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Pela primeira vez, a polícia de SP identificou um criminoso por DNA

Parece C.S.I., mas são os assaltos a transportadoras de valores.
Foto: Flickr/ Agroscope, Cornelia Heusser

Parece C.S.I, mas é a polícia de São Paulo atuando com a ajuda da tecnologia genética de reconhecimento. O sangue de um suspeito coletado durante um assalto seguido de troca de tiros, em 2013, fez com que a perícia criminal ligasse o sujeito a pelo menos dois outros assaltos.

COMO FUNCIONOU A COLETA

Em outubro de 2013, criminosos roubaram R$ 2 milhões de um carro-forte da transportadora de valores Protege na cidade de Suzano, grande São Paulo. Depois de uma troca de tiros com a polícia e a fuga dos assaltantes, coube a perícia recolher vestígios de sangue que permaneceram em um dos veículos utilizados pela quadrilha.

O perfil genético de um dos assaltantes ficou no banco de dados da polícia criminal paulistana, que contém outros 1.750 perfis coletados.

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JÁ EM 2017

Através de uma fotografia, policiais notaram que a deficiência no olho esquerdo de um dos criminosos detidos no assalto à sede da empresa Prosegur, no Paraguai, em abril deste ano, era extremamente parecida com a de um dos criminosos que participou do tal assalto em Suzano. O sujeito, então, teve sua saliva coletada e analisada.

Foi aí que a polícia criminalística conseguiu bater o martelo: o sangue no veículo de 2013 tem os mesmos traços genéticos da saliva do homem detido suspeito do roubo no Paraguai.

Em entrevista ao Jornal Nacional, a perita criminal Priscila Martins Pereira afirmou que "os dados estatísticos apontam que a chance de ser outra [pessoa] está entre mais de trilhões".

OUTRO CRIME

Além do teste de DNA, a polícia comparou as armas utilizadas em Suzano com um terceiro crime: a primeira explosão de carros-fortes que aconteceu no país, em abril de 2013, na cidade de Araras, interior de São Paulo.

Segundo os criminalistas, o DNA dos três roubos pertencem à Alcides Pereira da Silva Junior.

Para o delegado Fábio Pinheiro Lopes, a prova de que se trata do mesmo suspeito é irrefutável. "Ele vai ficar muito tempo preso. Esse não sai mais da cadeia", disse em entrevista coletiva.

EMPRESAS PRIVADAS

Coincidência ou não, os três assaltos envolvem duas das maiores empresas de transporte de valor e segurança do país. Questionada pela VICE se houve algum incentivo dessas empresas para que a polícia elaborasse tal investigação, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo não se posicionou até a conclusão desta reportagem.