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Games

A BGS 2017 mostrou que videogame é coisa de criança

E não tem problema algum nisso.
Foto: Brasil Game Show/Divulgação.

Lá nos anos 80 e 90, jogos eram vistos apenas como brinquedos por aqui. Era algo mais sofisticado, mas ainda só brinquedo. E hoje, será que videogame é coisa de criança? A Brasil Game Show 2017 – que rolou entre os dias 11 e 15 de outubro, em São Paulo – mostrou que sim, eles ainda são, e não há nada de errado nisso.

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A BGS é o principal e maior evento de games do país (alguns dizem até da América Latina) e mais uma vez aconteceu no período de dia das crianças, no dia 12 de outubro. Nem dava pra esquecer desse detalhe, já que os anúncios nas redes sociais do evento chamavam o público justamente para esse dia.

O que chega a ser contraditório é que o público do evento está longe de ser infantil. De acordo com o criador e organizador da feira, Marcelo Tavares, a média de idade do público da BGS é de 24 anos. Então, porque focar tanto assim na criançada?

Foto: Brasil Game Show/Divulgação.

"A gente precisa renovar o público de jogos, precisa ver mais crianças jogando. Eu tenho um filho de 17 anos, mas desde os 2 anos ele já estava com o controle na mão. Isso é importante", justificou Tavares.

"O dia das crianças é bacana também porque é um feriadão, ainda mais com a emenda do feriado desse ano, então muita gente de fora pode vir pra cá visitar a feira. O período bate também com a janela de lançamento de grandes jogos e, por isso, conseguimos trazer muito mais coisas."

No dia 12 de outubro não deu outra: crianças faziam parte considerável do público na feira e, conversando com algumas delas, dava pra perceber que ir na BGS, por si só, já era um presente de dia das crianças. Até porque muitas ali só iriam naquele dia.

Oliver, 11, e seu pai, Paulo. Foto: Bruno Izidro/VICE Brasil.

Oliver Bronbin, de 11 anos, arrastou o pai Paulo Forner de Campinas pra participar pela primeira vez da BGS. Lá ele já tinha jogado Injustice 2 e estava na fila pra jogar Destiny 2, mas a empolgação do moleque era por outra coisa. "Eu queria vir também pra ver os youtubers de Clash Royale, que é meu jogo preferido", confessou o garoto.

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Aliás, naquele mesmo dia estava rolando um campeonato de Clash Royale no palco da Brasil Game Cup, evento de eSports que acontece dentro da BGS, e não era difícil encontrar na plateia crianças com os pais. Jogos em VR, apresentação com youtubers, cosplayers, Just Dance, tudo isso era aproveitado tanto pelas crianças quanto por adultos da mesma forma.

Patrícia e Giovane. Foto: Bruno Izidro/VICE Brasil.

"Aqui é como um parque de diversões, um parque pra adultos… que inclui as crianças", falou Patrícia Alves, que tentava conter a energia do filho Giovane, de apenas dois anos, para não sair correndo perto de onde estava rolando um torneio de Street Fighter V. "É bacana fazer no dia das crianças, porque é uma boa forma de fazer pais e filhos se conectarem e jogarem juntos."

Pela feira também havia aqueles casos de pessoas que jogam desde pequenos e, agora que são pais, querem compartilhar a experiência com os filhos. Higor Bimonti estava ali com a pequena Gabriela, de seis anos, que sempre acompanha o pai enquanto ele joga algo no PlayStation 4. "Eu trouxe ela hoje aqui porque ela se interessa por isso e quis mostrar melhor como é esse mundo dos games", falou Higor.

Gabriela, 6, e Higor. Foto: Bruno Izidro/VICE Brasil.

A BGS 2017 mostrou que videogame nunca deixou de ser coisa de criança, ele só evoluiu pra acompanhar aqueles que cresceram com o controle na mão e preferem experiências mais complexas. Porém, é legal lembrar que os jogos ainda divertem as crianças de hoje e sem precisar ser rotulado como um brinquedo por isso.

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