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Música

O Vídeo com Cenas de Apropriação Cultural do David Guetta Não Faz Dele um Imbecil — Só um Palhaço

A caricatura de um nativo americano no vídeo do DJ superstar motivou até mesmo uma petição na internet que busca punir Guetta.

Ooooops! David Guetta está sendo espancado pela audiência da interet depois de lançar um vídeo controverso para promover sua residência "F*** Me I'm Famous" na Pacha em Ibiza. No vídeo, modelos brancas passeiam pela praia vestidas com cocares de nativos americanos, pintura facial e outros enfeites cerimoniais falsos, fazendo gritos de guerra como se fossem figurantes de um péssimo filme de faroeste.

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O ataque do público foi basicamente, F*** Me I'm Famous? Mais tipo, F*** Você Seu Racista! A galera que comenta tem expressado seu nojo e ultraje em relação ao vídeo, muitos acusando Guetta de racismo e apropriação cultural. Em resposta a esse movimento, a Pacha tirou o vídeo de sua página do Facebook, mas nem o clube nem o time de Guetta comentaram sobre a controvérsia.

E olha que essa bagunça fica ainda mais estranha. Guetta também está sendo atacado sobre um segundo vídeo filmado por um baladeiro na festa de abertura do F*** Me I'm Famous no dia 28 de maio. Esse vídeo mostra um cavalo parado no meio do clube — aparentemtente funcionando como mais um apetrecho de cenrário culturalmente insensível… ou talvez um sacrifício no culto à ketamina?

Deadmau5 put Guetta on blast with a series of tweets expressing sympathy for the bottle service-besieged stallion, although he did not comment on the war bonnets—being privy to some pretty offensive headgear of his own.

Deadmau5 colocou Guetta na mira com uma série de tweets expressando simpatia pelo velho garanhão, embora não tenha comentado sobre os cocares.

for real… horses belong on a farm, not in a shitty overpriced nightclub to be subjected to a shitty overpaid DJ. @pacha
— deadmau5 (@deadmau5) July 9, 2015

Enquanto isso, uma petição online que reivindica que Guetta seja banido depois de abusar animais alcançou mais de seis mil assinaturas em três dias. Andamos num bom caminho desde que Bianca Jagger andava em cima de um cavalo branco puxado por um homem pelado coberto de glitter no Studio 54.

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A verdadeira pergunta que deve ser feita sobre essa bagunça é: como um DJ superstar (e um dos clubes mais famosos do mundo) não percebeu o consenso crescente de que usar aparatos nativo americanos não é bonitinho? Na verdade, é exatamente o oposto — usar um desses cocares para uma festa hoje em dia virou o sinal que você é um palhaço ignorante.

Nos últimos anos tem havido uma consciência crescente que essas vestimentas de guerra são símbolos de honra, e então provavelmente não pertencem em uma pista de dança cheia de hedonistas fritos e bêbados. Talvez Guetta tenha perdido as manchetes ano passado quando Glastonbury baniu qualquer tipo de apetrecho na cabeça, chamando o uso de cocares por não nativo americanos de um ato "desrespeitoso". (Outros festivais como Bass Coast e Osheaga também fizeram o mesmo). Ainda assim, a questão da apropriação cultural dos nativos americanos está sendo discutida muito além do mundo da música — dos Washingtons Redskins a roupas de baixo da Urban Outfitters.

O fato de Guetta não notar completamente o memorando não é evidência dele ser um lixo intolerante, e mais um sinal de ele ser desastrosamente desligado, vivendo em uma bolha de privilégio completamente divorciada da realidade. Para um DJ cujo trabalho envolve se manter atualizado com o gosto popular, ignorância e irrelevância pode ser o pior tipo de destino.

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Tradução: Pedro Moreira