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Tecnologia

O brasileiro achou o melhor uso para drones: acender churrasqueira

Adeus, secadores.

Drones são legais, mas, convenhamos, são fáceis de enjoar. É o problema do monotasking. Pouco depois de ver o bichinho lá no alto, cheio de hélices e poesia, pulamos para outras distrações — spinners, PS4, fila de bancos, séries, relatórios de produtividade — e esquecemos do gadget que nos proporcionou aquele shake de alegria. Parece que é assim nossa existência, não? Deixamos pelo caminho o que nos deu momentos de prazer e, eternamente quase satisfeitos, buscamos algo mais legal, rápido, bem acabado, postável.

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Só que o brasileiro é um povo que não gosta de desperdício. Se algo define nosso ethos tecnológico é a busca por novos usos em coisas velhas. Por necessidade ou tédio, ressignificamos nossos objetos domésticos. Somos do tipo que faz varal com cabides, bota palha de aço nas antenas, enche saleiros de arroz velho… Não é só apreço pela gambiarra: queremos o desafio de usar o mesmo aparato para diversas funções. Pouco importa a facilidade do engenho. O que vale é a apreciação artística do improviso, como podemos ver na tendência nacional de botar drones para acender churrasqueiras.

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O hábito não é tão novo quanto parece. Numa busca pelo YouTube, é possível achar vídeos similares de até cinco anos atrás, o que mostra, como atesta esse belíssimo vídeo dominical da família brasileira, que nosso povo curte levar um dronezinho para curtir o churrasco há um bom tempo. Usá-lo para integrar o ritual de assar a carne era só um previsível desdobramento que, agora sabemos, tem rolado em várias regiões do país.

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Este, por exemplo, é o retrato perfeito do churrasco noturno e caseiro de cidade interiorana — é também um dos nossos favoritos pela questão estética. Reparem no espetáculo de luzes e fagulhas:

Há também espaço para outra modalidade que nos parece mais eficaz: segurar o drone sobre a churrasqueira e deixar suas hélices fazerem o serviço. No mesmo vídeo, de 2015, o homem que agarra a aeronave não-tripulada também se orgulha do fenômeno que julga ser inédito.

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Todos parecem crer que estão criando um novo tipo de viral. No vídeo abaixo, o apresentador arrisca uma abordagem mais youtuber — faltou apenas editar com cortes abruptos e gritar:

Já esse, que também parece buscar uma diferenciação dos métodos tradicionais gaúchos, chama atenção por estar aparentemente num território de obras:

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O que podemos concluir dessa pesquisa amadora são três coisas:

1) Drones já fazem parte da rotina dos brasileiros a ponto de buscarmos novos usos para eles.
2) A gambiarra nem sempre é fruto da necessidade.
3) Não existe tecnologia social de sucesso no Brasil se não puder integrar o churrasco. Nem que seja para entregar uma carninha para o vizinho:

Que venham novos usos para essas navezinhas — e que não sejam marketing político, claro.