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Tudo o que sabemos sobre o rompimento da barragem em Brumadinho-MG

Rejeitos de extração da mineradora Vale na Mina do Feijão atingiram área administrativa da companhia e comunidade da Vila Ferteco.
barragem brumadinho-corpo de bombeiros mg
Imagem aérea da lama que invadiu Brumadinho. Foto: Corpo de Bombeiros-MG/Divulgação

Atualização 25/01/2018 20h00: "A gente sabe também que a Vale é a grande responsável pelo problema", disse o prefeito de Brumadinho à GloboNews. Sete corpos já foram resgatados até o momento, diz ele. “A cada momento estão encontrando mais corpos.”

Atualização 25/1/2019 19h48: Presidente da Vale, Fabio Schvartsman diz que 300 funcionários estavam na barragem no momento do rompimento da barragem. "Estamos fazendo um esforço grande de assistência social. Montamos três centros de atendimento às vítimas da região, inclusive com psicólogos", disse. Cerca de 40 ambulâncias foram mobilizadas pela empresa.

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O rejeito da barragem, disse o executivo, é sílica, que é a "terra que é separada do minério de ferro". Ele confirmou que a capacidade é de 12 milhões de m³. "A barragem era inativa, era razoavelmente seca. Então [os detritos] não têm esse poder de se deslocar por longas distâncias. A parte ambiental deve ser muito menor (que Mariana), e a tragédia humana terrível."

Atualização 25/1/2019 19h27: O Corpo de Bombeiros já resgatou mais de 100 pessoas ilhadas em Brumadinho. O refeitório da Vale, atingido pela lama, tinha capacidade para até 200 pessoas e não se sabe quantas estavam no local no momento de uma das barragens estourou. Ainda segundo os bombeiros, 30 funcionários conseguiram correr.

A barragem de contenção da Mina Feijão não recebia rejeitos de mineração desde 2014. O local, inclusive, conseguiu um licenciamento para reaproveitamento de rejeitos da barragem há um mês. A informação da Semad (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável) inclui que a barragem “tinha estabilidade garantida pelo auditor, conforme laudo elaborado em agosto de 2014."

Cinco feridos foram resgatados, segundo o hospital João XXIII em Belo Horizonte Casas foram tomadas pela lama, carros e vagões de trens foram arrastados, reporta o G1.

Atualização 25/1/2019 18h57: A Vale é criticada nas redes sociais. "Quem lê esse aviso acha que a destruição foi do tamanho de uma piscina", "Parabéns por conseguir destruir um dos estados mais bonitos do Brasil" e "A próxima vocês podem pedir música no fantástico!!! Tão acabando com nosso país!" são alguns dos comentários vistos no Facebook da companhia.

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Atualização 25/1/2019 18h30: Bolsonaro classifica o desastre de Brumadinho como "acidente" em entrevista à Rádio Regional, de Minas Gerais. "Não quero começar a culpar os outros pelo que está acontecendo, mas algo está sendo feito errado ao longo dos tempos", disse o presidente.

"A questão da Vale do Rio Doce não tem nada a ver com o governo federal. Apenas cabe a nós a fiscalização. A nós, cabe aí a fiscalização por parte do Ibama, que é um órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, e buscar meios para se antecipar a problemas, mas esses meios partem primeiramente da empresa, que executa a obra", acrescentou.

Bolsonaro informou, em entrevista exclusiva à Record, que dois gabinetes de crise foram criados: um em Brasília e outro na região de Brumadinho, que irá propor ações para o governo federal.

Atualização 25/1/2019 18h25: O Corpo de Bombeiros de MG confirmou que três barragens se romperam, e não uma. A estimativa máxima de desaparecidos, ainda segundo os bombeiros, subiu para 300 pessoas, contando os relatos de 100 funcionários da Vale que estariam próximos às barragens, além de estimativas de moradores e trabalhadores do comércio local.

Atualização 25/1/2019 18h10: Prefeito de Brumadinho, Avimar de Melo Barcelos, o Neném da Asa (PV), já contabiliza 50 mortos, conforme o jornal Hoje em Dia. O vice-prefeito Leônidas Maciel (PR) pediu responsabilização da Vale. Ao O Tempo, ele disse que "as pessoas precisam ter responsabilidade com aquilo que fazem."

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Presidente da Vale, Fabio Schvartsman afirmou que a prioridade da empresa é o atendimento das vítimas do rompimento da barragem. Em coletiva de imprensa no Rio de Janeiro, o executivo afirmou que a companhia ainda não sabe a causa da tragédia. “Não existem palavras para explicar a dor que estou sentindo. A prioridade é resgatar é atender as pessoas e fazer tudo que tiver ao nosso alcance para enfrentar essa situação inimaginável”, falou.

