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alterações climáticas

Um negociador do Acordo de Paris conta o quão fodidos estamos

Paul Bodnar diz que estamos bem fodidos com a saída dos EUA, sim. Mas há esperança.
Imagem: Shutterstock.

Paul Bodnar passou grande parte dos últimos anos negociando detalhes do Acordo de Paris na Casa Branca com o presidente Barack Obama. Na Conferência para o Clima de Paris, ele trabalhou junto a Todd Stern, o líder para a negociação da parte dos EUA. Foram anos de esforço e incontáveis horas de discussão. Agora, como muitos cientistas e estudiosos americanos, ele sente que todo seu trabalho foi em vão depois do presidente Donald Trump anunciar a saída do tratado que visa diminuir os efeitos devastadores das mudanças climáticas.

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Bodnar é, atualmente, o diretor de gestão da think tank Instituto Rocky Mountain, onde trabalha com finanças sustentáveis. Liguei para ele para tentar compreender a decisão de Trump e para discutir o quão fodidos estamos atualmente.

MOTHERBOARD: Quando soube que os EUA estavam saindo de algo no que você se dedicou tantos anos da vida, o que passou pela sua cabeça?

Paul Bodnar: O que me veio à cabeça foi a frase "dar um tiro no próprio pé". O fato é que 195 países decidiram fazer a transição para a economia de energia limpa, não só porque é importante impedir os piores efeitos das mudanças climáticas, mas também por outros benefícios. Agora estamos afirmando que não queremos fazer parte disso, o que significa que vamos perder uma oportunidade de se apoiar em um mercado global de 8 trilhões de dólares em tecnologias e serviços de energia limpa. Se você aprecia a competitividade econômica, saiba que isso é uma decepção independentemente de suas opiniões sobre mudanças climáticas.

Quando conversamos , você afirmou que o acordo era mais um ganho diplomático do que para o meio ambiente. Como isso afetará a reputação global dos EUA?

Nossa reputação no mundo e habilidade de exercitar liderança quando quisermos ficarão abaladas – talvez permanentemente, porque não estamos nos projetando como um país confiável. Isso impactará negativamente nossa habilidade de liderar em casos de terrorismo e outras questões de vários níveis que exigem interesses equilibrados.

Leia a entrevista na íntegra em Motherboard.