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Tecnologia

Depois de destruir a Terra, o capitalismo vai arruinar os demais planetas

Pensadores acreditam que busca por locais habitáveis no universo não é tão bondosa assim.
Imagem: NASA

Alguns pensadores de esquerda acreditam que a galáxia corre perigo de ser destruída pelo capitalismo.

Na semana passada, na conferência do Left Forum, em Manhattan, nos EUA, uma pesquisadora da NASA sugeriu que o impulso para a exploração de exoplanetas e a mineração de asteroides foi provocada pela necessidade de alimentar a besta do capitalismo.

"A exploração de exoplanetas foi mascarada como interesse científico, interesse humano e a curiosidade em explorar mundos diferentes", afirmou Anastasia Romanou, cientista e pesquisadora do clima na Universidade de Columbia e do Instituto de Estudos Espaciais Goddard da NASA. "O capitalismo tardio está sentindo a pressão da escassez de recursos, logo, precisa encontrar saídas. Ele não é capaz de pensar fora de sua própria caixa de soluções, e precisará encontrar novos lugares para exploração, e depois outro e mais outro."

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Romanou teme que os exoplanetas tenham o mesmo destino que os países do sul da Terra, que foram inicialmente explorados e, em seguida, revirados em busca de minérios e perfurados em busca de petróleo.

O termo "capitalismo tardio" descreve os possíveis dias finais da economia capitalista, um tempo em que há falta de recursos e diminuição da produção – em essência, a burguesia chegou ao limite de seus recursos. Mas o termo também foi ressignificado na forma de meme, fazendo piada do absurdo do capitalismo moderno.

Kai Kaschinski, representante da organização Fair Oceans, afirma que um dia os exoplanetas e os asteroides enfrentarão o mesmo destino que o fundo dos oceano, que está em processo de privatização e mineração por empresas de extração de riquezas.

Ele afirma que a Lei de Competitividade para Lançamentos Espaciais Comerciais dos EUA, de 2015, que permite aos EUA realizar a extração de corpos celestes como asteroides em busca de minerais valiosos pode ser uma violação do Tratado do Espaço Externo, de 1967. Juristas do espaço afirmam que o tratado não determina, de forma conclusiva, quem pode ou não minerar asteroides.

"O argumento do governo é que há uma autoridade internacional secreta da lei para o mar, e que a lei do mar torna possível perfurar a área", afirmKaschinski. "Então o governo do Obama foi da opinião de que se é possível explorar essa área de herança comum da humanidade, também é possível explorar a herança comum da humanidade no espaço."

Neste momento, a mineração de asteroids é somente uma ideia, com implicações éticas e jurídicas a serem resolvidas. Apesar disso, várias empresas, incluindo a Deep Space Industries e a Planetary Resources anunciaram seus planos para minerar asteroides, e já estão desenvolvendo a tecnologia necessária para esse fim. O Telescópio Espacial Kepler da NASA também já descobriu cerca de 2 mil exoplanetas, 21 dos quais estão na "zona habitável". Então, por mais que continuemos a descobrir cada vez mais exoplanetas, a implicações econômicas de nosso ímpeto em explorar a galáxia surgem no horizonte.