Atualização 25/1/2019 17h50: Ao jornal O Tempo, o tenente coronel Eduardo Ângelo Gomes disse que a tragédia de Brumadinho pode ser maior que a de Mariana, em 2015. Na ocasião, 19 corpos foram encontrados.

A estrutura da barragem está classificada como "baixo risco" pela AMN (Agência Nacional de Mineração). A categoria refere-se à possibilidade de haver algum desastre e rompimento da estrutura.

A Vale, conta a local Maria Aparecida ao Jornal Hoje em Dia, havia feito treinamento com os moradores, levando em consideração a sirene funcionaria em caso de perigo.

Atualização 25/1/2019 17h30: O tenente coronel Eduardo Ângelo Gomes, comandante do Batalhão de Emergências Ambientais e Resposta a Desastres, disse ao jornal O Tempo que três corpos foram encontrados e 100 pessoas já foram resgatadas.


A Barragem do Feijão, da mineradora Vale, rompeu nesta sexta-feira (25/01), em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG). O Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil buscam por vítimas em cidades próximas ao Rio Paraopeba. São 51 bombeiros à procura de 200 pessoas, segundo informado pela corporação.

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Há informações de pessoas desaparecidas e duas mulheres resgatadas foram encaminhadas para o hospital João XXIII, na capital mineira. O hospital, inclusive, fechou o setor de emergência para que atenda exclusivamente vítimas do rompimento da barragem. Duas vítimas de 15 e 22 foram levadas ao local e ambas estão com quadro estável e em observação. Uma coletiva de imprensa é esperada para às 16h.

Uma entrevistada pela rádio BandNewsFM disse que tem cinco pessoas da própria família em baixo da lama e que nenhum alarme ou sirenes foram ouvidos.

No Twitter, é possível ver trechos de vídeos de socorro e da destruição já causada em Minas Gerais.

A barragem, segundo a Folha, tinha capacidade para 1 milhão de m³ de rejeitos de mineração. A barragem de Fundão, localizada na cidade de Mariana e comandada pela Samarco, rompeu em novembro de 2015 e arrasou o subdistrito de Bento Rodrigues. Na ocasião, 19 pessoas morreram. A capacidade era de 50 milhões de m³ de rejeitos.

O Instituto Inhotim, um dos maiores centros de arte ao ar livre do mundo, anunciou pelo Twitter que suspendeu as atividades durante esta sexta-feira, sábado e domingo.

"Informamos que, até o momento, a área do Inhotim não foi atingida, não havendo feridos nem prejuízo às obras, jardins e outras instalações do Museu", publicou a instituição no Twitte por volta das 15h30 desta sexta-feira.

Em nota, a mineradora disse que a prioridade é “preservar e proteger a vida de empregados e integrantes da comunidade” e que “ainda não há confirmação se há feridos no local”.

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Levantamento divulgado pelo Ministério Público mineiro em janeiro de 2018 mostrava que 50 barragens estavam em situação de perigo. A de Feijão, no entanto, não constava na lista de locais com estruturas preocupantes. Lembra o Estadão que o governador Romeu Zema (Novo) defendia a agilização de licenças para mineradoras.

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) pretende ir até a região na manhã deste sábado, conforme anunciado pelo porta-voz do governo federal, Otávio Rêgo Barros, que, disse ainda, que “o presidente da República lamenta eventuais perdas de vidas ocasionadas pelo rompimento da barragem”. Um gabinete de gerenciamento de crise foi criado para acompanhar o desenrolar da situação.

O gabinete de crise vai coordenar os esforços de todos os ministérios envolvidos na busca de soluções para o rompimento da barragem. No momento, Bolsonaro está reunido em Brasília com o primeiro escalão do governo para determinar as primeiras ações.

Pelo Twitter, Bolsonaro reiterou a informações e disse que os ministros do Meio Ambiente (Ricardo Salles), Desenvolvimento Regional (Gustavo Canuto), Minas e Energia (Bento Albuquerque) e Defesa Civil (Alexandre Lucas) estão indo para Minas Gerais.

Para a revista Piauí, o procurador Carlos Eduardo Ferreira Pinto, chefe da força-tarefa que investigou o rompimento em 2015 da barragem em Mariana, afirmou que "desde o rompimento de Fundão nada foi feito para evitar que esse tipo de desastre aconteça”. Ações da mineradora Vale caíram 7,47% na Bolsa de Nova York até o momento.

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A Arquidiocese de Belo Horizonte criou uma campanha para arrecadar fundos em prol das vítimas.

Cidades banhadas pelos Rio Paraopeba estão em estado de atenção por causa da lama. A prefeitura de Pará de Minas pediu que os moradores "não fiquem às margens do rio Paraopeba" pois "há a possibilidade de o nível da água subir repentinamente."

O G1 montou esse gif mostrando o antes e o depois do rompimento da barragem:

Atualizaremos esta matéria com maiores informações sobre o desastre ambiental de Brumadinho.



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