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Ascensão e queda do jailbreaking, a técnica que mudou o iPhone para sempre

Como um grupo de jovens hackers fez do smartphone da Apple o que ele é hoje.

A persiana está abaixada pela metade; o quarto é uma penumbra. É um dia cinzento em Bassano del Grappa, cidade ao nordeste da Itália famosa por seu principal produto de exportação, uma bebida com a qual compartilha o nome. Estou sentado em uma cama de solteiro — o único lugar onde posso me apoiar. À esquerda, vejo uma estante com uma pilha de quadrinhos do Mickey Mouse, parte essencial do quarto de qualquer criança italiana. À minha frente, sentado em uma cadeira giratória, está Luca Todesco, um jovem de 19 anos que talvez seja o melhor hacker de iPhones do planeta.

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Entrego para ele meu iPhone 7, novinho em folha e recém-atualizado.

"Você consegue desbloquer ele?", pergunto.

O jailbreak, como essa técnica de desbloqueio é conhecida, consiste em hackear o iOS, permitindo assim que os usuários modifiquem seus celulares, programando ou instalando qualquer software originalmente bloqueado pela Apple. Na época do meu encontro com Todesco, em dezembro de 2016, ainda não havia uma técnica de desbloqueio disponível para o iOS 10.2, a versão do sistema que estava instalada no meu iPhone.

O primeiro jailbreak foi elaborado em 2007 e divulgado pouco tempo depois na internet. Nos anos seguintes, outros jailbreaks foram usados por milhões de pessoas. A prática era tão popular que chegou a dar origem a um site gratuito — o jailbreakme.com— que desbloqueva iPhones automaticamente.

O jailbreak de Todesco, no entanto, só está disponível dentro do limites do seu quarto, localizado na casa que ele divide com os pais.

Luca Todesco desbloqueando um iPhone em seu quarto na cidade de Bassano del Grappa, Itália, dezembro de 2016. Crédito: Lorenzo Franceschi-Bicchierai/Motherboard

Luca Todesco desbloqueando um iPhone em seu quarto na cidade de Bassano del Grappa, na Itália, em dezembro de 2016. Crédito: Lorenzo Franceschi-Bicchierai/ Motherboard

Todesco, que hoje tem 20 anos e é conhecido por seu pseudônimo hacker "qwertyoruiop", não parece nem um pouco preocupado. Ele segura o celular e apanha um cabo jogado ao lado de uma coleção de dezenas de iPods e iPhones, enfileirados como numa exposição. Todesco conecta meu celular a seu computador, digita alguns comandos em seu Mac e aperta enter. A tela do meu iPhone se apaga e depois se acende, exibindo algumas palavras contra um fundo branco.

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