicar sucintamente também os distintos gêneros, subgêneros e derivações, para viabilizar uma superficial organização mental do que foi produzido em toda a história da música eletrônica. A ideia não é dar um guia definitivo, mas sim elucidar alguns pontos espefíficos dentro dessa grande sonoridade cósmica e artificial.

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Q

QUANTIZE: Uma função encontrada em sequenciadores MIDI para que as notas se ajustem ao tempo determinado puxando os sinais dos sons para o lugar mais próximo da grade pré estabelecida. Parece estranho falando assim mas na prática ajuda muito pessoas que não sabem tocar um instrumento direito a aproximar suas tentativas estranhas do tempo certo da música, mas também pode transformar tudo em um robozão quadrado, o que pode até ser bom de acordo com o que for fazer.

R

RAGGA: Abreviatura de raggamuffin, termo pejorativo usado pelos colonizadores ingleses ao descrever as crianças jamaicanas, o ragga é o primo sintético do dancehall e do reggae, onde toda a instrumentação é feita através de instrumentos eletrônicos. Sendo uma das sementes da música dos trópicos na Inglaterra, o ragga foi de extrema importância no desenvolvimento do Jungle.

Wayne Smith gravou o primeiro ragga da história usando apenas um teclado Casio, e você já fez algo de útil hoje?

RAVE: Termo usado desde os anos 50 para festas malucas entre jovens roqueiros, ele ganhou seu sentido atual no final dos ano 80 e começo dos 90 com as imensas festas de música eletrônica que começaram a pipocar na Inglaterra e EUA. Durante algum tempo a música eletrônica de pista começou a ser chamada de Rave Music, embora não seja um gênero de verdade, apenas um aglomerado de gêneros como o House, Trance e Breakbeat.

REVERB: Reverberação é a permanência do som no ambiente depois que ele já soou, reverb são várias maneiras de criar esse efeito artificialmente, desde usar a reverberação acústica de uma caverna ou construção até algoritmos malucos que podem transformar sua voz em um coro de sereias supersônicas. Reverb é um dos efeitos mais usados na produção musical e de efeitos sonoros, tanto para deixar ambientar uma gravação, emular o som de uma catedral, deixar uma guitarra mais etérea quanto para usarem só um tiquinho para tirar a asperes de uma voz falada e evitar a famosa microfonia.

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Alguns exemplos de Reverb sobre uma mesma base de bateria.

S

SCHRANZ: Derivação alemã do hard techno desenvolvida a partir dos anos 90, o particular desse som pesado e rápido em relação a seus irmãos é a abordagem minimalista de instrumentos, muitas vezes ficando limitado só aos sons distorcidos da bateria eletrionica no talo.

SYNTHPOP: Mais ou menos um tipo de pop rock criado a partir da magia artificial dos sintetizadores, seguindo algumas das fórmulas desenvolvidas por, entre outros, Kraftwerk e o bigodudo do Giorgio Moroder. Durante os anos 80 virou a febre do momento com hits que você certamente já ouviu, como esse aqui do Gary Numan entre muitos (Duran Duran) outros (Depeche Mode) que costumavam ser classificados na alcunha New Wave. Uma das primeiras bandas a fazer sucesso internacional e a ajudar a formar a base do gênero ainda na década de 70, foi a japonesa Yellow Magic Orchestra. Com a retomada de muitos temas e estilos dos anos 80 nos anos 2000, muita gente começou a fazer um synthpop com uma roupagem mais atual com grupos como Ladytron, The Killers e Postal Service.

ATENÇÃO, se a sua vida esta um lixo e você quer continuar na fossa, não ouça este belíssimo som dos japoneses da Yellow Magic Orchestra.

SUOMISAUNDI: Literalmente "O Som Finlandês" é uma vertende finlandesa de psytrance que por algum motivo deu muito certo no país nórdico. O som, apesar do típico bate estaca na cabeça do tempo, é um goa trance meio sem regras onde o produtor pode dar uma pirada, embora seja difícil para alguém de fora da cena de goa/psy trance sacar tanto a diferença assim.

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SAMPLE: A prática de usar a parte de uma gravação para adicionar algum elemento novo a uma música, começou com a música concreta francesa nos anos quarenta e desde então só ganhou força. O breakbeat começou justamente do sample, da prática de pegar as viradas de bateria e usando elas repetidamente para criar a base das musicas.

SUB BASS: Frequencias sonoras abaixo de 60hz, tão baixas que a sua caixinha de som da positivo nem saberia como interpreta-las e quando tocadas num sistema de som poderoso não apenas fazem sua caixa toracica tremer no ritmo do baixo como praticamente transforma seus ossos em geleia.

SINTETIZADOR: Instrumento musical eletrônico criado para tocar sons imitativos (piano, sanfona, som da vaquinha) e abstratos, é a base dos timbres mais artificiais que a música utiliza desde o século XX que criou muito do estilo de toda a música pop desde os anos 70 até hoje em dia.

O Pedro Graça tá sempre putaraço no Twitter: @pedrograca

Adquira ainda mais cultura lendo o que já publicamos no Glossário:

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