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Viralize com as Roupas de Memes da Shop Jeen

Quando a Shop Jeen bombardeou minha timeline no Twitter com roupas estampadas com emojis e a cara do Ryan Gosling, eu quis saber mais.

Foto por Erica Euse.

Assim como a maioria das meninas que cresceram nos EUA durante os anos 1990, minha vida e a de minhas amigas era completamente consumida por nossa internet discada de merda e compras na Hot Topic. Enquanto eu crescia e a tecnologia se tornava mais complexa, minha fascinação pela cultura pop da internet e print screens não diminuiu. Então, quando a Shop Jeen bombardeou minha timeline no Twitter mostrando roupas estampadas com emojis e a cara do Ryan Gosling, eu quis saber mais.

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Uma arma de água em forma de pinto, seda de cigarro de ouro 24 quilates e uma camiseta de beisebol da Mishka com “Death” escrito no peito são só alguns dos itens que você encontra na loja virtual da Shop Jeen.

A Shop Jeen é um paraíso de compras para deixar qualquer menina apaixonada pela cultura pop dos anos 1990 louca. O design do site é cheio de Word Art 3-D e um ícone de arco-íris fica seguindo seu cursor pela loja. A abordagem caleidoscópica da Shop Jeen para a nostalgia dos anos 1990 fez todo sentido quando descobri que a fundadora, Erin Yogasundram, tem só 23 anos.

A nova-iorquina lançou a loja em junho de 2012, antes de largar a Universidade George Washington. Depois, ela arranjou sua primeira funcionária, a diretora-criativa Amelia Muqbel. A dupla passa horas em sites de compra como o Etsy e o eBay atrás dos produtos mais obscuros, às vezes até piratas, o que cria a seleção de moda inspirada em conteúdo viral e constituindo a marca registrada do negócio.

Redes sociais como o Instagram são fundamentais para o sucesso da loja, e ser pioneira em anunciar produtos no aplicativo atraiu milhares de clientes fiéis. Agora, com mais de 11 mil posts no Instagram e 40 mil tuítes, Erin e Amelia estão constantemente compartilhando seus itens com as fãs e construindo um negócio internacional, que começou no dormitório da faculdade da Erin.

Eu me encontrei com as BFFs Erin e Amelia em Midtown Manhattan para conversar sobre o sucesso da loja, a comunicação por emojis e a internet.

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VICE: Como a loja começou exatamente?
Erin: Fiz o primeiro site no BigCartel e era um negócio bem pequeno. Começamos como uma loja de acessórios que gerenciei do meu dormitório durante seis meses. Depois disso, decidi que tinha que voltar para Nova York. Aluguei o primeiro escritório que achei e contratei um monte de estagiários. Terminamos o ano com os estagiários e depois contratamos a Amelia como diretora-criativa, isso em janeiro de 2013.

Que tipo de acessórios vocês vendiam?
Erin: Eu estava vendendo um monte de itens do Etsy. Eu ficava muito inspirada com aquilo, mas era difícil encontrar as coisas boas. Era como achar uma agulha num palheiro. Mas tive a paciência de pesquisar.

A primeira encarnação da Shop Jeen era parecida com a de hoje?
Erin: É. Quer dizer, as pessoas, especialmente no colégio, dizem que passei por muitas fases diferentes. Lembro de ter sido punk, trash e vaudeville. Acho que a Amelia passou pelas mesmas fases. Depois, Abercrombie e Tory Burch… Olhando para o site original, a curadoria dos produtos é muito diferente. É assim que você acompanha as tendências. Estamos constantemente encontrando coisas novas legais.

E vocês se conheceram num estágio, certo?
Amelia: Nossos caminhos se cruzaram pela primeira vez três anos atrás, quando a gente fazia estágio no Alexander Wang. Aí, quando a Erin começou a loja, ela queria vender joias Noir, e eu trabalhava com vendas e marketing lá.

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Quando você entrou, o que inspirou a estética da loja?
Amelia: Quando comecei, foi quase como se a gente tivesse se conhecido a vida inteira. Curtimos as mesmas coisas. Usávamos o Tumblr e o Instagram para ver as coisas novas que estavam acontecendo. Também fomos a um monte de feiras de produtos como streetwear, brinquedos, papelaria e presentes. Foi onde achamos um monte de coisas.

