Música

Rica Pancita analisa os lançamentos da sexta #142

Um bom juntadão das novidades mais novidades mesmo que teve.
rica_22-11

Bora lá turma, último gás galera.

Hoje eu fui deveras prejudicado pela tecnologia, tudo travava, tudo caia, era só sofrimento. Ainda assim deu pra fazer um bom juntadão das novidades mais novidades mesmo que teve. SEGUE O FIO (é assim que as pessoas falam hoje) que vem coisa boa aí.

Fora isso, o que eu saquei meio por cima que saiu hoje também foi um disco ao vivo do Animal Collective ( Ballet Slippers), e uma coletânea completíssima da Kylie Minogue ( Step Back In Time: The Definitive Collection), é quase 4 horas de Kylie Minogue sem parar.

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Fora isso é mais o que eu escrevi logo abaixo. Se eu não escrevi é porque não faz falta também.

Vamo mengão.

----AS TOP DA SEMANA----

Beck - Hyperspace
Há dois discos nesse disco, a que foi produzida pelo Pharrell, e a que não foi produzida pelo Pharrell. A que foi produzida pelo Pharrell é excelente, a produção eletrônica encaixou perfeito com o folk do Beck, tal qual as baladinha mais topzera do NERD da década passada, mas de um jeito que, nossa, talvez o único ponto baixo esteja em “Everlasting Nothing”, que demora muito pra “acontecer”. Do que não foi produzido pelo Pharrell, “Stratosphere” e “Star” se salvam, mas tão levemente inferior. As outras duas tentam se enturmar no geral, mas soam apenas bobas. Num fosse essas duas eu talvez botava no Top 5 2019. Com elas vai pra Top 15-20. Mas top. Mas podia ser MAIS top.

Hannah Diamond - Reflections
Em resumo, foi uma boa audição. Segue a ideia de ser o mais próximo do pop eletrônico mainstream fofuchinho feito dentro da PC Music, mais ainda tem muita coisa fora do convencional na produção, que eu não tava esperando mais. O que é bom, não forçaram a mão para deixar mais “palatável”. Eu realmente, particularmente, honestamente, ainda fico achando que demoraram demais pra lançar esse disco e ele acabou perdendo o bonde. Pra quem não manja quase nada desse rolê, aí acredito que valha mais. Mas mesmo pra quem acompanha mais toda essa onda PC Music ainda tem umas boas faixas aqui que dá uma despertada no interesse. Bom disco.

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Prettymuch - INTL:EP
EP pop legal mas de ideia bem malandrona, pegando artistas de diferentes partes do globo pra meter aquele #feat e ver se a banda engrena. Deu sorte que as 4 faixas tão boas mesmo, destaque pro “Up to You” com o NCT Dream, que foi a melhor mesmo. Inclui faixa com a Luísa Sonza que tá legal também. Tudo show. E a banda não vai engrenar mesmo assim.

Julieta Venegas - La Enamorada
Muito muito muito bom. Ainda tô no choque inicial de ouvir algo que não esperava que viria alguma coisa, e acaba sendo bem legal. São baladinhas pop acústicas, sendo que a primeira, “Alma Radiante”, chega a enganar, porque não é tão boa assim não. Fica esse ukulele de trilha de YouTube que cê fica “ih lá vem”. Da faixa 2 em diante é um salto na qualidade que Deus do céu, fica outra coisa. Canções bem das bonitinhas, ótimo vocal, se teve a porra do ukulele depois eu nem prestei atenção. É top.

----AS OUTRAS DA SEMANA QUE TÃO BOA----

Paul McCartney - “Home Tonight” e “In A Hurry”
Duas faixas boazinhas, mas nada de uou grandes sonzera também. A primeira é um pop rock bem pop rock mesmo, e a segunda já é mais bacaninha pra frente, cheio dos elementinhos (violinos, metais, piano) que lembram mais o Paul original, morto em 1966. Então gostei mais da "In A Hurry".

Alicia Keys - “Time Machine”
Discopop, pá. Sei nem o que dizer, é discopop. Bem cantado, porque é a Alicia Keys né, mas é um som tão basicão que nem tem muito o que falar aqui. É um discopop bonzinho.

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Harry Styles - "Watermelon Sugar"
É ok, é ok, mas também não me empolgou não. Baladinha pop segurando no violão, melodia muito comunzona, cê fica esperando alguma coisa acontecer e nada acontece. Famoso padrãozinho.

Ozzy Osbourne - “Straight to Hell”
Hard rock mais classicão, que aí acho que já tem mais a ver com o que o público espera. Nenhuma novidade, mas riffs PESADOS, com batera MOENDO e solo VIRTUOSO. Acho que assim tá bom pra todo mundo.

Tinashe - Songs For You
Não deu pra ouvir o disco na sua totalidade, mas o que rolou até agora (um pouco mais da metade) é de um R&B bem do gostosinho, muitas vezes puxando um pouco pros 90. Tá legal de ouvir, duvido muito que a metade final consiga despencar tanto pra ser capaz de prejudicar. Então já digo que é tá maneiro o disco (no todo).

----AS MAIS FRAQUINHA DA SEMANA----

Coldplay - Everyday Life
Bom, para além da pretensão de tratar como duplo um disco de 52min, não tem grandes forçações aqui. O que torna a coisa mais razoável, mas também não torna algo bom em si, foi só algo que ouvi e ok, pelo menos não foi revoltante. O disco tem suas já tradicionais faixas rock-de-arena-do-Coldplay, de coralzinho felizinho, ritmo de bater na palminha (“Orphans”), a de tocar em casamento cafona, mas boa parte é uns pop-rock acústico que é como se alguém tivesse tocando o violão na sua frente aí cê fica “pô, legal…. É sua?”. É bem bem mediano.

U2 - “Ahimsa”
Uma baladinha pop roquinho que não faz a menor diferença pro mundo. Se eu não soubesse previamente que era do U2 nem ia reconhecer a voz do Bono. O som eu não iria reconhecer mesmo, de tão genérico. Fraco.

Kesha - “My Own Dance”
Infelizmente tenho que informar que num tá bom não. Pop com produção datadíssima, seja no violãozinho, seja nas vozes, e principalmente na batida. É coisa que já na década passada não seria grandes coisas, aí imagina agora. Bem fraca.

Rina Sawayama - “STFU!”
Baixou o Evanescence "Bring Me To Life" na moça aqui. Aí sei lá, tá no direito. Quando entra o pop fica daora, mas o pop dura 10 segundos se muito. De resto dá-lhe nu metal. Num curti muito não.

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