FYI.

This story is over 5 years old.

arte

Este cara está cobrindo uma pintura de 10 mil dólares com propaganda

E você também pode comprar espaço publicitário na obra.

Quando o artista nova-iorquino Nikolas Bentel telefonou para negociantes de arte e perguntou se poderia comprar e destruir uma obra no valor de dezenas de milhares de dólares, a maioria respondeu que não.

Bentel examina questões sociais e suas relações com objetos como parte da New Inc., uma incubadora de arte e design do New Museum. No momento, ele está angariando fundos para comprar uma obra de arte do artista pop Robert Rauschenber avaliada em 10 mil dólares. Ele planeja destruí-la imediatamente – cobrindo-a com publicidade.

Publicidade

Ele está vendendo espaço publicitário na obra por 92,59 dólares a polegada (2,54 cm). Quando o espaço estiver totalmente vendido, ele comprará a pintura de Rauschenberg, assinada e datada de 1973, por 10 paus e trabalhará na pintura das propagandas em cima dela.

“Os negociantes de arte conservadores não querem ser pegos em uma situação como essa”, ele me contou em um e-mail. “Levei quase um ano desde o esboço até o lançamento deste projeto.” Noventa por cento dos negociantes contatados se recusaram a vender a obra a ele por causa de suas intenções com o quadro, afirmou.

O que é irônico, pois Rauschenberg, que morreu em 2008, provavelmente teria gostado da ideia. Em 1953, o artista destruiu uma imagem do artista flamengo Willem de Koonig, apagando meticulosamente o artista ao longo de vários meses.

“O legado de Rauschenberg foi criado em meio ao questionamento das normas do mundo da arte”, Bentel afirmou. “Infelizmente, ele não está mais por aqui para ver o projeto, mas talvez ele o achasse bem interessante.”

Em termos mais atuais, o projeto foi comparado ao “Million Dollar Homepage”, em que uma pessoa vende espaço publicitário em uma única página, ganhando um milhão de dólares com isso.

Até o momento, Bentel vendeu cerca de um terço do espaço na obra. A maioria foi para empresas pequenas e locais as quais são, de certa forma, afiliadas ao mundo da arte. O projeto será lançado publicamente hoje, então as vendas de espaço publicitário – e as críticas ao desfigurar uma obra de arte sem preço – ainda vão aparecer.

Bentel afirma que ele vê isso, em parte, como uma crítica tanto ao mundo da arte quanto ao modo como as empresas buscam se infiltrar em nosso dia a dia. “Este projeto exemplifica como o universo publicitário é ridículo”, ele afirma. “Mas também nos mostra a viabilidade econômica do projeto e da publicidade!”

Leia mais matérias de ciência e tecnologia no canal MOTHERBOARD.
Siga o Motherboard Brasil no Facebook e no Twitter.
Siga a VICE Brasil no Facebook , Twitter e Instagram.