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Comida

A receita de macarrão à carbonara que deixou a Itália puta

Perceba a petulância do cavalo.

Esta matéria foi originalmente publicada no MUNCHIES

O mundo da gastronomia está sempre inovando e se reinventando . Mas algumas coisas não estão abertas à discussão nem variação, e a carbonara é uma delas.

Existe um jeito certo e um errado de fazer o clássico romano que já foi testado e aprovado: o jeito certo envolve ovo, queijo pecorino, pancetta e muita pimenta-do-reino. O jeito errado é qualquer um que desvie dessa fórmula tão simples e bela — nada de cebola, nada de bacon, nada de salsinha e, claro, nada de creme de leite fresco.

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Uma reafirmação poderosa desse princípio se deu recentemente, quando o site francês Démotivateur propôs uma variação sobre o tema que usa uma panela só e envolve ferver cebola, bacon e macarrão, tudo junto. A esse amontoado de coisa fervida em seguida se acrescenta crème fraîche (creme de leite fresco), queijo, salsinha e uma gema de ovo crua. Não mandou bem, França.

O vídeo foi assistido mais de um milhão de vezes, segundo o Telegraph, e teve quase o mesmo número de comentários negativos de italianos chocados com a heresia. Naturalmente, foi uma profusão de paixões e nacionalismos estridentes. "É pior que um filme de terror", "SE MATEM, VOCÊS COMEM CARACOL" e "Sou francês e isso aí ficou uma merda!!!"

Até a Barilla, gigante das massas que não é estreante no mundo das polêmicas , foi forçada a criar uma distância do vídeo herege, provavelmente por temer a repercussão de italianos que viram o uso do seu farfalle no tutorial. Segundo o site The Local , a marca se pronunciou na sua página de Facebook dizendo: "Estamos abertos a todo tipo de variação sobre a carbonara, mas esse foi longe demais… désolé [pedimos desculpas]".

Não é preciso dizer que o fato de a receita ter sido tirada do ar é por si só um mea culpa da parte da Démotivateur, mas toda a polêmica traz uma questão ainda maior à tona: por que um prato tão simples e delicioso como a carbonara precisaria ser simplificado, para começo de conversa?

Ou ainda, nas palavras imortais de Mitch Orr, do restaurante ACME: "Como é que você — um jumento que só cozinha há dez anos — vai aprimorar gerações de perfeição, porra?"

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