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Selfiecídio: centenas de pessoas morreram tirando selfies, diz estudo

Nossa sede por likes pode ir até as últimas consequências.
Madalena Maltez
Traduzido por Madalena Maltez
MS
Traduzido por Marina Schnoor
O instagramer Ryker Gamble, último à esquerda, morreu no dia 3 de julho de 2018 depois de cair num rio em Squamish, Colúmbia Britânica. Foto via Instagram.

Um estudo publicado pelo Journal of Family Medicine and Primary Care (e republicado pela Biblioteca Nacional de Medicina nos EUA) observou como muitas pessoas obcecadas com redes sociais estão morrendo pela foto perfeita. Liderado pelo Dr. Agam Bansal do Instituto de Ciências Médicas da Índia, o estudo analisou matérias de outubro de 2011 a novembro de 2017, e descobriu 259 relatos de mortes – apelidadas de “selfiecídios” numa parte do projeto – resultado da sede sem fim por likes.

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Algumas dessas mortes viraram manchete. No Canadá – apesar de não sabermos se foi para uma selfie – três youtubers morreram ano passado caindo de uma cachoeira. Em maio deste ano, um homem na Índia foi morto por um urso enquanto tentava tirar uma selfie. Há várias histórias de pessoas que caíram de lugares altos depois de tirar selfie, deixando uma foto fantasmagórica delas segundos antes do fim. O estudo deixa claro que esse não é um problema pequeno, e que, com certeza, há mais casos de morte por selfie do que os 259 relatos que eles encontraram.

“Essa é só a ponta do icebergue”, diz uma parte do texto. “Muitos casos não viram notícia.”

Os pesquisadores analisaram a geografia das mortes dos 259 casos e descobriram que “os números mais altos de incidentes e mortes relacionadas a selfies” estavam na “Índia, seguida pela Rússia, EUA e Paquistão”. Os mortos, sem surpresa, eram bem jovem: tendo, em média, 23 anos. Segundo os dados, a chance de morrer por selfie cai significativamente (de novo, sem surpresa) quando alguém chega aos 30 anos. Três quartos dos mortos tirando selfies são homens (nenhuma surpresa também).

A Índia lidera o ranque com quase 50% das mortes relatadas no estudo. Os pesquisadores sugerem que uma das razões para isso é que o país tem uma população relativamente jovem, portanto mais gente na faixa etária e com mais chances de morrer assim. Mas os pesquisadores acreditam que pode haver um outro fator.

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“Nosso estudo mostrou que a taxa de incidentes com morte é quase o dobro" no país, diz o estudo. “Essa característica única pode ser atribuída à tendência de selfies em grupo ser mais forte na Índia que em outros países.”

As três primeiras causas de morte eram afogamento, atropelamento e queda. Quando o assunto é sobre mortes relacionadas a veículos, o maior assassino são pessoas tentando tirar uma foto perfeita na frente de um trem em movimento. Sem surpresa, os EUA lideram quando se trata de mortes por selfies relacionadas com armas de fogo.

Mas como podemos resolver essa situação? Como podemos impedir nossos jovens de cair num vulcão em atividade ou algo do tipo? Bom, o estudo sugere estabelecer “zonas livres de selfie” em áreas perigosas.

“Selfies em si não são prejudiciais, mas o comportamento humano que acompanha as selfies é perigoso. Indivíduos precisam se educar sobre comportamento de risco e lugares arriscados onde você não deve tentar tirar uma selfie”, pontua o estudo. Áreas livres de selfie “deveriam ser declaradas em áreas turísticas e especialmente em locais como reservatórios, picos de montanha e no topo de prédios altos, para diminuir a incidência de mortes por selfie”.

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Matéria originalmente publicada pela VICE Canadá.

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