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Música

Mukeka Di Rato Lança Clipe de "Croca"

O Mozine foi tão fofo em nos avisar que o Mukeka di Rato estava prestes a lançar o clipe de "Croca" que pedimos pra ele relaxar e conversar com a gente.

O Mozine foi tão fofo em nos avisar -- com aquele sotaque fofo -- que o Mukeka di Rato estava prestes a lançar o clipe de "Croca"-- o primeiro do mais recente álbum deles, Atletas de Fristo -- que pedimos pra ele relaxar a bisteca canela-verde dele e conversar com a gente antes de jogar o vídeo na maior conexão de computadores do planeta fazendo assim com que perdêssemos o maior furo da cena cultural desse semestre que já chega ao fim. Foi isso e a conversa foi essa:

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VICE: Quantas cidades no mundo estão nesse clipe?
Mozine: Rapaz, esse clipe tem… Umas imagens de São Paulo, Rio Grande do Sul. Do Uruguai tem Montevidéu. Na Argentina deve ter Buenos Aires, Campana… Não, Campana, não. Zarate. No Chile tem Santiago, Valparaíso, Graneros. Também tem Faro, Lisboa. Paris, Nantes, Montaigu. E no Japão tem uma porrada de coisas: tem Tóquio, Nagoya, Osaka, Kochi, Fukuoka. Acho que é isso, velho. Cidade pra caralho. É tudo imagem de turnês do Mukeka, mas não numa ordem cronológica, sacou? Primeiro aparecem as imagens da América do Sul, depois as fotos da Europa, depois Japão. Mas tá tudo misturada essa ordem aí. Se não me engano Japão foi em 2007, América do Sul foi em 2009, e Europa 2010.

E quantas horas de filmagem vocês tinham pra transformar nesses dois minutos e tal?
Rapaz, do Japão a gente tinha dez Mini DVs completas. Só que esse material já tava decupado porque a gente tá lançando um DVD da gente tocando no Japão, então aproveitamos o embalo. Inclusive essas mesmas imagens devem aparecer no DVD. Da América do Sul eram três Mini DVs também. Eu nem tinha visto as imagens, sacou? Dei pro cara que tá editando e falei: “escolhe aí”. Nem sei o que tem além disso. E as imagens da Europa a gente não filmou em DV não. Fizemos com umas camerazinhas podres, por isso a gente optou por colocar as fotos da Europa, e não as imagens. Também tem outro DVD que vai chamar Lajä 100, que é tipo uma história da Lajä, um vídeo institucional--mó tosquera. Então esse clipe tá no pacote desse DVD, que também vai ter imagens de outras bandas da Laja, mas a gente aproveitou pra extrair e lançar. É o primeiro clipe do nosso último CD, o Atletas de Fristo.

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Saquei. Quem era aquele gorila em Paris?
Rapaz, aquilo lá é uns mendigos africanos, paquistaneses, sei lá, uns caras que ficam dançando de gorila lá. Óbvio que foram falar com a gente a hora que viram a gente. Tinha um monte de gente, mas eles foram lá dançar com a gente.

E agora que vocês viajaram um monte, e muita gente que diz que o Big Mac é diferente em cada país. E o crack?
Rapaz, o melhor crack é o do Japão, que é sintético. É o Cristal. Mas acho que não é crack, não -- acho que é meta-anfetamina. Eles chamam de Cristal. Mas o melhor crack é o de Manaus, que é conhecido como “mel”. E o McDonald’s do Japão é diferente. Lá eles falam “MácDonárodo”. Não sei porque, bicho. É muito mais fácil falar McDonald’s do que “MácDonárodo”.

Qual o lugar mais legal que vocês tocaram?
Rapaz, a turnê do Japão eu considero o melhor feito que o Mukeka di Rato conseguiu na vida, sacou? Foi realmente uma turnê que… Muitas bandas se jogam aí, fazem turnê — é válido e tal. Mas, porra, toca aí pra cinco negos, sacou? Em altos shows podres, cheios de prejuízo. O Japão foi uma coisa que a gente fez dentro de um esquema completamente hardcore, sem patrocínio, mas que foi algo muito bem feito, com shows pra caramba, lotados… E que a gente conseguiu meio que se divertir pra caralho, sacou? Deu pra visitar altas cidades. Então, tirando o tsunami, é um lugar pra onde eu gostaria muito de voltar.

[Nota do editor: TSUNAMI?!] E o que vocês acharam da Sacré Coeur?
Rapaz, a gente tava parecendo excursão de velha pra Aparecida. A gente ficou entre o Moulin Rouge e o Sacré Coeur, então a gente ia a pé pros dois. À noite a gente ia pro Moulin Rouge e de dia pra Sacré Coeur.

ENTREVISTA POR BRUNO B. SORAGGI
IMAGEM: REPRODUÇÃO