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Quando a igreja evangélica intercede na vida de um indígena

O longa nacional 'Ex-pajé' traz uma reflexão sobre o massacre étnico da cultura indígena brasileira.
Imagem: Divulgação.

O povo indígena Paiter Suruí começou a ter contato com os brancos na década de 1960. De lá pra cá, a interferência na cultura desse povo é extrema. Um contorno dessas influências é contada no longa de Luiz Bolognesi Ex-pajé, que estreou nas salas de cinema no dia 26 de abril e foi premiado no Festival de Berlim.

A obra de ficção baseada fatos reais conta a vida de Perpera, que nasceu indígena e se tornou um virtuoso pajé. Nos últimos tempos, um pastor evangélico disseminou pelas matas onde vivem os Paiter que ser pajé é coisa do diabo, fazendo com que Perpera perdesse seu papel e respeito dentro da tribo. O ex-pajé se tornou evangélico e passou a conviver amedrontado com os espíritos da floresta e sem dormir.

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A história mostra os costumes e a rotina da comunidade indígena na agricultura, saúde, religião e preservação da floresta. O poder espiritual de Perpera vem à tona quando o prenúncio da morte cerca a aldeia.

"Fazer o Brasil refletir essa maneira de agir das igrejas evangélicas, com esse processo de, ao invés de levar a palavra de Jesus como uma palavra de aceitação e amor, transformar a palavra de Jesus numa palavra de ódio", explica Luiz Bolognesi, diretor e roteirista.

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