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Politică

Marina tropeça, Haddad salta e Bolsonaro lidera rejeição em nova pesquisa

A quatro semanas do primeiro turno, eleição se mostra previsivelmente embolada, com tudo para se esculhambar mais ainda na reta final.
Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil

A nova pesquisa de intenção e votos à presidência em 2018, realizada e divulgada nesta segunda-feira (10) pelo instituto Datafolha, mostra um cenário cada vez mais embolado para a disputa presidencial. Sem Lula no páreo oficialmente, a pesquisa mostra um crescimento de 5% (de 4% para 9%) de Fernando Haddad (PT), substituto de Lula na chapa petista, cuja candidatura deve ser oficializada nesta terça (11). Ciro Gomes (PDT) também teve uma subida expressiva, passando de 10% para 13%, enquanto Jair Bolsonaro (PSL) oscilou positivamente dentro da margem de erro, passando de 22% para 24%, assim como Geraldo Alckmin (PSDB), que foi de 9% para 10%. A maior surpresa é a queda expressiva de Marina Silva (Rede), que descambou de 16% para 11% nas intenções de voto.

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A pesquisa também apresentou uma queda forte na tendência de votos nulos e em branco, que caíram de 22% para 15% — ou seja, cada vez mais o eleitor se compromete com seus candidatos. Porém o crescimento de Haddad e Ciro deixa o segundo lugar totalmente embolado — a rigor, pela margem de erro de 2%, quatro candidatos estão tecnicamente empatados na segunda colocação.



A rejeição aos candidatos também sofreu variações notáveis. Cresceu o número de eleitores que afirmam que jamais votariam em Bolsonaro, passando de 39% para 43%. Marina também teve alta na rejeição, de 25% para 29%, enquanto Ciro apresentou queda de 23% para 20%, assim como Alckmin, que passou de 26% para 24%.

Nas simulações de segundo turno, todo mundo vence Bolsonaro, mas Ciro tem a melhor vantagem, de 45% contra 35% — Haddad ganha de Bolsonaro apenas de 39% a 38%, e perde de Alckmin e Marina.

Nos recortes socioeconômicos, chama a atenção a queda de Marina entre as mulheres, passando de 19% para 12%, enquanto tanto Bolsonaro (14% para 17%) quanto Ciro (de 9% para 12%) sobem três pontos — Haddad, por sua vez, salta de 3% para 9%. Entre os homens Bolsonaro tem a preferência absoluta, subindo de 30% para 32%, seguido por um Ciro isolado em segundo, com 14%.

Bolsonaro caiu entre os mais jovens (16 a 24 anos), onde passou de 28% para 27%, contra um crescimento de 8% para 15% de Ciro. Na faixa de idade entre 35 e 44 anos Bolsonaro também apresenta queda de 1%, enquanto entre os eleitores entre 45 e 59 anos passou de 17% para 25%. O único outro extrato que apresenta queda de Bolsonaro é entre os eleitores com renda familiar de mais de 10 salários mínimos, onde passou de 33% para 31%. Regionalmente, Bolsonaro só não lidera no Nordeste, onde Ciro fica em primeiro com 20% e o ex-capitão tem que dividir o empate técnico com Haddad, com 14% e 13%, respectivamente.

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A pesquisa Datafolha foi contratada pela TV Globo e pelo jornal Folha de S. Paulo, tem margem de erro de 2 pontos percentuais, 95% de nível de confiança, entrevistou 2.804 eleitores em 197 municípios, foi realizada no dia 10 de setembro e está registrada no TSE sob o número BR 02376/2018.


Leia nossa coluna Quem Quer Ser Presidente, com os perfis dos presidenciáveis:


A quatro semanas do primeiro turno, a eleição se mostra previsivelmente embolada, com tudo para se esculhambar mais ainda na reta final. Bolsonaro parece ter conquistado o resto que lhe cabia do efeito “bolsolula”, e variou menos do que o esperado após o atentado ocorrido em Juiz de Fora na semana passada. O crescimento de Haddad precisa se manter nesse ritmo para que ele tenha alguma chance mais concreta de ir ao segundo turno, mas o horário eleitoral gratuito que o PT espera que o impulsione deve também fazer crescer sua rejeição. Marina vê esvanecer rapidamente seu passivo eleitoral (a candidata chegou ao terceiro lugar em 2014) na medida em que o eleitor de Lula começa a identificar Haddad como o candidato indicado pelo ex-presidente. Ou seja, haja coração até o dia 7 de outubro.

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