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Pelo jeito o notório racista Richard Spencer berrou insultos racistas depois de uma manifestação racista

Um áudio vazado mostra o líder de extrema-direita supostamente gritando gírias antissemitas e ameaçando mais violência em Charlottesville.
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Na foto de arquivo de 19 de outubro de 2017, o nacionalista Richard Spencer tenta fazer estudantes gritarem mais alto depois que eles invadiram sua palestra na Universidade da Flórida em Gainesville. A Universidade de Cincinnati pediu a um juiz federal para derrubar um processo aberto pelo organizador da turnê por campus de Spencer, dizendo que ele não tem mérito. O processo iniciado em janeiro de 2018 diz que a universidade se recusou a alugar um salão para Spencer discursar no campus, a menos que eles pagassem quase $11 mil em taxas de segurança. (AP Photo/Chris O'Meara, Arquivo.)

Richard Spencer, um supremacista branco que ganhou atenção nacional por usar ternos em vez de uma toga e máscara de cone – e por levar um socão na cara – aparentemente foi gravado gritando ofensas antissemitas e racistas.

O colega da alt-right Milo Yiannopoulos – um ex-amigo de Spencer – postou o áudio no YouTube, dizendo que ele foi gravado no verão de 2017, logo depois da mortal manifestação Unite the Right que ele organizou. O áudio é perturbador, com o homem que supostamente é Spencer gritando coisas como “kike” e dizendo que seus ancestrais “escravizaram esses merdas”.

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No áudio, a pessoa que Milo diz ser Spencer promete voltar a Charlottesville, apesar do ultraje nacional gerado pela manifestação, onde centenas de nacionalistas brancos marcharam e um supremacista branco matou a ativista Heather Heyer jogando seu carro numa multidão de contramanifestantes.

“Vamos voltar cem vezes, porra. Estou puto. Estou muito puto com essas malditas pessoas”, Spencer diz na gravação. “Eles não fazem essa merda comigo. Vamos humilhá-los ritualisticamente. Vou voltar aqui todo maldito final de semana se precisar. Isso nunca vai acabar! Eu venço! Eles perdem!”

Um pouco depois, ele chama pessoas de “malditos kikes” e “malditos octoroons” – uma gíria antinegros – e grita “eles são comandados por pessoas como eu”.

LEIA: Milo Yiannopoulos disse que está falido

Spencer ganhou atenção nos EUA com histórias que o pintavam como um representante elegante do movimento nacionalista branco. Logo depois da eleição de 2016, ele foi filmado dando um discurso onde dizia “hail Trump, hail nosso povo” enquanto pessoas do público faziam a saudação nazista. Na posse de Trump, ele levou um soco na cara, gerando incontáveis memes e debates sobre se é moralmente aceitável bater em nazistas.

A violência e as amostras feias de supremacia branca em Charlottesville também impulsionaram o perfil de Spencer, com o próprio presidente apoiando a ideia de que havia “pessoas boas dos dois lados”.

Spencer e Yiannopoulos – que foi expulso do Twitter por incitar abuso em massa online – aparentemente se desentenderam. Não está claro por que Yiannopoulos vazou o áudio que ele diz ser de Spencer.

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Milo criou uma imagem para si de defensor provocativo da liberdade de expressão, mas tem uma história com nazismo. Tem um vídeo dele cantando num karaokê enquanto pessoas fazem a saudação nazista, e foi revelado que as senhas online dele continham referências antissemitas e nazistas.

Yiannopoulos acabou postando apenas no aplicativo de mensagens Telegram e reclamou que sem acesso a grandes plataformas das redes sociais, ele estava falido.

“Não consigo colocar comida na mesa desse jeito”, ele disse em setembro.

Matéria originalmente publicada pela VICE EUA.

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