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Suspeito de ataque terrorista numa mesquita em Quebec é apontado como apoiador de Trump

A mídia canadense está retratando Alexandre Bissonnette como um misógino, xenófobo que simpatiza com a política do novo presidente dos EUA. O atirador irá responder por seis homicídios.

Esta matéria foi originalmente publicada na VICE Canadá .

O estudante da Universidade de Laval Alexandre Bissonnette recebeu seis acusações de homicídios em primeiro grau com relação ao atentado com arma de fogo numa mesquita de Quebec.

Bissonnette, 27 anos, foi preso depois do ataque terrorista na noite de domingo (29) ao Centre Culturel Islamique de Québec, que deixou seis mortos e 19 feridos, incluindo duas pessoas ainda hospitalizadas em estado grave.

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O atirador também recebeu cinco acusações de tentativa de assassinato.

Os nomes dos mortos foram liberados pelo gabinete de legistas de Quebec:

- Mamadou Tanou Barry, 42 anos

- Abdelkrim Hassane, 41

- Khaled Belkacemi, 60

-Aboubaker Thabti, 42

- Ibrahima Barry, 39

Segundo vários meios de comunicação, investigadores fizeram uma busca na casa de Bissonnette em Cap-Rouge na última segunda (30). Ele teria ligado e se entregando para a polícia na Ponte Île d'Orléans, a cerca de 20 quilômetros da mesquita.

A mídia canadense vem retratando Bissonnette como um lobo solitário com visões de extrema-direita.

Segundo o La Presse, Bissonnette é um estudante de ciências políticas da Universidade Laval, conhecido por trolar uma grupo de refugiados no Facebook. O administrador do grupo, François Deschamps, disse ao La Presse que Bissonnette seria xenofóbico e usava o termo "feminazi".

The Globe and Mail informou que Bissonnette também teria apoiado publicamente a nacionalista francesa Marine Le Pen, que comparou um muçulmano rezando nas ruas à "ocupação nazista".

Dois homens que conheciam Bissonnette disseram ao Journal de Québec que ele era simpatizante de Trump.

Um deles, Éric Debroise, disse que informou a polícia de que Bissonnette era um "ultranacionalista supremacista branco", enquanto um colega de classe de Bissonnette, Jean-Michel Allard-Prus, disse que "ele tinha ideias políticas de direita, pró-Israel, anti-imigração. Tive muitos debates com ele sobre Trump. Ele era obviamente pró-Trump".

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Vários conhecidos também disseram que Bissonnette não tinha muitos amigos e que sofreu bullying na escola.

Outro homem que a polícia originalmente descreveu como suspeito, Mohamed Belkhadir, na verdade era uma testemunha que, segundo o La Presse, estava ajudando as vítimas do atentado na mesquita quando fugiu, achando que um policial era o terrorista.

Belkhadir, 29 anos, um estudante de engenharia originalmente do Marrocos, disse que estava prestando os primeiros socorros num amigo quando viu alguém com uma arma e fugiu para o estacionamento da mesquita, não percebendo que a pessoa era um policial.

"Eles me viram fugindo, eles acharam que eu era um suspeito, é normal. Para eles, alguém que foge é suspeito", ele disse ao La Presse.

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Tradução: Marina Schnoor.

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