Mais de 40 mortos em várias zonas do País e cerca de 80 por cento do Pinhal Real de Leiria consumido pelo fogo em menos de 24 horas
Vieira de Leiria. Todas as fotos por Ricardo Graça/Jornal de Leiria

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Mais de 40 mortos em várias zonas do País e cerca de 80 por cento do Pinhal Real de Leiria consumido pelo fogo em menos de 24 horas

O fogo atingiu a região norte do país. Trinta mortes foram confirmadas.

Este artigo está a ser desenvolvido e actualizado com o JORNAL DE LEIRIA, no âmbito de uma parceria com a VICE Portugal.

De acordo com informação avançada pelo Jornal de Leiria, cerca de 80 por cento da área de Mata Nacional e pinhal protegido do Estado, conhecido como "Pinhal Real de Leiria", ardeu entre ontem, domingo, 15 de Outubro, e hoje, segunda-feira, 16.

"O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) ainda não revelou a extensão da destruição da Mata Nacional e pinhal protegido do Estado, mas a Câmara da Marinha Grande já fez as contas que, refere fonte da autarquia, podem pecar por defeito: o pinhal, ou melhor, cerca de 80 por cento do Pinhal do REI/Pinhal de Leiria desapareceu entre ontem e hoje, destruído pelas chamas", avança o semanário leiriense.

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O "Pinhal Real de Leiria" foi mandado plantar pelo pai de D. Dinis, D. Afonso III (1248-1279) - e não por D. Dinis como é referido habitualmente - e 700 anos depois, praticamente toda a grande floresta de pinheiro bravo desapareceu, consumida pelas chamas, que continuam ainda sem dar descanso a bombeiros e populações.

"A mata a sul de São Pedro de Moel, a Mata de São Pedro, a Ponte Nova, o Ponto Novo, o ribeiro de São Pedro, a maior parte do Tremelgo, o Pilado, a Garcia e muitos dos seis quilómetros de floresta de pinhal que separam o Rio Lis da Praia do Pedrógão já não existem", revelou fonte da autarquia da Marinha Grande ao Jornal de Leiria.

31 vítimas mortais confirmadas até agora

As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, "o pior dia de fogos do ano" segundo as autoridades, provocaram pelo menos 31 mortos e dezenas de feridos, além de terem obrigado a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas.

De acordo com a Agência Lusa, o primeiro-ministro, António Costa, anunciou que o Governo assinou um despacho de calamidade pública, abrangendo todos os distritos a Norte do Tejo, "para assegurar a mobilização de mais meios, principalmente a disponibilidade dos bombeiros no combate aos incêndios." Portugal acionou também o Mecanismo Europeu de Protecção Civil e o protocolo com Marrocos, relativos à utilização de meios aéreos.

Segundo o último balanço efectuado ao fim da manhã desta segunda-feira pela adjunta da Autoridade Nacional da Protecção Civil (ANPC), Patrícia Gaspar, as vítimas mortais foram encontradas nos distritos da Guarda (duas), Coimbra (§12), Viseu (16) e Castelo Branco (uma). A esta hora, de acordo com a ANPC não é possível ainda saber detalhes sobre as circunstâncias em que ocorreram estas mortes.

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Entretanto, de acordo com a Agência Lusa, a Direcção-geral da Saúde (DGS) lembra à população que deve evitar a exposição ao fumo dos incêndios florestais, mantendo-se dentro de casa com janelas e portas fechadas. A DGS emitiu um comunicado em que recorda os riscos para a saúde associados à exposição a fumo resultante de fogos florestais, lembrando as informações e conselhos mais importantes:

"A população é aconselhada a tentar evitar a exposição ao fumo, mantendo-se dentro de casa com janelas e portas fechadas, em ambiente fresco. Se possível, ligar o ar condicionado no modo de recirculação de ar. É ainda recomendado que sejam evitadas fontes de combustão dentro de casa, como aparelhos a gás ou lenha, velas, incenso ou tabaco.

Sempre que não seja possível evitar actividades no exterior, é aconselhado o uso de máscara ou respirador. A população deve ainda manter-se hidratada e fresca e ir acompanhando as informações que vão surgindo".

Ainda de acordo com a DGS, o fumo resultante dos incêndios florestais tem "altos níveis de partículas e toxinas que podem causar lesões a nível respiratório, cardiovascular e oftalmológico".