Qual era sua visão geral para a loja?
Erin: Isso muda todo dia. A empresa é como uma montanha-russa de emoções. O que mantém as coisas emocionantes, mas todo dia nosso estilo e as pessoas que nos inspiram evoluem. Muitos estilistas estão planejando o futuro. Não sei como será o Outono 2014. Não sei como será o dia de amanhã.

Amelia: Trabalhamos muito rápido. Estamos no celular e topamos com alguma coisa de que gostamos. Vemos quem fabrica, mandamos um e-mail para eles e fazemos a compra para a semana que vem.

Qual é o papel da presença de vocês nas redes sociais nesse negócio?
Amelia: Bom, é a Erin quem realmente se conecta com as pessoas, porque é ela que tuita e faz as fotos. Acho que o Instagram é a maior razão para termos sido reconhecidas logo no início. A gente tirava fotos nossas com os produtos em vez de usar modelos.

E são vocês mesmas que continuam atualizando?
Amelia: Nós meio que destruímos nosso Instagram, por assim dizer. Fomos bloqueados da página de mais populares logo depois que o Facebook comprou o aplicativo. Estávamos recebendo 20 mil likes por foto e tínhamos meio milhão de seguidores. Do nada, isso tudo caiu e as visitas noas ao site despencaram. Eles não estavam ganhando nada com a gente e tínhamos muita propaganda. Aquilo era nosso único marketing. Colocávamos alguma coisa no Instagram e aquilo vendia… Mas vai haver outra plataforma e vamos ser a primeira marca lá, como foi com o Instagram.

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Muitos produtos são inspirados pela cultura da internet. Como isso começou?
Amelia: Estamos muito imersas nisso. Ficamos o dia inteiro no Instagram e no Tumblr. Nós nos identificamos com isso porque é mesmo nossa faixa etária. Temos nossa própria língua para conversar entre a gente com emojis. Tem um grupo de pessoas que adora isso e que quer usar coisas com emojis estampados. Entramos nessa porque é o que realmente curtimos agora.

Então os produtos são um reflexo do estilo de vida de vocês?
Amelia: Batalhamos muito pelo que as clientes querem e o que a gente quer. Acho que estamos escolhendo coisas de um jeito muito diferente. As pessoas nos perguntam o que torna a Shop Jeen diferente, e acho que é porque tiramos de muitos lugares e nos inspiramos em uma faixa muito ampla. Temos um alvo menos específico do que, digamos, a Karmaloop, que só trabalha com streetwear. Somos essencialmente uma loja na qual você pode encontrar de tudo num só lugar.

Vocês têm seguidoras muito fiéis nas redes sociais e clientes que compram regularmente na loja. O que atrai as pessoas?
Amelia: Elas nos curtem porque somos jovens e elas conseguem se identificar. Acho que as clientes gostam muito da nossa relação. A Erin postou uma foto dela me acertando com a arma de pênis e eu adorei quando as pessoas comentaram coisas como “eu e você”. Parece real porque é real. Somos amigas e estamos nos divertindo com produtos que gostamos de verdade.

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Erin: Elas se identificam. Todo mundo curte emojis, pênis, folhas de maconha. Estamos fazendo as coisas que as pessoas querem. Pode parecer meio exagerado, mas as pessoas secretamente adoram isso.

Quantos produtos vocês vendem atualmente?
Amelia: Temos 2.500 produtos no site agora. Pegamos pesado desde o começo. Gostamos de tentar um monte de estilos diferentes. Em vez de comprar 100 coisas de um estilo, compramos dez de dez estilos diferentes. Queremos que os clientes tenham opções, e somos tão loucas que queremos tudo.

Que desafios vocês enfrentaram sendo mulheres jovens tentando construir um negócio?
Erin: É bastante intimidador. Eu não queria jogar essa carta, mas as pessoas querem se aproveitar de nós.

Se o seu estilo pessoal evoluir de novo, a loja vai seguir isso?
Erin: Volte daqui um mês e vamos ter produtos completamente diferentes. Honestamente, podemos ir em muitas direções diferentes. Acho isso lindo.

Amelia: Estamos crescendo com nossas clientes. O gosto delas está mudando tanto quanto o nosso.

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Tradução: Marina Schnoor