Recriando os times brasileiros de basquete no game 'NBA 2k18'
Sandro Varejão, do Flamengo, no mod 'NBB 2k18'. Imagem: Reprodução.

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Recriando os times brasileiros de basquete no game 'NBA 2k18'

Estudante carioca leva os jogadores e ginásios do NBB pro videogame.

Uma das grandes piras dos brasileiros no mundo dos games sempre foi a representação nacional nos jogos de esporte. Dessa demanda — que até hoje é precariamente atendida pelas grandes empresas — saíram vários dos clássicos de nossa história, dos jogos de futebol do Brasileirão para Super Nintendo, até as séries Brazukas e Bomba Patch, popularizadas no PS2, mas que mantém suas versões 100% atualizadas em 2018.

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Com o aumento na popularidade de outras modalidades esportivas, tanto na vida real como nos jogos eletrônicos, era só questão de tempo para esse tipo de improviso virtual chegar a outros games. Considerando que a tradição do país no basquete é mais consistente que no hockey, baseball ou futebol americano, faz sentido também que a franquia NBA seja a primeira a receber um patch desses.

Essa é a ideia do patch "NBB 2k18", desenvolvido pelo estudante de design Olavo Piñeiro, de 20 anos para a versão de PS4 do game NBA 2k18. Utilizar a ferramenta interna de edição do jogo, normalmente usada para encher a tela com os logos da Gucci e da Supreme, para recriar os jogadores, uniformes e arenas do NBB.

O Novo Basquete Brasil, ou NBB, surgiu há 10 anos com a organização das equipes para substituir o extinto Campeonato Brasileiro de Basquete. Com transmissões na TV aberta, dois atletas ex-NBA e um ou outro lance de plástica impressionante que chamam a atenção no Twitter, a competição passa por seu melhor momento.

A relação de Olavo com o NBB é antiga, apesar da pouca idade. Torcedor do Flamengo, seu primeiro contato foi quando o campeonato ainda era CBB, na final da última edição. Desde então, vem acompanhando a competição e, há alguns anos, recriando uma ou outra equipe nos jogos da série 2K.

A ideia de expandir o patch para algo maior, com todos os times da liga, veio com o feedback positivo recebido após postar sua recriação do Flamengo em um grupo do Facebook sobre basquete. O Bomba Patch, “clássico para nós brasileiros”, é uma das inspirações, mas a maior influência vem de um projeto semelhante realizado na Argentina, o "LNB 2K".

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Elinho, do Paulistano.

Um dos desafios no desenvolvimento foi a definição das estatísticas dos atletas, aspecto que sempre gera discussões inflamadas nos jogos esportivos. Pensados em relação ao nível da NBA, os jogadores teriam um Overall baixo, prejudicando o gameplay. Na situação oposta, calculados usando somente o NBB como referência, as habilidades dos esportistas seriam discrepantes com suas versões reais. A solução encontrada por Olavo foi um teto de 81 pontos, baseado nos ratings atribuídos a quatro atletas, considerados os melhores da liga pelo desenvolvedor: Anderson Varejão e Leandrinho, ex-NBA e atualmente jogadores do Flamengo e do Franca, respectivamente, e Marquinhos e Alex Garcia, do Flamengo e do Bauru Basket, campeões e MVPs de edições anteriores.

O restante dos atletas teve seu overall calculado abaixo disso, em uma conta baseada em “opinião pessoal, análise de estatísticas na temporada e opiniões de terceiros”. A intenção de Olavo, no entanto, é ir calibrando os números de acordo com as reclamações nas redes sociais.

Leandrinho, que hoje está no time de Franca.

Outro obstáculo foi o editor de aparência, considerado limitado pelo desenvolvedor. Em um de seus tweets, reclama das limitações se comparado com as possibilidades oferecidas pelo game de baseball The Show 2018. O que ajuda é a presença de Leandrinho e Varejão na versão original do game. De resto, “um ou outro por sorte consigo fazer parecido”, diz Olavo. Esses são os que costumam ser escolhidos para as imagens de divulgação.

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A ideia de um jogo oficial do NBB é uma realidade distante para Olavo, apesar de não negar uma possibilidade no futuro. Seu sonho, e também uma alternativa mais factível, é um acordo que inclua de maneira oficial no jogo os times da Liga das Américas, espécie de Libertadores do basquetebol, aos moldes da licença que colocou os times da Euroleague em edições anteriores do game.

A repercussão do projeto nas redes sociais foi surpreendente para o desenvolvedor, com alguns dos jogadores da liga comentando sobre o projeto. Ainda assim, espera que com o lançamento da versão final com 15 times (por enquanto, são só 4), o barulho seja bem maior.

Paulista vs. Franca no estádio do mod.

Jamaal Smith, armador americano da equipe do Botafogo, diz que não consegue agradecer suficientemente o desenvolvedor. “Eu acho extraordinário poder trazer nossa liga para uma plataforma de video game. Estou muito animado e ansioso, assim como muitos amigos, para jogar com alguns dos melhores atletas do campeonato”.

Olavo afirma ter um “orgulho muito grande” do momento atual da liga, em sua opinião a melhor organizada do país entre todos os esportes, e com espaço para crescer ainda mais. “São tempos animadores para os fãs de basquete”, completa.

Para o futuro, além do lançamento (ainda sem data) da versão completa, o jovem designer pretende continuar com o patch, mas levando-o como hobby. Sobre a possibilidade de atuar com jogos eletrônicos, diz que é fã do tema, mas ainda não sabe se vai seguir na área. De qualquer maneira, um feedback como o que vem recebendo pelo projeto “sempre dá uma animada”.

As instruções para download e atualizações sobre o patch estão disponíveis no twitter @NBB2k_ps4.

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