Que Jair Bolsonaro não gosta de debater, a gente já sabe — antes mesmo do terrível ataque que sofreu em Juiz de Fora, já tinha anunciado que não participaria mais de debates após ser chapuletado por Marina Silva. Desde que foi esfaqueado no dia 6 de setembro, o candidato do PSL tem controlado milimetricamente a sua agenda, e passou para o segundo turno sem responder a uma série de questões importantes que impactam diretamente no futuro do Brasil e dos brasileiros.
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Após ele cancelar os novos debates que faria por recomendações médicas — apesar de marcar um evento público na mesma data — corremos o risco de termos um segundo turno novamente sem debates, e sem que essas perguntas sejam feitas ao candidato. Por isso mesmo, nós da VICE levantamos alguns tópicos de suma importância para que, se não forem respondidos, ao menos leve à reflexão dos eleitores as intenções por trás dessa opacidade da campanha do ex-capitão. Vai vendo:O PTB foi um dos primeiros partidos a declarar apoio a Bolsonaro no segundo turno. A questão é que praticamente toda a cúpula do partido, incluindo o presidente Roberto Jefferson, está sendo investigada dentro da Operação Registro Espúrio da Polícia Federal, que acusa o PTB de liderar um esquema de desvios e propinas no processo de registro de sindicatos quando o partido controlava o Ministério do Trabalho durante o governo Temer. Caso seja eleito, O senhor vai garantir a continuidade das investigações? Vai dar liberdade para a PF prender o líder do partido que foi o primeiro a apoiá-lo? Qual vai ser o espaço do PTB em um governo Bolsonaro?Desde 2002, os governos Lula e Dilma se comprometeram a seguir com uma regra democrática de escolher o novo Procurador Geral da República através de uma lista tríplice, votada pelos próprios procuradores federais. Os governos petistas sempre escolheram o primeiro colocado da lista, mesmo quando foi Rodrigo Janot, peça-chave para o impeachment de Dilma. Essa regra só foi quebrada por Michel Temer, que escolheu Raquel Dodge, segunda colocada da lista. Apesar disso, o presidente não tem obrigação de seguir essa regra, podendo indicar qualquer procurador que preferir para o cargo — um general da sua campanha recentemente criticou a atuação do MP em uma entrevista, por sinal. O senhor se compromete a continuar com essa regra ou vai atropelar a classe dos promotores federais?
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