E as autoridades acrescentam: "Podem surgir sintomas em pessoas saudáveis e que até requeiram tratamento médico. Nos doentes respiratórios crónicos, a exposição ao fumo pode agravar o estado de saúde. A concentração de monóxido de carbono resultante do incêndio só tem efeitos nocivos para a saúde de quem estiver próximo da linha de fogo. O monóxido de carbono pode provocar cefaleias, alterações visuais, náuseas, fadiga ou falta de coordenação. Nos casos de concentrações muito elevadas, pode levar à morte".

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Actualização 18h15: Número de mortos confirmados sobe para 35, avança a Protecção Civil. Há ainda sete pessoas desaparecidas, 56 feridos, 16 dos quais em estado grave. O primeiro-ministro, António Costa, faz uma declaração ao País, às 20h00.

Entretanto, o comissário europeu para a Ajuda Humanitária, Christos Stylianides, já garantiu em comunicado que estão a caminho de Portugal aeronaves de combate a incêndios disponibilizadas por Itália, numa resposta ao pedido de ajuda das autoridades portuguesas.

Actualização 18h45: Protecção Civil confirma 36 mortos.

O Jornal de Leiria avança com um comunicado do Município de Leiria sobre o ponto de situação dos incêndios no Concelho. Segundo a autarquia, "em Coimbrão, Ervideira, há a registar uma casa ardida e anexos de uma outra habitação. Em Monte Real e Carvide arderam anexos e casas desabitadas nos lugares de Boco, Lameiro e Moinhos. Em Monte Redondo e Carreira arderam também algumas casas abandonadas".

De acordo com o Jornal de Leiria, a autarquia revela que "há seis feridos, cinco dos Bombeiros Municipais de Leiria e um dos Bombeiros Voluntários de Leiria. Registam-se ainda danos em sete viaturas, uma das quais dos Bombeiros Municipais completamente destruída, além de diverso material queimado (mangueiras, agulhetas, rádios e fardamento)".

No que diz respeito aos meios operacionais, estiveram envolvidos 95 homens no combate às chamas (32 dos Bombeiros Municipais de Leiria, 45 dos Voluntários de Leiria, 37 dos Voluntários da Maceira e 26 dos Voluntários de Ourém), apoiados por 18 viaturas.

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Actualização 19h35: No mais recente briefing da Protecção Civil, Patrícia Gaspar, adjunta de operações, revelou que o estado de alerta vermelho mantém-se em todos os distritos do País até amanhã às 20h00, apesar da previsão de chuva que pode começar já esta noite.

O numero de feridos é agora de 63.

Actualização, terça-feira, 17, 19h00: A Protecção Civil actualizou o número de mortos para 41.

Actualização sexta-feira, 20, 18h40: O número total de vítimas mortais é nesta altura de 44.

Este artigo será actualizado sempre que se justificar. Abaixo podes ver mais imagens captadas em Vieira de Leiria e em várias partes do Pinhal de Leiria, pelo fotógrafo do Jornal de Leiria, Ricardo Graça (podes ver mais aqui).

Vieira de Leiria. Foto por Ricardo Graça/Jornal de Leiria

Vieira de Leiria. Foto por Ricardo Graça/Jornal de Leiria

Vieira de Leiria. Foto por Ricardo Graça/Jornal de Leiria

Vieira de Leiria. Foto por Ricardo Graça/Jornal de Leiria

Vieira de Leiria. Foto por Ricardo Graça/Jornal de Leiria

Vieira de Leiria. Foto por Ricardo Graça/Jornal de Leiria

Vieira de Leiria. Foto por Ricardo Graça/Jornal de Leiria

Pinhal de Leiria. Foto por Ricardo Graça/Jornal de Leiria

Pinhal de Leiria. Foto por Ricardo Graça/Jornal de Leiria

Pinhal de Leiria. Foto por Ricardo Graça/Jornal de Leiria

Pinhal de Leiria. Foto por Ricardo Graça/Jornal de Leiria

Pinhal de Leiria. Foto por Ricardo Graça/Jornal de Leiria

Pinhal de Leiria. Foto por Ricardo Graça/Jornal de Leiria

Pinhal de Leiria. Foto por Ricardo Graça/Jornal de Leiria

Pinhal de Leiria. Foto por Ricardo Graça/Jornal de Leiria

Pinhal de Leiria. Foto por Ricardo Graça/Jornal de Leiria

Pinhal de Leiria. Foto por Ricardo Graça/Jornal de Leiria

Pinhal de Leiria. Foto por Ricardo Graça/Jornal de Leiria

Pinhal de Leiria. Foto por Ricardo Graça/Jornal de Leiria

Pinhal de Leiria. Foto por Ricardo Graça/Jornal de Leiria

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