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Tudo o que sabemos sobre o incêndio no Ninho do Urubu

Dez pessoas morreram no fogo que atingiu o alojamento das categorias de base do Flamengo, na zona oeste do Rio de Janeiro.
Alojamento das categorias de base do Flamengo
Crédito: Tomaz Silva/Agência Brasil

Um incêndio que atingiu o alojamento das categorias de base do Flamengo no Ninho do Urubu, zona oeste do Rio de Janeiro, deixou dez mortos e três feridos na manhã desta sexta (8). Segundo o G1, entre as mortes confirmadas estão pelo menos dois jovens jogadores do time: Cristian Esmério, goleiro das categorias de base do Flamengo, e Arthur Vinicius, que morava com a família em Volta Redonda e completaria 15 anos neste sábado (9). O restante dos nomes ainda não foi divulgado para que as famílias possam receber a notícia antes.

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Os feridos são Cauan Emanuel Gomes Nunes, de 14 anos, Francisco Diogo Bento Alves, de 15, e Jhonatan Cruz Ventura, também de 15, que se encontra em estado grave. O governador Wilson Witzel declarou luto oficial de três dias no estado do Rio de Janeiro e disse pelo Twitter que aguarda "minuciosa investigação" sobre os fatos. A causa do incêndio ainda não é totalmente conhecida, mas durante coletiva de imprensa o vice-governador Claudio Castro disse que as autoridades do Rio de Janeiro estão trabalhando com a hipótese de um problema no sistema de ar condicionado ter originado as chamas.

Os treinos de quinta e sexta-feira haviam sido cancelados por conta da grande chuva que atingiu a região, portanto os jogadores que moravam no Rio foram liberados para voltarem pra casa se quisessem. Segundo a mãe de um dos jogadores disse ao G1, se fosse um dia de treino comum "a tragédia teria sido muito maior."

Alguns dos jogadores sobreviventes se manifestaram sobre o ocorrido nas redes sociais. Felipe Cardoso, de 15 anos, havia sido contratado nesta semana para a categoria de base do Flamengo e disse no Instagram estar se sentindo "acabado" por "não ter conseguido tirar todos." "Por que, meu Deus? Estou bem, por pouco não estaria mais vivo, Deus é maravilhoso. Luto eterno. Só quero esquecer as cenas", disse. No Twitter, ele disse que o incêndio ocorreu no quarto dele.

O atacante piauiense Samuel, de 16 anos, que atua no sub-17 do Flamengo, relatou ao Globo Esporte ter sentido um cheiro de queimado forte e, logo depois, visto uma explosão. "Gritei socorro, socorro… Saí correndo. Não deu para ajudar", disse o jogador, que disse estar pensando nos amigos que ficaram no alojamento.

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O comandante-geral do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro e Secretário de Defesa Civil, Roberto Robadey, declarou ao UOL que o centro de treinamento em que estavam as vítimas da tragédia não tinha documentação e não tinha um planejamento adequado, chamando o lugar de "puxadinho". "O fato de não ter a documentação implica até que não havia segurança", disse o oficial.

A rodada do Campeonato Carioca que aconteceria nesse sábado entre Flamengo e Fluminense e Vasco e Resende foi adiada por um acordo geral envolvendo os times, a Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj) e a TV Globo.

O incidente foi lamentado nas redes sociais e em coletivas de imprensa por outros jogadores que fizeram suas carreiras no time, como Zico, Lucas Paquetá e Felipe Vizeu.

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