Modelos ideais de mobilidade para grandes cidades

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Ciclos

Modelos ideais de mobilidade para grandes cidades

Especialistas falam como o uso da bicicleta pode mudar o trânsito e a vida dos brasileiros.

'Esta matéria faz parte do projeto Ciclos, uma série sobre mobilidade urbana feita pela VICE em parceria com o Itaú.'

Facilidade de se locomover. Este parece o conceito básico do que é mobilidade. Mas não só. Em uma metrópole como São Paulo, onde aproximadamente 12 milhões de pessoas vivem e transitam, mobilidade vai além do ir e vir.

"Mobilidade é uma questão humana, impactada por questões sociais, econômicas e territoriais que não podem ser universalizadas", explica Letícia Lemos, arquiteta, urbanista. Para que haja mobilidade, diz ela, é importante questionar qual o cenário ideal e como diferentes modelos podem "garantir uma cidade plena para todos e todas, especialmente uma cidade inclusiva socialmente, na qual se possa viver e não somente circular. Deslocar o foco do modo de transporte para o modo de viver a cidade".

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Em grandes metrópoles mundo afora há a reformulação das vias, reconhecendo cada geografia e que cada grupo ou indivíduo têm sua carência na hora de se locomover. Letícia me explica que "inúmeras cidades no mundo, por exemplo, estão resgatando espaços públicos antes dedicados para carros, muitos deles resgatando sua relação com a água (Portland e São Francisco nos EUA, Cheonggyecheon na Coreia do Sul, etc)."

E não precisa ir muito longe para entender que mobilidade depende de soluções às já enraizadas formas de deslocamento utilizadas por uma sociedade. Aqui no Brasil, por exemplo, um país em que a maioria das pessoas não consegue desgrudar de seus carros, surgem aos poucos novos espaços e soluções capazes de desafogar a conjuntura tradicional do transporte brasileiro.

O uso da bicicleta como um meio de transporte, é uma dessas soluções. A exemplo da plataforma de mobilidade urbana do Itaú, que opera a partir do compartilhamento de bikes, infraestrutura e conscientização. O projeto de bike sharing oferece 815 estações com 8.300 laranjinhas espalhadas pelo Brasil e também no Chile.

"A integração da bicicleta ao dia a dia das pessoas é uma mudança cultural. Prova disso é que a prática está ocupando cada vez mais espaço na sociedade e que a infraestrutura tem se adequado e evoluído para tal", conta Luciana Nicola, superintendente de Relações Governamentais e Institucionais do Itaú Unibanco.

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Luciana relata que o projeto foi arquitetado para estimular um amadurecimento da cultura de integração das bicicletas ao modelo de transporte público das cidades, considerando a  bicicleta um meio viável. "A intermodalidade é um dos possíveis e viáveis ciclos que já vemos em andamento. A instalação de bicicletários públicos e gratuitos próximos a estações de metrô, como é o caso dos que já existem no largo da Batata, na Praça dos Arcos e, recentemente, no metrô Paraíso, é um dos indicativos dessa evolução."

"Isso cria o ambiente ideal para que as pessoas tenham sua própria bike. E, por isso, desenvolvemos há pouco tempo uma plataforma online, o iBike, que estimula os colaboradores e clientes do banco a adquirirem sua bicicleta com preços acessíveis."

A superintendente afirma que um dos pontos defendidos para que se possa ter uma cidade mais conectada com seus cidadãos é ter diferentes modais de transporte integrados. Além disso, Lemos sugere que devemos parar de discutir sobre as velocidades das vias marginais e começar a discutir os rios e suas margens e como esses locais poderiam ser das pessoas e não dos carros, gerando um impacto desejável numa mobilidade ideal que seja gente na rua e não em "bolhas de metal, vidro e plástico". E conclui: "as cidades dependem da sociedade que as habitam; as cidades só estarão prontas para essas ideias quando a sociedade também estiver."

Acesse o site www.projetociclos.com.br  e assista ao documentário sobre mobilidade urbana que fizemos em parceira com o Itaú.