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​Tudo que Sabemos Sobre a Denúncia de Abuso Sexual do Atleta Brasileiro de Polo Aquático

A polícia de Toronto expediu hoje (24) um mandado de prisão contra Thye Mattos Ventura Bezerra, membro da equipe de polo aquático brasileira que participou dos Jogos Pan-americanos no Canadá.

Após uma denúncia de abuso sexual, a polícia de Toronto expediu hoje (24) um mandado de prisão contra Thye Mattos Ventura Bezerra, membro da equipe de polo aquático brasileira que participou dos Jogos Pan-americanos no Canadá.

O que se sabe é que a vítima tem 22 anos, não possui nenhuma relação com o comitê olímpico ou com a estrutura dos Jogos Pan-americanos e foi atacada sexualmente pelo atleta na sua própria casa enquanto dormia. A investigadora Joanna Beaven-Desjardins declarou que o ato aconteceu após Bezerra sair com o restante da equipe para comemorar a medalha de prata no dia 15 de julho. Uma parte da equipe voltou para o hotel e o atleta, junto com outro membro da seleção (não considerado suspeito, segundo a investigadora), foi até a casa da vítima que estava junto com uma amiga.

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O abuso aconteceu em um apartamento do centro de Toronto, coincidentemente o último dia de Bezerra no Canadá após duas semanas de estadia na cidade. Agora, o atleta está em Kazan, na Rússia, junto com o restante da sua equipe se aquecendo para participar do Mundial de Esportes Aquáticos.

A investigadora não comentou se o ato sexual foi confirmado por meio do exame do corpo de delito, mas confirma a autoria do atleta e declara que ele não é mais um suspeito no caso. As leis de crimes sexuais no Canadá são muito parecidas com a legislação brasileira, onde o estupro é caracterizado não só pela "conjunção carnal do pênis e da vagina", mas também por meio de qualquer contato não-consensual, seja um beijo forçado ou uma apalpada. No Brasil, o crime se caracteriza quando o ato se materializa "mediante violência ou grave ameaça".

O atleta negou as acusações, por meio do supervisor técnico Ricardo Cabral, e diz que a relação foi consensual. Segundo Ricardo, "ele está muito abalado com a situação".

Uma foto do atleta foi exibida durante uma coletiva de imprensa, onde Beaven-Desjardins comentou que ele ficou duas semanas em Toronto e "não sabemos o que ele pode ter feito na cidade".

Não há informações até agora se Thye voltará para o Brasil após as acusações. O Canadá não possui acordo bilateral de extradição com o Brasil e nem a Rússia, país onde o atleta se encontra no momento.

Segundo o advogado e especialista em direito desportivo, Roberto Armelin, mesmo se for comprovada a culpabilidade do atleta no caso de estupro, não há risco de perder a medalha olímpica. "O que ele fez foi fora do ambiente da competição, se o atleta fez algo que interfere diretamente sobre o resultado ou modificou de fato o resultado do jogo, aí é âmbito do direito desportivo. O que ele fez poderia ser feito por qualquer profissional, um médico, um professor, então ele será julgado no âmbito criminal", explica.